quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Direitos


Mandrag Ythén é um blogueiro que assim se descreve: “Provenho de Lokmar e encarnei em África. Fui desterrado para Portugal aos 10 anos de idade, onde permaneci em exílio forçado durante 41 anos. Agora sou um cidadão do Mundo. Seu Blog Confessium vale a pena ser conferido. Destaco aqui esta percepção contundente sobre Direitos e Liberdade de Escolhas.

“Sem dúvida que todos têm direito a ter direitos. Mas quantos saberão o que são os seus direitos? E qual o preço (para si e para os outros) desses direitos?
Todos reclamam dos seus direitos, os adquiridos e os presumidos. Todos acham que liberdade é ter direito a tudo. Mas a ignorância leva a que se reivindique o direito à sua escravidão e dos outros. É um jogo viciado que acaba sempre a favor de quem está no poder: a classe dominante.
O direito a ter casa própria ou o direito a ser refém/escravo da instituição bancária que lhe emprestou o dinheiro (e que em verdade é o proprietário do imóvel)? E neste se inclui o direito a ter carro, ou todo o tipo de modernidades dispendiosas que todos crêem como indispensáveis e só podem aceder através de endividamento.
O direito ao trabalho ou o direito a ser escravo do empregador, sujeito às condições que a este mais lhe convêm de modo a obter o maior lucro?
O direito à liberdade de expressão ou o direito a falar todas as alarvidades impensadas que uma mente conturbada exprime através dum discurso impulsivo e irresponsável?
O direito a seguir uma religião ou o direito a se submeter ao jugo duma elite que nem sempre é muito clara nos seus propósitos?
O direito à justiça ou o direito a ser punido por uma lei feita pelos dominantes, com o fim último de proteger os interesses desses mesmos?
O direito à paz ou o direito de ser enviado para matar gente com quem nunca teve nada que ver na vida, senão o fato de serem outros escravizados como o próprio?
O direito à segurança ou o direito de viver vigiado e encarcerado no seu próprio quotidiano, como se dum assassino implacável se tratasse?
O direito à vida ou o direito de se arrastar numa ilusão de perseguir uma felicidade que nunca se chega a materializar definitiva?
O direito à saúde ou o direito de ser vítima dum sistema farmacêutico/hospitalar sem escrúpulos que não tem outro propósito senão o de rentabilizar os investimentos dos seus acionistas?
O direito à auto-afirmação ou o direito a espezinhar os outros em proveito dum orgulho ressabiado?
E muitos mais direitos a que todos se arrogam por viverem em democracia. Será?”

Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...

17 comentários:

  1. Uau!

    Blogs fantásticos é que nem beijo bom... nunca é demais.

    Valeu, meu caro.

    Bjs!

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  2. Eu sou suspeito pra falar do meu marido e deste texto em especial, que adoro muito!

    Legal você ter reproduzido aqui
    Beijos

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  3. Esta faltando é mais deveres, querido amigo.
    Bjs.

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  4. xiiii!... Gostei do texto! Vou conferir o blog desse gajo!

    Ah! Sou eu?!... 0.0 rsrsrs
    Fica estranho ler um texto meu noutro blog. rsrs

    Obrigado pela referência, Amigo. Coincidiu bem com o lançamento das alterações que vim fazendo lá por casa. Espero conseguir manter o ritmo alucinante.
    E conto sempre com os teus comentários lúcidos e oportunos.

    Bjux

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  5. acho q preciso pensar mais pra responder a esse texto...

    apaguei 3x até escrever isso...

    ps: te liguei e não consegui falar com vc.

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  6. Direi, como é que é, direito?
    O que é, que é isso mesmo?
    Não posso atender um cliente, a noite pois , o metro não funciona de madrugada, e eu estou sem carro!
    Como, é ,aquele papo de direito de ir e vir?
    Direi, o que mesmo?
    Ah, me lembrei, é o direito do cidadão, mas como é que ele funciona mesmo, esse tal de direito?
    Vixe me esqueci, nem cheguei a conhecer esse tal de direito!

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  7. Oh, ebm dito.Sempre me perguntei que lógica há em viver assim, escravizados por conceitos que não fazem sentido.E a cada dia fica pior.
    Vejo pessoas que chegando na meia idade costumam exclamar felicidades e bem estares em redes sociais, de forma tão insistente, que dá para notar que não passa de auto-afirmação sobre uma coisa que eles querem tanto, tanto possuir,que eu suspeito que nem conheçam.
    Viram escravos do estar bem...
    bjo

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  8. Somos livres inclusive pra fugirmos disso tudo.
    Vou visitar o blog recomendado.
    Beijos.

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  9. O que falta são pessoas sensatas que param de procurar tantos seus direitos e começam a visar antes seus deveres, não apenas para com eles, mas principalmente, para com o próximo.

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  10. Não é muito a minha praia, mas é legal pra conhecer.

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  11. Hoje em dia ninguém mais consegue separar direitos de deveres.

    Nem direitos de favores.

    Nem direitos de coisa nenhuma. Todo mundo só quer ganhar em cima de alguém.

    Beijos Paulo!

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  12. Acho que essas perspectivas dependem basicamente do enfoque que damos.
    Tem gente por exemplo que só se acha com direitos e sem deveres.

    Adorei o texto!

    Beijao!

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  13. WOW!!!!! Ótimo texto. E ótima dica... vou conferir... Hugzão!

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  14. Acho que a maioria sabe dos seus direitos ou se não, deveria saber. Mas o ponto é até onde vai o meu direito e onde reclamar por eles? Também acho que deveria de haver mais cumplicidade entre as pessoas que são violadas em seus direitos. Assim se forma o senso público e comum sobre um determinado assunto e são lançadas as bases para a defesa do cidadão. A palavra de ordem é "Denuncie" - mesmo que não seja com você, porque um dia pode ser um dos seus. Boa semana!

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  15. gostei muito do texto
    sempre fazendo a gente refletir
    :)
    bjos

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  16. O poder da classe dominante, é o que nos faz reféns dos seus direitos.

    Seu texto é muito adequado, Paulo

    beijos

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então! obrigado pela visita e apareça mais, sempre teremos emoções para partilhar.

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