quinta-feira, 17 de julho de 2008

Inspiração matutina


com o gosto amargo e doce
do café da manhã,
me inspiro na xícara
e faço o poema

o poema é louvor
do odor, do prazer
e do intenso calor
de um instante de luz

a luz vem da miúda,
diluída, sentida
sensação de esplendor
de sentir o viver

o viver se apega ao tato
da mão que depõe a xícara
no lábio queimando, vibrando,
sugando o negror do café

o café se sacramenta
em força envolvente,
concentrando espaço
entre a consciência e o ser.

Sou lúcida e viva
na boca aquecida
no corpo que sente
pensando e existindo.

Dora Vilela
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

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