Desde criança, sempre curti o ritual e as celebrações paralitúrgicas católicas, em especial aquelas de devoção popular como as procissões da Semana Santa. Quando a Grande Semana chegava, as estações de rádio mudavam suas programações e passavam a tocar músicas eruditas, o que emprestava um cunho solene e de recolhimento àqueles dias especiais. A vizinhança alvoroçava com os preparativos de enfeitar as ruas escolhidas para palco e itinerário. Cada uma querendo se esmerar mais, em uma disputa bonita e sadia. Todos tinham as suas atribuições. Os homens montavam palanques, altares, preparavam as tintas e cortavam os ramos; as mulheres se empenhavam em enfeitar as ruas, janelas e portas das casas, nós crianças contribuíamos como podíamos em cada atividade. Tudo era regado de alegria, café e quitandas que algumas outras mulheres preparavam para todos os que trabalhavam. À noite, todos de banho tomado e fardados com suas roupas de festas se apinhavam por todo o percurso. Eu, me sentindo o máximo dentro de minha túnica vermelha e sobrepeliz branca, já que era coroinha na igreja, disputava com os demais as funções que julgávamos as mais importantes: levar o turíbulo e o incenso, tocar os sinos ou as matracas, ou ir junto ao Padre. O cortejo era aberto por lanternas e o Crucifixo, seguido pelas crianças, mulheres e homens. Ao final vinham as imagens e a banda de música. Uma festa de rara beleza e cheia de reverência.
Este ano, resgatei um pouco desta história, participando ativamente da organização de tais eventos no bairro em que resido. O princípio era, na medida do possível, reviver a tradição nos moldes da cultura religiosa dos anos 50. Confesso que foi muito legal. A comunidade mobilizada se fez presente e participou ativamente tanto dos preparativos como dos eventos em si. Tudo devidamente registrado pelos recursos midiáticos que hoje dispomos. Compartilho, com os amigos, um pouco desta história e desta experiência.
Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...
bratz, só você para me trazer lembranças mesmo.
ResponderExcluirde pequeno, tinha uma procissão na semana santa e sempre ia com meus pais...bons tempos....
amei o post e a iniciativa
Acho bonito manter viva tais tradições
ResponderExcluirBeijos meu querido
Parabéns pelo trabalho. Ficou tudo muito interessante!
ResponderExcluir_________________
Quero te contratar para um evento em outubro que haverá no Império Serigy. Agora, por favor, nada de papel creppom e adjacências. A coisa é fina.
Muito bom. Parabéns.
ResponderExcluirBjux
Que feito, em Paulo? E vcs conseguiram mesmo. Estava tudo bem organizado e bonito: a igreja, o grande número e a energia das pessoas...Tudo, enfim.
ResponderExcluirAlguns detalhes me chamaram a atenção: vc no altar, a senhorinha que arrumou o cabelo quando percebeu q estava sendo filmada (rs); aquela outra que abriu um sorrisão e pareceu não querer sair da frente da câmera(rs).
Os soldados romanos, então, eu adorei. O que é aquele garoto que primeiro se virou pra câmera após subir no altar? Ainda bem que não era eu quem estava filmando. Aff, que pecado. Desculpa!
Parabéns.
é, "não sou desse tempo" hehehe
ResponderExcluirnão sou religioso, muito menos simpatizante da igreja católica, mas acho bem legal a fé em si das pessoas e mesmo não acreditando em Deus, sei respeitar isso.
ResponderExcluirÉ incrível sua dedicação. Não tenho esses tipos d elembranças. Lá em casa meus pais nunca foram religiosos e por isso, sempre deixei de lado.
ResponderExcluirbjão
qdo criança sempre participava com minha mãe da organização da semana santa...e confesso que gostava do resultado depois.
ResponderExcluirMas a incumbencia das crianças era confeccionar um judas...que malhavamos e ateavamos fogo numa violencia gratuita...hoje não vejo sentido nisso...na verdade o padre da comunidade poderia orientar as crianças de outra forma, não a assassinar judas todos os anos.
Abração.
Eu nunca ajudei a organizar essas celebrações mas sempre participei e de fato ver a comunidade engajada nisso é muito gratificante. São coisas que deveriam permanecer sabe?
ResponderExcluirAdorei o video Bratz.
Grande beijo.
Legal isso, amigo!
ResponderExcluirparabéns! Tradição, Fé e Cultura é o que falta na galera de hoje.
Bjs.
Nossa.. que coisa linda. Vivi tanto isso no meu passado religioso... São uma delícia essas ocasiões nas quais a comunidade trabalha unida mesmo.
ResponderExcluirBj
Isso que é tradição hein? Confesso que fiquei pra lá de surpreso com esse "outro" lado.
ResponderExcluirAbraço!
Hummmm, não sou muito chegado nestes eventos da igreja católica alias de igreja alguma, desde a mais tenra idade ... já "cabulava" a 1 comunhão .. nem sei como fiz isso ... mas admiro que gosta disso :)
ResponderExcluirJá fiz muito isso na minha vida, até coroinha já fui.
ResponderExcluirHoje em dia, só resta asco.
Beijo Paulo!
Acho que já fui mais religioso antes... Eu fazia parte de um grupo de Jovens numa paróquia daqui. Era bem legal.
ResponderExcluirMas a melhor parte da Semana Santa mesmo é o feriado prolongado kkk
abraço
bonito ver essas traidçoes... falo como mineiro que as coisas aqui nas montanhas parecem mais bonitas ainda!
ResponderExcluirabraços do voy
e quem de nós não teve uma educação cristã,
ResponderExcluirnão viveu a paz do tempo em que a coisa mais
gostosa era o abraço
de
uma avó nestes dias
há 20 anos atrás...
ResponderExcluiracho bonito qualquer tipo de tradição.
Semana Santa em Minas, é outra linguagem né Paulo! É poesia Pura!
ResponderExcluirAmo...
lá no Sul de Minas em Baependi a Semana Santa é muito forte.. a Noite do Quadro Vivo então a cidade é transportada para outra dimensão, e aquela lua cheia e o frio dão um tom de estarmos mesmo em uma dimensão entre o passado e o futuro...
Abraço.
Que bom que eu vim aqui ler isto!
Que lindo Paulão, voce já foi coroinha?!?!?!?!?!?
ResponderExcluirO homem é basicamente todas as suas lembranças, ao fazer resgastes destas memórias, voce nos mostra um pouco, da tua verdadeira essência.
Estou muito acostumado, com um Bratz, irreverente, e este seu lado "imaculado", foi a grande revelação para mim!
Agora sei da onde vem toda a sua humanidade, e o respeito e o amor pelo próximo.
Quando se cresce em um ambiente coletivo, onde todos acreditam e trabalham em comunhão, enquanto crianças, damos valor as opiniões e pensamentos do nosso próximo!
Não tenho mais nenhuma duvida sobre o teu carater e a profundidade da tua essência, como um ser humano de grande valor.
É por isto, que sempre digo e não me canso, posso parecer um puxa saco, mas não meço esforços, para expor todoS oS meuS sentimentos para as pessoas que admiro.
Xará; "ao teu lado caminharei com o peso da minha ignorancia, sempre na condição humilde e principalmente humana, de ser um eterno aprendiz!
NAMASTÊ