sábado, 21 de julho de 2007

Rabiscos de Giz

Campo aberto, jardim imenso
Se soubesses que o ar paira em meu abrupto ser
Se soubesses o que em mim chega e se alastra
Se ao menos a chance se desses
De me olhar e fitar meus olhos
Os díspares temores que me assolam
Teriam, em teu seio, campo aberto
Donde poderiam se espalhar
Donde, em momentos incertos, esconder-se-iam
E após se haverem encontrado
Retornariam
Assim, poderiam novamente em minh'alma repousar
Com a certeza de que, a qualquer insegurança
Teriam jardim imenso
Donde se esconder e se encontrar

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Amigos II

No princípio era sonho
E o sonho estava comigo
E o sonho era eu.
Eu era ele
E ele estava comigo.

Ele se fez vida
E a vida estava comigo
E a vida era eu.
Eu era ele
E ele estava comigo.

Ele se fez luz
E a luz estava comigo
Eu era ele
E ele estava comigo

Ele viu a luz
Eu vi a vida
E a luz era eu
E o sonho era eu.
Eu era ele
E ele, o sonho, estava comigo.
Seu nome

... Amigos


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Amigos I

A todos os meus amigos um grande beijo, afinal vcs são muito importantes para mim!

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...





quinta-feira, 19 de julho de 2007

Espaço para o meu grande "amor"

Chave para o Amor
Não te darei, compreendas
A chave deste segredo
Pois mesmo de posse da chave
Não o alcançarás
Dá-se à chave o abrir de portas
O que não ajuda a transpô-las
Para isto, meu caro
Tu tens de ter pernas fortes
Tens de ter passos firmes
Não deves temer tua sorte
De posse de tais atributos
Entrego-te-a, sem mais pensar
Pense porém, companheiro
A chave abrir-te-á a porta
E tu a atravessarás
Mas antes de saber o segredo
Antes de me desvendar
Terás outros, mais obstáculos
Não findará teu pesar
Penetras com passos firmes
Pernas fortes, sem temer
Corredor horrendo e escuro
E dando voltas e voltas
Que te deixarão inseguro
Ver-te-ás em um labirinto
Não saberás te guiar
Sendo assim, ao ver-te perdido
Cansado de tanto vagar
Se o caminho tiver sido longo
Veja bem, após longo caminho
Poder-me-ás alcançar
Pois eu, ao sentir tua presença
O olor de teus sentimentos
Por certo te farei tranqüilo
Seguirei teu doce perfume
Cantarei, e tu me ouvirás
E seguindo vozes e cheiros
Com angústias e pesares vencidos
Encontrar-nos-emos, enfim
E ainda que estando perdidos
Em tal labirinto de horror
Desvendarás, penetrando meus olhos
O puro – insensato – segredo
Que despertou teu amor


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Striper

Lá vou eu
Como um “striper”, me despir.
Essa caneta maldita! Minha voz é sua tinta.
Às vezes a carga acaba
E é preciso pagar para falar.

Mas não é fácil despir-se.
Por isso me desnudo solitário.
E quando VOCÊ vir minha nudez,
Já me vesti.
A nudez está lá, eu, parti.

Não vou negar...
... Esquivo-me às vezes.
Algumas partes não mostro.
Insegurança ... ou seria desconfiança?
Sinto, mas a caneta enguiçou,
A voz falhou.
Começo frio sentir.
Esta nudez fica com VOCÊ, vou fugir.
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Radicalidade e Vício

