segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

São Paulo . tributo a uma terra

então, “alguma coisa acontece no meu coração” quando de alguma forma me aporto nesta cidade. razão não sei. tudo em mim pulsa mais rápido e com maior intensidade. seus cheiros, suas cores, seus sabores e suas gentes. tudo é diferente, vibrante, frenético, alucinante, inebriante. razão, não sei. defeitos há, que me importa, não os vejo. só sinto o pulsar que me consome, que me emociona. seja congonhas, seja tietê, a trilha sei de cor. as imagens se sucedem num piscar de olhos. chego ao porto seguro e busco o aconchego para depositar malas. malas, nem se desarruma. é perder tempo, e aqui, não perco o tempo. tempo no compasso do tempo de sampa. os primeiros “ei” para os já amigos e para os que ainda serão, quem sabe. um café, um “cigarro” (hoje não tem mais). um bar, um cinema, um show, uma boate. já é tarde e o sono já incomoda. novos dias virão. acordo e percebo onde estou. o banho, o café da manhã, uma caminhada, vitrines, pessoas, prosas, conhecimento. tudo é belo, tudo é novo, mesmo o que já se conhece, pois a cada novo olhar tudo ganha uma nova perspectiva. centro histórico com a torre do banespa


(estranho isto - torre banesp, nunca dá para entrar, impressionante. ou o elevador está com problemas de funcionamento, ou é domingo, ou o horário já passou das 17h. enfim, vou embora sem ver uma das vistas mais impressionantes de toda esta metrópole. isto é bom, penso comigo sempre, na próxima vez eu entro), bolsa de valores e seus engravatados, praça do patriarca, rua direita, o grande marco que inaugura esta grande metrópole opátio do colégio

(lugar onde foi fundada a cidade de são paulo, em 1554), praça da sé

(e sua imponente catedral gótica), viaduto santa “ifigênia”



(lindamente cantado por adoniram), padaria santa tereza (sempre o mesmo pedido - um pedaço de pizza com coca cola), vale do anhangabaú e seu charmoso viaduto do chá,

seguindo a trilha e lá está ela, famosa, cantada, seja em prosa ou em verso, cruzo av. ipiranga com av. são joão

e sua referência maior, o bar brahma (boemia que não se extingue com o tempo). os caminhos continuam, vem a estação da luz

com seus trens de subúrbio e o museu da língua portuguesa (fantástico), a sala são Paulo, a pinacoteca, o mercado da cantareira

(que vontade de comer pastel e sanduíche de mortadela... aff...). rua 25 de março (o comércio popular. quanta loucura), largo de são bento

com o magestoso mosteiro onde se ouve aos domingos os cantos gregorianos, praça da república

e suas árvores centenárias, sua feira de artesanato, sua charmosa estação de metrô, suas prostitutas e seus michês. bairro do bexiga

com suas raízes italianas, a igreja de nossa senhora acherupita, sua tradição de boemia, suas cantinas e seus ares de adoniram, avenida paulista

e sua imponência arquitetônica e seu frenesi financeiro, jardins, pinheiros, Higienópolis (nobre região residencial), vila mariana, vila madalena, santa cecília, são judas, brás, moca, ahhh! a liberdade

(um pouquinho do japão nos trópicos tupiniquins), o ibirapuera

(o grande pulmão da metrópole - o refúgio do paulistano de toda agitação típica da cidade). lugares outros existem, cada um com sua particular beleza, mas todos “integrados na” e “integrantes da” paisagem humana e urbana desta cidade, síntese de um país como o brasil. cidade cosmopolita onde raças, culturas, religiões, costumes, cozinhas, diversidades, tudo se harmoniza. assim é são paulo, assim eu sinto são paulo, assim eu amo são paulo. com maior intimidade - Sampa.

paulistanos de origem, paulistanos por adoção, paulistanos por amor, não se cansam de cantar toda a magnitude desta terra que a todos acolhe com seu calor e sua generosidade. registro aqui trechos de alguns destes depoimentos, os mais lúdicos, que me falam fundo n’alma e bem definem todo meu amor por esta cidade:

Sampa - Caetano Veloso
Alguma coisa acontece no meu coração Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João É que quando cheguei por aqui, eu nada entendi Da dura poesia concreta de tuas esquinas Da deselegância discreta de tuas meninas Ainda não havia para mim Rita Lee A tua mais completa tradução Alguma coisa acontece no meu coração Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto mau gosto É que Narciso acha feio o que não é espelho E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho Nada do que não era antes quando não somos mutantes E foste um difícil começo, afasto o que não conheço E quem vem de outro sonho feliz de cidade Aprende depressa a chamar-te de realidade Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas Da força da grana que ergue e destrói coisas belas Da feia fumaça que sobe apagando as estrelas Eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços Tuas oficinas de florestas teus Deuses da chuva Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do Samba Mas possível novo quilombo de zumbi E os novos baianos passeiam na tua garoa E novos baianos te podem curtir numa boa.


São Paulo - Tom Zé
“São, São Paulo meu amor São, São Paulo quanta dor São oito milhões de habitantes De todo canto e nação Que se agridem cortesmente Morrendo a todo vapor E amando com todo ódio Se odeiam com todo amor São oito milhões de habitantes Aglomerada solidão Por mil chaminés e carros Caseados à prestação Porém com todo defeito Te carrego no meu peito São, São Paulo Meu amor São, São Paulo Quanta dor Salvai-nos por caridade Pecadoras invadiram Todo centro da cidade Armadas de ruge e batom Dando vivas ao bom humor Num atentado contra o pudor A família protegida Um palavrão reprimido Um pregador que condena Uma bomba por quinzena Porém com todo defeito Te carrego no meu peito São, São Paulo Meu amor São, São Paulo Quanta dor Santo Antonio foi demitido Dos Ministros de cupido Armados da eletrônica Casam pela TV Crescem flores de concreto Céu aberto ninguém vê Em Brasília é veraneio No Rio é banho de mar O país todo de férias E aqui é só trabalhar Porém com todo defeito Te carrego no meu peito São, São Paulo Meu amor São, São Paulo Quanta dor

Te amo São Paulo - Tom Jobim
São Paulo, te amo Te amo, São Paulo Na tarde tão fria Busquei teu calor, teu amor em São Paulo São Paulo, te amo Pasión de mi vida I love you, querida Je t'aime São Paulo Io ti amo São Paulo I love you Te amo, São Paulo Te amo Te adoro, te adoro São Paulo, São Paulo, São Paulo Laiala laia la Sonhei com você em São Paulo.

Outras pequenas suítes:

Viaduto Santa Ifigênia - Adoniran Barbosa e Alocin
Venha ver, venha ver Eugênia,Como ficou bonito o viaduto Santa Ifigênia

Triste Margarida (Samba do Metrô) - Adoniran Barbosa

Eu disse a ela que trabalhava de engenheiro E que o metrô de São Paulo estava em minhas mãos.(...) Tudo ia indo muito bem, até que um dia, até que um dia,ela passou de ônibus pela via 23 de Maioe da janela do coletivo me viuplantando flores no barranco da avenida.

Trem das Onze - Adoniran Barbosa
Não posso ficar nem mais um minuto com você Sinto muito amor, mas não pode ser Moro em Jaçanã Se eu perder esse trem Que sai agora às onze horas Só amanhã de manhã.

Praça da Sé - Adoniran Barbosa
Praça da Sé, Praça de Sé, Hoje você é, Madame Estação Sé.

Avenida Paulista - Rita Lee e Roberto de Carvalho
Gosto de quem gosta De arrancar um sorriso Se eu curto a "fossa"Eu perco o juízo
Na Avenida Paulista Na Avenida Paulista

Rua Augusta - Billy Blanco
Tem coisas da Ipiranga, Da Itapetininga, Até da São João, Às vezes também dá, O Chá, o show, o chops, Uísque, boa pinga, E o molho das mulheres, Que transam por lá. Rua Augusta, e agora, Já é hora, E ninguém vai embora, Embora de lá.

Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...



Nenhum comentário:

Postar um comentário

então! obrigado pela visita e apareça mais, sempre teremos emoções para partilhar.

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin