sexta-feira, 19 de julho de 2019

Enfim! 12 anos ...


Estou em São Paulo, aqui cheguei no dia de ontem mas, este 19 de julho é marcante na vida do Bratz e do enfim! é o que tem pra hoje ...
Parabéns!
Uma dúzia de anos por aqui.
Amigos eu fiz e isto é o mais importante!

Tudo começou assim, em 19 de Julho de 2007:

"Perfil de um Filósofo"!

"Escrever não é uma coisa fácil, mas poderia ser se me questionasse menos.
Sabe, a minha cabeça às vezes me prende e eu me vejo pensando, pensando, analisando.
Não tenho a simplicidade para só ter a mim e ao momento.
Não sei, mas sempre sinto uma reserva sutil, um receio qualquer. E não quero que seja assim.
Quero que a voz original, que é linda, chegue até as pessoas sem subterfúgios, sem cortes ou censuras.
Mas isto é extremamente difícil...
Não alcanço ainda a simplicidade, a liberdade real onde se flutua acima das circunstâncias e dos pensamentos que condicionam as atitudes.
Quero deixar que a vida me arraste. Tornar-me leve o bastante para ir no vento ou fluir como o rio.
Vou então aos poucos me ensinando a viver em perspectivas de infinito, sem estar me debatendo nos limites das situações.
Por isto, ando a procurar em mim, maiores espaços para olhar, para ver a beleza sem reservas, que pode estar além dos meus olhos.
Espaços onde estão contidas manifestações puras e verdadeiras, embaladas por emoções e desejos inexprimíveis ao nível do diálogo.
Resolvi então escrever e colocar, meio que solto, alguns dos meus delírios.
Não os tenha por simplesmente matéria; não, eles não são assim; foram escritos com uma dose de emoção, uma pitada de desejo e uma porção de verdade.
Pretensões poéticas? Nenhuma.
Apenas manifestações esparsas, movidas por tremores interiores. Mas gosto disso; ir soltando as coisas sem pressa, mansamente, com a certeza de que as emoções não se diluem com o final das horas do dia.
Sabe, também estou feliz. De vez em quando grito. Mas não grito alto não.
Eu quero um montão de frases curtas. De parágrafos também. Só a metade, o resto seria luz (branco)... Isto é bonito.
Olho pela janela e vejo as estrelas, a noite não está fria e eu penso.
"Vontade de ter um gato que não fosse chato ou um rato de nome Bisqui. Um filme para ver, uma boca para beijar, um sonho para sonhar".
Mas percebo que tudo está em seu lugar: lua, gente, barulho, crianças, guardas, pó, ecos, vento, árvores, casa, jardins. Reflexos e imaginações de vida.
Acho melhor parar por aqui com isto. Vislumbro uma tangente em minha direção. É um fogo. As palavras são como fogo, e as tangentes simulam verdades.
Mas é bom. É bom dizer coisas soltas!
Sinto que me disparo num vôo louco e calmo...
Sabe, de repente percebo que sempre sentirei saudades. É um negócio bonito: como se fosse eterno... É que a memória eterniza os momentos que são belos. São luzes que brilharão para mim em momentos inesperados e eu me sentirei bem...

enfim... tentei colocar um pouco de mim ..."

O "template" à época era assim



Eu cantava


Eu dançava 


Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...

sábado, 13 de julho de 2019

Há uma Vida antes da Morte!

crucifixion_of_jesus___by_morgueprincess



O amor, não os milagres, é o que constitui o essencial da mensagem de Jesus Cristo. É por isso mesmo que sua vida, tal como nos é contada, me comove e me esclarece. O recém nascido que é dado à luz num estábulo, a criança perseguida, o adolescente que dialoga com os eruditos, o mesmo, mais tarde, face a face com os mercadores do Templo, a primazia do amor, o senso do universal humano (“Quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”), a abertura para o presente (Não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo”), a liberdade de espírito (“a verdade vos libertá”), a parábola do bom samaritano, a do jovem rico, a do filho pródigo, o episódio da mulher adúltera, a acolhida aos banidos e às prostitutas, o sermão da montanha (“bem aventurados os mansos, bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, bem aventurados os pacificadores…), a solidão (por exemplo, no Monte das Oliveiras), a coragem, a humilhação, a crucificação …
Ficaria comovido com bem menos. Digamos que eu forjei para mim, uma espécie de Cristo interior, “manso e limpo de coração”, sim, mas puramente humano, que me acompanha ou me guia. Que ele seja tomado por Deus, é algo em que não posso acreditar. Sua vida e sua mensagem nem por isso me comovem menos. Mas a história, para mim, pára no Calvário, quando Jesus, na cruz, citando o Salmista, geme: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” Aqui ele é verdadeiramente o nosso irmão, pois compartilha a nossa aflição, a nossa angústia, o nosso sofrimento, a nossa solidão, o nosso desespero.
A diferença, que não quero escamotear, é que, para os crentes, a história continua por mais três dias. Sei que esses três dias se abrem para a eternidade, pela Ressurreição, o que faz uma grande diferença, que não se trata de anular. Mas, dito isso, seria razoável dar mais importância a esses três dias, que nos separam, do que aos trinta e três anos que precedem e que, pelo menos em seu conteúdo humano, nos reúnem?
Se Jesus não houvesse ressuscitado, porventura isso daria razão aos carrascos? Isso condenaria sua mensagem de amor e de justiça? Claro que não. Assim, o essencial está salvo, e o essencial não é a salvação, mas “a verdade e a vida”.
Há uma vida depois da morte? Não podemos saber. Os cristãos acreditam que sim, pelo menos no mais das vezes. Eu não. Mas há uma vida antes da morte, e isso pelo menos nos aproxima!

André Comte-Sponville - O espírito do ateísmo

ps: Como a vida clama para ser vivida em plenitude, dia 18 próximo, depois de 6 meses e meio de luta, retomo minhas viagens e vou para São Paulo. Volto dia 30. Se cuidem enquanto isto.

Bratz Elian 
enfim! é o que tem pra hoje ...

domingo, 7 de julho de 2019

Onde é o Início? Onde é o Fim?




A manhã está fria e cinzenta de tão vazia,
ninguém me vê
no mar tão macio, tão pequeno ao meu redor e
tão cheio de mim,
espero as horas que chegam, e partem, e voltam
parecem-me mulheres perdidas, desamadas, loucas,
cheias de silêncio levando as marés,
não ficam, não vou
ninguém é meu, ou minha,
não há histórias, não há memórias, não há cheiros,
não há canções, não há paredes manchadas, nem roupas estragadas,
não há flores no jardim, não há passos junto à porta,
não houve início, não há fim,
não há cama para fazer, nem mesa,
nem janela para abrir, nem livro pra fechar,
há um vazio
que não é possível,
um desejo
que não cresce
há uma dor
que não mata

Alma Kodiak

Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...

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