segunda-feira, 25 de junho de 2018

Uma crise!




Meu corpo parece insuficiente para me caber e, de novo, sinto que estou perdido em uma estrada escura e desconhecida às vésperas de ser atropelado por uma manada de cavalos selvagens, cavalgados por demônios - os meus.
Tudo é falta, nada satisfaz. Há só ausência, tanta.
O medo sorri para mim, com sua boca sem dentes e malcheirosa. Onde está você? A promessa de felicidade que sua mão deixou aqui, onde está? 
Quero quebrar as correntes, correr nu, apostar todas as fichas, oferecer a outra face, ser apontado na rua, digno de pena ou inveja. 
O preço é alto, o passo irreversível, mas meu corpo pede o seu, e preciso me reencontrar nos seus olhos que fizeram eu me perder de mim. Hoje vivo me escondendo do mundo, à procura do que fui e aterrorizado por perceber no horizonte à frente eu transformado em uma sombra pálida – o aborto de nós dois. Tão pouco o tempo que passamos juntos, mas é como se fossemos dois velhos à espera do abraço da morte que deixará um de nós só. Até quando? Inevitável o reencontro. 
Que venha o arrependimento - estou pronto - vou sem freio ao seu encontro disposto a te dizer: “Você me faz bem, e sou seu até quando eu caber em você, e não sobrar.” 
De braços abertos ou cabeça baixa, é sua a resposta e minha a expectativa.


Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...

9 comentários:

  1. Bom dia meu amigo Paulo!
    Que lindo poetar do Giuliano, a alma sofre e o corpo padece com isso, esse final me sensibilizou demais, "...De braços abertos ou cabeça baixa, é sua a resposta e minha a expectativa."
    Infelizmente muitas vezes, as pessoas colocam a própria felicidade na expectativa de uma resposta de alguém que possa fazê-las felizes!
    Reflexão e sensibilidade ímpar nesse poema/texto!
    Abraços apertados!

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    1. "Infelizmente muitas vezes, as pessoas colocam a própria felicidade na expectativa de uma resposta de alguém que possa fazê-las felizes!

      Sua perspectiva como sempre perfeita querida Ivone.

      Beijão

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  2. Gostei muito e dá para pensar no que queremos para nós

    Beijão

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    1. Pois então Francisco. A única coisa que não quero é condicionar minha vida e felicidade a ninguém.

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  3. A saudade, a ausência, a sensação de impotência que sempre podíamos ter feito algo mais... Isso realmente mata a gente por dentro. Texto muito bonito e reflexivo.

    Abreijos :)

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    1. Não sei se mata mas doe muito. Só que não podemos nos deixar escravizarmos por elas.

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  4. Posso afirmar que muitas vezes me sinto exatamente como as palavras do texto gritam!

    https://sacredcockclub.blogspot.com/

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  5. A dor da saudade por magoar. É uma dor latente. Mata lentamente.

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então! obrigado pela visita e apareça mais, sempre teremos emoções para partilhar.

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