Há dezenas de mitos e histórias com a finalidade de exaltar a preferência do caminho do meio; o que não se deve esquecer é que esse caminho pode também ser o da mediocridade.
Há uma frase que é sempre proferida, quase beirando um chavão, quando, em determinadas circunstâncias, se deseja cobrar de alguém uma postura direta, uma posição explícita ou, até, uma atitude clara: Deus vomitará os mornos ! Essa ameaça vale também quando se quer amedrontar aqueles ou aquelas que seguem pela vida afora sem nunca se aproximar minimamente dos extremos, ficando sempre no ansiado ou proclamado como seguro "caminho do meio", evitando-se, assim, qualquer risco de transbordamento ou ruptura da prudência.
Deus vomitará os mornos ! Está lá no Apocalipse (último livro da Bíblia dos cristãos), capítulo 3, versículos 15 e 16; "Conheço tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno,nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca".
Ora, há dezenas de mitos, fábulas e histórias com a finalidade de exaltar a exclusividade e preferência do caminho do meio; o que não se deve esquecer é que esse caminho pode também ser o da moralidade.
Em nome da sobriedade, da prudência e do comedimento, o máximo que se obtém em muitas situações é a mornidão mediana, regrada e constantemente refreada.
Nesse sentido, para não ser morno, é preciso ser radical. Cuidado ! Em nosso vocabulário usual, é feita uma oportunista confusão entre radical e sectário. Radical é aquele, como lembra a origem etimológica, que se firma nas raízes, isto é, que não tem convicções superficiais, meramente epidérmicas; radical é alguém que procura solidez nas posturas e decisões tomadas, não repousando na indefinição dissimulada e nas certezas medíocres.
Por sua vez, o sectário é o que é parcial, intransigente, faccioso, ou seja, aquele que não é capaz de romper com seus próprios contornos e dirigir o olhar para outras possibilidades.
É preciso Ter limites, mas estará o limite exatamente no meio ? Não é necessário ir até os extremos, mas é essencial não ficar restrito ao confortável e letárgico centro.
Muitas vezes, o meio pode ficar anódino, inodoro, insípido e incolor. Alguns desses desejos de romper fronteiras mornas só aparecem nos epitáfios, sempre em forma nostálgica e lamentadora de um "eu devia ter..........".
Para além da mitologia grega, não é por acaso que outros Titãs têm sido tão festejados quando cantam de forma deliciosa e perturbadora (e muitos com eles): "Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer; devia ter arriscado mais e até errado mais, ter feito o que eu queria fazer ...".
A sabedoria para equilibrar essas inquietações pode ser encontrada na reflexão feita no século 5° a.C. pelo filósofo chinês Confúcio: "Eu sei por que motivo o meio-termo não é seguido: o homem inteligente ultrapassa-o, o imbecil fica aquém.
Radicalidade é uma virtude; o vício está na superficialidade.
**Li em algum lugar mas desconheço o autor... como tem tudo a ver comigo ousei anotar e publicá-lo aqui...

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Perfil de um Filósofo

Escrever não é uma coisa fácil, mas poderia ser se me questionasse menos.
Sabe, a minha cabeça às vezes me prende e eu me vejo pensando, pensando, analisando.
Não tenho a simplicidade para só ter a mim e ao momento.
Não sei, mas sempre sinto uma reserva sutil, um receio qualquer. E não quero que seja assim.
Quero que a voz original, que é linda, chegue até as pessoas sem subterfúgios, sem cortes ou censuras.
Mas isto é extremamente difícil...
Não alcanço ainda a simplicidade, a liberdade real onde se flutua acima das circunstâncias e dos pensamentos que condicionam as atitudes.
Quero deixar que a vida me arraste. Tornar-me leve o bastante para ir no vento ou fluir como o rio.
Vou então aos poucos me ensinando a viver em perspectivas de infinito, sem estar me debatendo nos limites das situações.
Por isto, ando a procurar em mim, maiores espaços para olhar, para ver a beleza sem reservas, que pode estar além dos meus olhos.
Espaços onde estão contidas manifestações puras e verdadeiras, embaladas por emoções e desejos inexprimíveis ao nível do diálogo.
Resolvi então escrever e colocar, meio que solto, alguns dos meus delírios.
Não os tenha por simplesmente matéria; não, eles não são assim; foram escritos com uma dose de emoção, uma pitada de desejo e uma porção de verdade.
Pretensões poéticas? Nenhuma.
Apenas manifestações esparsas, movidas por tremores interiores. Mas gosto disso; ir soltando as coisas sem pressa, mansamente, com a certeza de que as emoções não se diluem com o final das horas do dia.
Sabe, também estou feliz. De vez em quando grito. Mas não grito alto não.
Eu quero um montão de frases curtas. De parágrafos também. Só a metade, o resto seria luz (branco)... Isto é bonito.
Olho pela janela e vejo as estrelas, a noite não está fria e eu penso.
"Vontade de ter um gato que não fosse chato ou um rato de nome Bisqui. Um filme para ver, uma boca para beijar, um sonho para sonhar".
Mas percebo que tudo está em seu lugar: lua, gente, barulho, crianças, guardas, pó, ecos, vento, árvores, casa, jardins. Reflexos e imaginações de vida.
Acho melhor parar por aqui com isto. Vislumbro uma tangente em minha direção. É um fogo. As palavras são como fogo, e as tangentes simulam verdades.
Mas é bom. É bom dizer coisas soltas!
Sinto que me disparo num vôo louco e calmo...
Sabe, de repente percebo que sempre sentirei saudades. É um negócio bonito: como se fosse eterno... É que a memória eterniza os momentos que são belos. São luzes que brilharão para mim em momentos inesperados e eu me sentirei bem...

** enfim... tentei colocar um pouco de mim...


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin