Nas garras do Gato . Perigo!

Quando eu era criança eu tinha uma atração toda particular pelos gatos.

Minha mãe, sempre zelosa, com o seu instinto materno aflorado, e com extrema preocupação vendo o caminho que seu pimpolho tomava na vida e os riscos a que ele se expunha dizia:

Paulinho querido! Muito cuidado com os gatos!!! Eles são animais traiçoeiros. Os felinos em geral têm esse tipo de comportamento. O que ocorre é que os gatos não são animais de muito afeto. Eles podem até simular certo carinho para com as pessoas, mas na verdade eles gostam mesmo é do sofá e não de você. Os gatos se apegam ás coisas materiais, como o lugar onde dormem e comem. Eles têm um instinto selvagem, que vem dos felinos maiores que vivem nas florestas e nas savanas. Se eles perceberem que algo de errado está acontecendo, eles irão atacar até mesmo voce que lhe dá todo afeto e atenção. Por isso são chamados de traiçoeiros.

O tempo passou e eu cresci sem dar ouvidos à querida mamãe e a seus sábios conselhos.

Certo dia, vim conhecer um Gato de nome Cheshire. Encontrei o bichano deprimido e angustiado, sentindo-se o mais infeliz dos seres da natureza. Dizia ter sido abandonado, sem maiores explicações, por seu grande amor, um tal de GA. ingenuamente, condoí-me com o sofrimento do Gato e o levei para casa. Cuidei do bichinho, dei-lhe carinho e afeto, e ele, o bichinho, foi logo se aninhando no aconchego do novo lar que eu lhe oferecia. Chegava em casa, depois de longo e fatigante dia, ansioso por poder abraçar aquele coisinha fofa que mais se assemelhava a um biscuit, e mais uma vez poder oferecer-lhe todo o meu amor. O Gato era só desfrute. Seguia-me por toda a casa a roçar-me as pernas com seu rabo macio. Já na cama, ao som pungentes canções na primorosa interpretação de Maria Bethânia, eu saciava sua fome voraz, oferecendo-lhe, todas as noites, o meu “QUITUTE”. Ele comia o meu “QUITUTE” até não ter mais forças nem para miar. Dizia-me com sua voz rouca: Braccini! Você é o meu verdadeiro amor. Como pude um dia sofrer por alguém que, nem de longe, chegava aos seus pés. Felizmente, hoje estou aqui com voce, de onde, nunca mais sairei. Minha vida é voce e seu “QUITUTE”. Eu, me sentindo o mais feliz dos homens, amando e sendo amado, desejando e sendo desejado. Até que um dia, sem maiores explicações, sem que nem para que, sem uma miada de despedida, sem uma arranhada de obrigado por tudo, sem um rosnar de foi bom enquanto durou, o Gato some de minha vida. Procurei os amigos Edu&Mau, O*, Lobo, Wans&Melo, AD, Caju, EFS, Faysano, Well, Arsênico, Rê e Tiozinho, atrás de qualquer notícia que aliviasse o meu sofrimento. Busca inútil. A única coisa que obtive foi o carinho e a solidariedade de todos eles, até que, o AD, com toda a sua sabedoria, me sugeriu tentar localizar o tal GA, aquele que teria sido o grande amor da vida do Gato quando o conheci todo sofrido. Fui parar lá nos Pampas Gaúchos e lá encontrei o tal guapo que me relatou a verdadeira história e a face traiçoeira do Cheshire. De volta a Belo Horizonte, me sentindo arrasado, o Edu&Mau me procuraram com notícias do infeliz. Disseram que o Gato havia se jogado para cima de uma VACA, tão incauta como eu e, com ele, repetido a mesma história deixando-a com suas tetas secas e murchas, viajando, clandestinamente, escondida em um caminhão de cocos, indo parar na Bahia, onde estava agora desfrutando de uma SUNGA BRANCA que agasalha um GRITO de 1,90 x 89 decibéis e com ondas bem torneadas.

Decidi então, aqui deixar o relato deste infortúnio, para abrir os olhos da nova vítima deste BICHANO traiçoeiro, para que tenha uma real VISÃO do que lhe reserva o futuro próximo.

#momento nonsense

Se não entendeu nada clique aqui e depois aqui ... rs

Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...