Eu te agradeço por esse afastamento, lento e gradual, e pela viagem interrompida por seus perpétuos atrasos causados pelo medo de tirar os pés do chão. Agora, a cada dia, eu preciso de uma roupa nova desde que minhas malas foram extraviadas para sempre com todo o nosso excesso de bagagem.
Eu te agradeço pela honestidade da sua omissão, tão previsível, que sempre confundi com meus presságios. Essa ida sem despedida que você covardeou: eu finjo que não sei, você finge que não foi. E a gente segue inventando que ainda se interessa pelo que começamos a construir juntos, num outro contexto, para realçar nossos vínculos.
Eu te agradeço a descoberta de que se não seguimos juntos nessas coisas do amor, seja porque talvez eu, veterano, enquanto você, ama-dor.
adaptado de Marla de Queiroz
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
então! obrigado pela visita e apareça mais, sempre teremos emoções para partilhar.