Da série 'Circus Christi', do fotógrafo espanhol Fernando Bayona
Percepção de tempo é muito relativa, alguns minutos podem ser quase nada ou longuíssimos (até mesmo definitivos), mas há alguns padrões mínimos exigidos/esperados quando o tempo corrente é preenchido com sexo – sim eu também faço isso, menos do que pensam meus leitores e bem mais do que imagina minha avó.
Um perdido, numa noite perdida, encontra-se entre uma encruzilhada, são dois os corpos expostos no açougue da ordinária madrugada.
Ele hesita, olha, dedilha seu aparelho celular, esboça falar e ziguezagueia por entre ruas. Praticidade - e os corpos, antes expostos em conjunto, agora seguem caminhos distintos e jogam o peso da decisão para o errante explicitamente indeciso.
Alguns passos, outras ruas e a tão recorrente paradinha estratégica. Olho de soslaio e entre os dentes um tímido: – “Chega aí!”, apenas aceno a cabeça e o faço virar a esquina atrás de mim.
O cumprimento com firmeza: - “E aí, beleza?”, e em resposta outra pergunta: - “A fim de pagar um boquete?”. Encaro o objeto da aventura sexual sem compromisso, e afirmo com um casual: - “Demorou”.
Homem jogado em cima da cama, membro em riste e um meio sorriso no seu rosto, enfim...
Nem sequer 2 minutos e meio depois já estava finalizado o ato, desejo (dele) saciado entre lábios e língua. O tempo exato de umas quatro gemidas, e seu gemido baixo, contido, era excitante – mas não o suficiente.
Um tchau sem compromisso e protocolar, ele ainda olha para trás e vai. Tranco a porta, e o primeiro pensamento que me vem à tona é o de que se eu fosse uma prostituta aquele seria o melhor programa da noite, sem tensão alguma e o dinheiro da carteira dele ao meu bolso em no máximo três minutos – o tempo de preparo de um miojo. O não-sexo me obriga a saciar ao menos a fome cotidiana do fim das madrugadas. A cozinha desarrumada me espera e é onde encontrarei algo para matar a fome, mas infelizmente lá não há nenhum macarrão instantâneo que seja rápido e prático assim como meu mais recente parceiro. Até o lanchinho da madrugada demora mais que ele.
Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...
Tipo: Vamos!
ResponderExcluirFoi bom?
Quendo de novo?
Opa, foi legal!
Bjs.
Um texto forte, muito bem escrito, que retrata com perfeição o momento... eu achei triste... senti uma imensa solidão e sensação de abandono.
ResponderExcluirBeijokas.
Querido amigo, essa é a realidade que vivemos hoje, esse texto é muito bom. Tenha uma linda semana. Beijocas
ResponderExcluirrapidinhas sao boas e necessarias. mas nada como uma bem demorada praapagar o fogo!!!
ResponderExcluirabraços
voy
E depois fica uma sensação de vazio...Será que valeu a pena?
ResponderExcluirBjux
O tempo só é importante quando é a gente que paga o motel.
ResponderExcluiré engraçado sentir q vc pode ser uma prostituta.
ResponderExcluirquando aconteceu comigo, caí na gargalhada voltando no metrô.
mas a minha carteira... vazia.
essas experiências tb contam. sempre tem aquela hora, na mesa do bar, que começam a falar das piores fodas. então?
Mais rápido que um miojo?
ResponderExcluirEntão...
Chamou o cara de Hot Pocket na cara dura!
Hahahahahahahahahahahahahahahaha...
Se cuida, Paulo!
Abraço.
Assim tão rápido nem deu tempo de alguém ali respirar
ResponderExcluirAdorei o texto
Beijões
bem demorada (prefiro)!
ResponderExcluir:)
Esse texto me remeteu ao passado não tão longínquo, lembrei-me do filme Perdidos na Noite. Daí vemos que ainda está em evidencia e atual englobando todo o tipo de relacionamento.
ResponderExcluirAbraço
O texto é despudorado e entusiasta (por isso é bom). Parece ter sido escrito logo após o lanche da madrugada.
ResponderExcluirTeve um momento que não segurei o riso: "E aí, beleza?" Resposta: "Afim de pagar um boquete?". Que sutileza do sujeito, né não?
O instantâneo também nos cansa, de fato.
ResponderExcluir* Acho que faço sexo na medida em que os leitores pensam e menos do que apostaria a minha avó...ehehehe
Beijo³.
ℓυηα
Que texto bom! E que merda de não-sexo.. rs Bj
ResponderExcluirQue ciclo! prazer, dinheiro, prazer, vazio...
ResponderExcluirBem, se pensarmos que quando não se faz por dinheiro, não se faz por obrigação...
rs
Beijokas, Paulo!
nOssa.. quanta praticidadhy... estou cada vez mais convencido em tornar-me michê!
ResponderExcluir***
;D
adorei o texto , achei realmente mt bom .
ResponderExcluirobrigado por visitar e seguir o meu blog .
Saudade do blog!
ResponderExcluirrsss
Eu estava com raiva porque o meu blog não atualiza... =(
adorei!
ResponderExcluire já fiz mto
mas agora não mais
Depois fica um ocoooo, um vaziooo...
ResponderExcluirPaulinho, beijoooo meu querido!
Demoro um cadim, mas inimaginável deixar de passar aqui!!!
Adorei, me fez lembrar de situações que decidi nao comer o miojo e ficar com fome por puro moralismo =[
ResponderExcluirBessha nova é assim mesmo, hauahau
bjs