
O Passado
JEAN-PAUL SARTRE, (1905 - 1980), filósofo francês, escritor e crítico, conhecido representante do existencialismo. Era um artista militante, e apoiou causas políticas de esquerda com a sua vida e a sua obra.
Paulo Sérgio Rodrigues da Silva




Do conservador
Assim, assim, assim, mantém! Mantém... Fica só assim, assim não! Assim, não feche o manual, isso, assim! assssiiiiimm! Assssiiiimmmm!
Do neopentecostal
Ai...Vou tomar posse, vou tomar posse...Toma... Tomaaaa... – Então desamarra! Desamarraaaa! Repreendemos agora toda manifestação precoce! Eu declaro, esse gozo é meeeeu! Oh Vitóóóriaaaa!
Do carismático
Oh amor... Receba o dom... Levante suas mãos... Levante seus pés... Repita comigo: Eu tenho poder! Eu tenho poder... Clame! Clame! Liberte sua língua... O dom está vindo... Está vindoooo... Diga ao parceiro ao lado: eu te abençou-ooooo!
Do pentecostal histórico
Oh... Alê...Alê... Meu amor, Alê, alabachúrias, ondebachúrias, aquibachúrias, quantabachúrias, oh língua... Manifesta-se como prova do meu amor... Oh lábios... Ohhh, Alê... Aleluiaaaaaa...
Do adventista
Vem... Vem... Vem... VEM... VEEM ... VEEEEMM!
Do metodista
Aiiiii... Ééééhhhh... Iiiiihhhh! Ohhhhh... UUUiiiii.... Ahhhmém!
Do presbiteriano
Oh...intróito... Oh santo goooozo eu te invoco! Vamos gemer alternadamente amor! Oh, podemos nos assentar... (silencio) ... Fala, não pare, fala alguma coisa... Fala alguma coisa... Agora! Vou impetrar a benção, eu vou, eu vou, amémmm! Amémmm! Amémmm.(- Boa noite irmã... Foi uma benção pra você? - Foi sim... e pro irmão?)
Do presbiteriano independente
Oh...intróito...oh santo goooozo eu te invoco! Vamos gemer alternadamente amor! Oh, podemos nos assentar... (silencio)... Fala não pare, fala alguma coisa... Fala alguma coisa... Agora! Oh amor, levemos esse gozo também aos pobreeeees...Vou impetrar a benção, eu vou, eu vooou, amémmm! Amémmm! Amééémmm.(- Boa noite irmã... Foi uma benção pra você? - Foi sim irmão... Quer um cigarro?)
Do universal do reino
Deposita... Depositaaa! Vai depositaaaa! Unzinho só, depositaaaaa, agora, vai, vai amor, prova tua fééé, isso, deposita... Oh gozo-filácio... DEpositaaaaa....
Do renascer
Oh... Me ame, me ame... Estou quase em Miame... Invista em mim, que eu invisto em você... Me ame meu amor, Miami... Eu também vou chegar, eu vou... Me ame! Estou quase em Miameeeeeee...
Do batista
Oh... Sou feliz! - Sou feliz! - Ah amor, se paz da mais doce me deres gozaaar... – Oh amor, vou mergulhar de cabeçaaaaa... – Oh, já ouço o coral... Vamos em uníssono ser feliiiiiizzzzzzz!
Do gospel
Oh... Me dá um lá maior... Isso... Fica aí, lá... Lá... Láááá... Isso... Oh amor... Libere as vocalizações... Tenha liberdade de posições... Oh lá maior... Lá, lá, lááááá...
Do bíblico
Oh meu amor... Do grego, “eros”! Oh introdução, conteúdo e conclusão! Oh exegese impossível do termo “orgasmo”, do grego antigo “orgasmós”... Derivado de “orgaw”, “órgão”... Oh Órgão! O que é o estudo histórico-gramatical diante de ti?! Oh tradição oral... Ai amor... Oh gaudiis exultare! Oh líquido seminal, não de “seminário”, mas dos testículos dessa perícope! Oh não para... Não para... Não parábolaaaaaa....
Do fundamentalista
Isto sim é um orgasmo! Isto que é um orgaaasmo absolutooo, não outra coisaaaa! É isto! Só istooo! oh MEEEU Deus!(interrompeu por estar perdendo o controle)





Esta canção é Gospell e tem uma magia própria em sua melodia e em sua letra . Vale a pena conferir independente de “churumelas” religiosas.
"nas minhas lutas
se os pés vacilam
sou dependente do teu amor
por tantas bênçãos
aleluia
a ti darei louvor"
FOR EVERY MOUNTAIN ( BROOKLYN TABERNACLE CHOIR)
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

É preciso abrir todas as portas que fecham o coração.Quebrar barreiras construídas ao longo do tempo, por amores do passado que foram em vão.



Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...


