domingo, 7 de setembro de 2008

Vermelho


Qualquer palavra que seja, não irá apagar o que fiz, nem mesmo amenizar. Por isso, agora, não vou tentar me arrepender ou flagelar. Vou deixar o sangue escorrer até que o chão fique vermelho, como o deserto que povoa minha vida e até que a vida deserte o corpo ainda úmido. E não escrevo pra explicar, o contrário, quero saber que nunca vão me entender. Por mais que tentem, percorram vestígios, suspeitem, criem hipóteses, jamais tocarão no que levarei comigo: os meus porquês. Só notarão o que vêem, as letras trêmulas de prazer, as marcas de sangue na folha e o deserto vermelho no chão, no corpo e em mim.

Daniel e Thiago
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

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