Nasceu no Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai, e aos 17 anos entrou para a Aeronáutica, indo mais tarde trabalhar no laboratório de anatomia patológica do Hospital de Base de Brasília. Pouco mais tarde começou a cantar em um quarteto vocal e participou de um festival universitário, depois do que enveredou para a carreira artística, querendo ser ator de teatro. Com esse objetivo foi para o Rio de Janeiro em 1966, onde virou hippie e passou a viver da venda de peças de artesanato. Em 1971 mudou-se para São Paulo, adotou o nome artístico Ney Matogrosso e passou a integrar o grupo Secos e Molhados, que, em apenas um ano e meio de vida, tornou-se um fenômeno, vendeu mais de um milhão de discos e se desfez. Ney Matogrosso projetou-se com o sucesso da banda, chamando a atenção por sua voz e por sua performance sempre teatral no palco. Com o fim do Secos e Molhados seguiu uma carreira individual de sucesso, ganhando vários Discos de Ouro e de Platina e se apresentando no exterior. Conhecido sobretudo pela maneira extravagante de se apresentar, com maquiagem, roupas escandalosas, trejeitos e a voz aguda, sempre criou polêmica, e um de seus maiores sucessos foi "Homem com H" (Antônio Barros). Seus discos da década de 70 ("Pecado", "Bandido", "Feitiço", "Seu Tipo") foram marcantes em sua carreira. Excursionou pelos Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Europa e Israel. São dessa época as músicas "América do Sul" (Paulo Machado), "Bandolero" (Lucinha), "Não Existe Pecado ao Sul do Equador" (Chico Buarque/ Rui Guerra). Nos anos 80 gravou "Por Debaixo dos Panos" (Ceceu), "Tanto Amar" (Chico Buarque), "Ando Meio Desligado" (Mutantes), "Sangue Latino" (João Ricardo/ Paulo Mendonça), "Vereda Tropical" (Gonzalo Curiel). Em 1986 se apresentou pela primeira vez sem fantasia, e resolveu incorporar um lado sóbrio à sua escandalosa carreira. Desde então resolveu valorizar seu trabalho exclusivamente como cantor e adotou um repertório clássico de MPB. O primeiro disco a seguir essa linha foi "O Pescador de Pérolas" (1986), em cujo repertório inclui-se "O Mundo É um Moinho" (Cartola), "Dora" (Dorival Caymmi), "Da Cor do Pecado" (Bororó) e "Aquarela do Brasil" (Ary Barroso). Apresentou-se em temporada acompanhado pelo violonista Raphael Rabello, com quem gravou o disco "À Flor da Pele" em 1990, e gravou discos dedicados a intérpretes/compositores, como Ângela Maria ("Estava Escrito", 1994), Chico Buarque ("Um Brasileiro", 1996) e Cartola (“Ney Matogrosso interpreta Cartola”, 2002). Depois de participar de um disco da banda Pedro Luís & a Parede, em 2004 Ney resolve se juntar à banda num projeto conjunto. O resultado disso é o CD “Vagabundo”, lançado pela Som Livre, que se desdobra em dois DVD´s: um da etapa de ensaios e gravações e outro do show registrado ao vivo no Olympia em junho de 2005 (ainda a ser lançado). Com músicas variadas, “Vagabundo” é composto de 14 faixas, passeia desde a época do Secos&Molhados com “Assim Assado”, passando por “Disritmia” (Martinho da Vila), A Ordem é Samba (Jackson do Pandeiro e Severino Ramos), Napoleão (Luhli e Lucina), entre outras. Em 2005, pela gravadora Universal, é lançado em CD e DVD ao vivo, gravados no SESC Pinheiros (SP – Capital) em dezembro de 2004, “Canto em Qualquer Canto”. Neste projeto, Ney Matogrosso retoma o formato de recital, deixando um pouco de lado suas apresentações performáticas e se concentrando na sua interpretação. O CD é composto por 14 faixas, alguns clássicos de seu repertório que voltam recriados, com arranjos belíssimos e originais, dentre eles: “Dos Cruces”, “Ardente”, “Tanto Amar”. Além de músicas inéditas como “Canto em Qualquer Canto”, de Ná Ozzetti e Itamar Assumpção, “Uma Canção por Acaso”, de Pedro Jóia e Tiago Torres da Silva, “Oriente” de Gilberto Gil.
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...
Sou apaixonado pelo Ney Matogrosso, sua postagem esta vindo em uma excelente hora em q ele esta estreiando com um espetaculo bastante elogiado pela crítica chamado "Inclassificáveis". Fiquei doido qdo li as reportagens a respeito deste show, Ney é um homem bastante a frente do seu tempo, que bom q existe blogs como o seu que valoriza este grande ícone da Cultura Brasileira! Salve Ney Matogrosso!
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