Quando acordo de manhã, não é raro para mim, como para várias outras pessoas, passar alguns milésimos de segundo tateando em busca do meu eu. O despertador toca, e experimento um período de um minuto de desorientação no qual luto, normalmente com sucesso, para remontar os contornos de personalidade que foram dissolvidos pelo sono em suas relações familiares.
Talvez lutar não seja a palavra certa, pois há, com a notável excessão de uma versão radical dessa reconstrução diária (quando estou, por exemplo, viajando e já no terceiro quarto de hotel desconhecido da semana), pouco esforço consciente em torno do processo. É mais como a volta de uma mola à forma original, como se eu fosse um brinquedo de apertar com uma espécie de desejo involuntário de voltar à integridade de seus contornos originais.
Como consigo sair das profundezas do esquecimento e me encontrar renovado a cada manhã? Eu me lembro, antes de mais nada. De repente, tudo retorna: o estoque de experiências arquivadas, percepções recordadas e juízos habituais que formam a maior parte do monólogo interior que conheço como meu eu.
Suponha, por um instante, que esse processo comum de encontrar nossos eus de memória fossem, por alguma razão, interrompidos. E se, uma manhã, eu descobrisse que o mundo de minhas memórias não tornasse a se encaixar da maneira normal? Haveria algum sentido no qual eu continuaria a ser eu mesmo?
Ou suponha que, em vez de nosso repertório de memórias, a alteração matinal fosse, como aconteceu com o Gregor Samsa, de Kafka, corporal? Não sei bem o que pode acontecer depois, pois agora estou sozinho de uma forma que mal pode ser imaginada; Aonde posso ir? O que posso dizer? Quem posso chamar?
Portanto, a identidade pessoal se baseia (no mínimo) em dois critérios: a continuidade da memória e a integridade do corpo. Apesar de os filósofos terem, ao longo do tempo, tentado argumentar que um é mais importante que o outro, ou suficiente em si mesmo, parece que precisamos das duas linhas de continuidade para conseguir cumprir a tarefa simples de reconhecer nossos amigos, cumprimentar nossos conhecidos ou nos ver no espelho. A identidade pessoal fundamenta nossa existência individual e também estabelece as fundações da vida social e cultural.
Mark Kingwell, Aprendendo Felicidade, adaptado por Alexandre Magno . blog palavra aguda
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje

Tem dias que eu acordo num bom humor.Mas é tamanho bom humor que chego a ficar preocupado.Sorte que logo passa... hehehe!!!Nunca fiz a linha “Bom dia sol!” ou “Que bela manhã outonal!”. Nada disso. Mas também não entendam errado. Existe uma linha muito tênue entre bom humor e ser bem humorado. Sou esse último. Bem humorado. Mas é um senso de humor ácido, sarcástico, contundente, quase cruel às vezes. Não sou o anão Feliz: rindo à toa, todo bonachão e com as faces rosadas. Prefiro o Zangado. Rabugento, reclamão, voluntarioso e nas minhas bochechas vocês apenas encontram rugas de um pseudo mau humor. Mas é justamente nessa zanga, nessa birra e nessa disfarçada má vontade que está a minha graça. Coisas de personalidade, eu diria.Não foram poucas as pessoas que – depois de conviverem comigo mais intimamente – se disseram surpreendidas com minha porção terna, carinhosa e até delicada (sem a afetação do conceito, please). Acreditem vocês ou não, eu tenho uma fama terrível, quase de ogro. As pessoas das minhas relações se dividem mais ou menos assim:O primeiro grupo são aqueles os que me acham apenas antipático e inacessível. Acreditam na minha arrogância e frieza. Me enquadram como um chato. O segundo grupo se constitui dos que trabalharam comigo ou conviveram de alguma forma no meu universo profissional. Estes têm medo, quase pavor, da minha retidão e minha excessiva cobrança pela perfeição nos trabalhos realizados. Reza a lenda de que quando o Paulo arqueia as sobrancelhas ou enruga a testa é melhor correr.O terceiro grupo é uma galera que não perde a chance de apontar o dedo para mim e gritar “moleque”. Me resumem a um eterno imaturo. Um Peter Pan tupiniquim. Olham desconfiados para minhas roupas, meus brincos e colares. E acham condenável que eu ainda curta “parque de diversões”.Para todos estes estou cagando e andando. Perdão pela sinceridade, guys! É o quarto grupo que me interessa. Um grupo formado pelos que são realmente especiais. Os eleitos. É o menor dos grupos, admito. Mas é também onde me permito ser apenas eu. Sem capas, máscaras e escudos. São as pessoas com as quais não me sinto cobrado a ser herói e nem remorso de ser vilão. São os que já me viram nos piores e melhores dias, já me viram triste e que já conhecem todas as minhas cicatrizes.Estou falando disso porque muitas vezes a gente fica se martirizando com os eventuais [maus] conceitos que as pessoas fazem a nosso respeito. E isso, em suma, não faz a menor importância. Você não vai agradar a todos. Nem Jesus e nem Dolce & Gabbana conseguiram. Portanto, desencana. Basta seguir vivendo.