Cariocas e Paulistas reacendem velhas discussões sobre o samba.
Em abril deste ano, o compositor Livio Tragtemberg e o jornalista Luiz Fernando Vianna se engalfinharam em uma rixa que parece jamais sepultada: a rivalidade entre o samba carioca e o samba paulista. Alvo de discussões históricas e estudos complexos, o emblemático ritmo encontrou nos morros do Rio seus principais expoentes e logo se espalhou por outras regiões do país, fundindo-se a gêneros locais. Na Terra da Garoa, foi inicialmente acolhido no interior e mais tarde chegou às ruas da capital, onde absorveu certas características da cultura metropolitana. Ainda que não tenha alcançado a repercussão de seu irmão mais célebre, o samba paulista tem muita história para contar. O ritmo que veio do interior
É na pequena cidade de Pirapora do Bom Jesus, localizada a cerca de 50 km da capital, que boa parte das raízes do samba paulista remonta. Antigo reduto de romarias, o lugarejo concentrou a tradição e ritmo de escravos e descendentes que freqüentavam festejos religiosos entre o final do século XIX e início do século XX. Incorporando batuques interioranos de regiões como Campinas, Sorocaba, Capivari, Rio Claro e outras cidades, os negros moldavam um samba tipicamente rural, alicerçado em improvisações de canto e coro, que prescindiam de instrumentos como zabumba e bumbo. Embora o tempo tenha tratado de esmaecer algumas características fundamentais do samba de Pirapora, muitos de seus filhos, emigrados para a zona urbana, conduziram os genes do samba de bumbo para a cidade, o que seria essencial para o surgimento dos primeiros cordões e escolas de samba paulistanas.Sediados na região central de São Paulo, principalmente nos bairros do Glicério, Bexiga e Barra Funda, os blocos, agremiações e cordões pioneiros eram alimentados pelo samba trazido do interior. Maior campeã do carnaval paulistano, a Vai-Vai tomou corpo a partir do antigo bloco Saracura, da Bela Vista, assim como muitas outras escolas surgiram pautadas por descendentes africanos e imigrantes europeus residentes de bairros operários. Em cada velha guarda dessas agremiações é possível descobrir verdadeiras pérolas do samba paulista e do saudoso carnaval de rua, carinhosamente guardadas por antigos baluartes, personificações de uma história que perdura por décadas.
Um ícone do Samba Sampa (vale o trocadilho) é João Rubinato, musicalmente conhecido como Adoniran Barbosa.
Adoniran Barrosa nao foi apenas um compositor criativo,um ator de radionovelas eficiente e um cronista popular. Para entender um pouco o que ele realmente foi e significou, é preciso mais que simplesmente perceber suas qualidades de artista e de marco da música popular brasileira; é preciso notar qual sua principal característica, que era a de ser transparente. Transparente o suficiente para que podéssemos olhar através dele e enxergar as ruas da cldade, os cortiços e o modo de vida do povo se processando no silêncio, nos acordes e nos versos de seus sambas.
Adoniran Barrosa nao foi apenas um compositor criativo,um ator de radionovelas eficiente e um cronista popular. Para entender um pouco o que ele realmente foi e significou, é preciso mais que simplesmente perceber suas qualidades de artista e de marco da música popular brasileira; é preciso notar qual sua principal característica, que era a de ser transparente. Transparente o suficiente para que podéssemos olhar através dele e enxergar as ruas da cldade, os cortiços e o modo de vida do povo se processando no silêncio, nos acordes e nos versos de seus sambas.
Aperte o play e curta um pouco de Adoniran na belíssima interpretação de Demônios da Garoa.
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...
Adoro Adoniram Barbosa, achei q vc foi mto feliz em dedicar a ela uma postagem! Os causos dele me desperta total atencao! Ja escrevi sobre ele tb em meu blog. Gosto mto da cancao Abrigo de Vagabundos q Clara Nunes gravou! E caraca, nao sabia q ele se chamava Joao Rubinato! Seu blog eh uma enciclópedia! Enciclopédia do Mago das Alterosas! Mil abracos pra vc!
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