
Rafael Almeida Teixeira . o grapiúna



- O sábio não se exibe e vejam como é notado. Renuncia a si mesmo e jamais será esquecido.
- A alma não tem segredo que o comportamento não revele. 
- O sábio não se exibe e vejam como é notado. Renuncia a si mesmo e jamais será esquecido. 
- A alma não tem segredo que o comportamento não revele. 
Lao-Tsé
 Paulo Braccini
Paulo Braccini

 (... é mais nítido agora o silêncio que me envolve. como se a morte ou apenas o pressentimento dela viesse , de mansinho, ao meu encontro). (Anoto nas paredes o eco dos teus passos, mensageiro do mais remoto assombro em que te sei.) _______ in "Uma extensa mancha de sonhos"
 (... é mais nítido agora o silêncio que me envolve. como se a morte ou apenas o pressentimento dela viesse , de mansinho, ao meu encontro). (Anoto nas paredes o eco dos teus passos, mensageiro do mais remoto assombro em que te sei.) _______ in "Uma extensa mancha de sonhos" Graça Pires. (último livro publicado)
Publicado p or Isabel Mendes Ferreira . Blog O Piano
or Isabel Mendes Ferreira . Blog O Piano
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...









 
 

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Diz nos meus olhos
Dream little dream of me
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Paulo Braccini
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 A vida só é possível
A vida só é possívelPaulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...


Não são as más ervas que sufocam o grão, é a negligência do cultivador.
Confúcio
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...


 Considerada a maior intérprete de Noel Rosa, Aracy de Almeida começou cantando em igrejas do subúrbio do Rio até ser levada para o rádio por intermédio de Custódio Mesquita, que a ouviu cantar em 1933. Logo fez fama como intérprete de sambas nas rádios Philips, Mayrink Veiga, Ipanema e Tupi, e fez história com gravações antológicas de "Palpite Infeliz" (N. Rosa), "Tenha Pena de Mim" (C. Sousa/ Babaú), "Fez Bobagem (Assis Valente), "Camisa Amarela" (Ary Barroso) e "Feitiço da Vila" (N. Rosa/ Vadico). Foi, ao lado de Carmen Miranda, a maior cantora de sambas dos anos 30. Depois de atuar com sucesso na boate Vogue em Copacabana na década de 40, entre 1950 e 1951 gravou dois álbuns dedicado a Noel Rosa, que seriam responsáveis pela reavaliação da obra do poeta da Vila. Tinha uma personalidade franca e boêmia, falava sempre o que queria, e sua maneira de cantar foi determinante para definir os rumos do samba cantado por voz feminina. No final da vida atuava como jurada do programa A Buzina do Chacrinha e do Show de Calouros do Programa Silvio Santos, do SBT, em que era conhecida por dar notas baixas a quase todos os calouros.
 Considerada a maior intérprete de Noel Rosa, Aracy de Almeida começou cantando em igrejas do subúrbio do Rio até ser levada para o rádio por intermédio de Custódio Mesquita, que a ouviu cantar em 1933. Logo fez fama como intérprete de sambas nas rádios Philips, Mayrink Veiga, Ipanema e Tupi, e fez história com gravações antológicas de "Palpite Infeliz" (N. Rosa), "Tenha Pena de Mim" (C. Sousa/ Babaú), "Fez Bobagem (Assis Valente), "Camisa Amarela" (Ary Barroso) e "Feitiço da Vila" (N. Rosa/ Vadico). Foi, ao lado de Carmen Miranda, a maior cantora de sambas dos anos 30. Depois de atuar com sucesso na boate Vogue em Copacabana na década de 40, entre 1950 e 1951 gravou dois álbuns dedicado a Noel Rosa, que seriam responsáveis pela reavaliação da obra do poeta da Vila. Tinha uma personalidade franca e boêmia, falava sempre o que queria, e sua maneira de cantar foi determinante para definir os rumos do samba cantado por voz feminina. No final da vida atuava como jurada do programa A Buzina do Chacrinha e do Show de Calouros do Programa Silvio Santos, do SBT, em que era conhecida por dar notas baixas a quase todos os calouros.Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...
 Elizete Moreira Cardoso nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de Julho de 1920. Nasceu em São Francisco Xavier, perto do morro de Mangueira; o pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar. Cedo precisou trabalhar e, entre 1930 e 1935, foi balconista, peleteira, funcionária de uma fabrica de saponáceos e cabeleireira, ate ser descoberta, na festa de seu 16º aniversario, por Jacó do Bandolim, que a convidou para fazer um teste na Rádio Guanabara. Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se no Programa Suburbano, ao lado de Vicente Celestino, Araci de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal da mesma rádio. Depois, passou pela Rádio Educadora, programa Samba e Outras Coisas, e por outras emissoras do Rio de Janeiro. Mas, como os salários eram baixos, no começo de 1939 começou a fazer shows em circos, clubes e cinemas, apresentando um quadro com Grande Otelo, que se repetiria por quase dez anos: Boneca de piche (Ari Barroso e Luís Iglesias). O sucesso das apresentações e seu talento de passista lhe valeram o convite para ingressar como sambista em uma companhia de revista, onde conheceu Ari Valdez, com quem se casou no final de 1939. O casamento durou pouco, resolveu então trabalhar em boates como taxi-girl, atividade que exerceria por muito tempo. Em 1941, tornou-se crooner de orquestras, chegando a ser uma das atrações do dancing Avenida, que deixou em 1945, quando se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde e para apresentar-se na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa Pescando Humoristas. Regressou ao Rio de Janeiro em meados de. Em 1948, foi contratada pela Rádio Mauá para o programa Alvorada da Alegria; mas logo a seguir transferiu-se para a Rádio Guanabara. Em 1950, graças a Ataulfo Alves, gravou pela primeira vez na Star, cantando Braços vazios e Mensageiro da saudade, mas não chegou a ter êxito. O sucesso veio na segunda gravação, realizada na Todamérica em 1950, com a música Canção de amor, tendo no outro lado do disco o samba Complexo. O grande êxito de Canção de amor levou-a a Rádio Tupi e, em 1951, a uma participação no primeiro programa de televisão no Rio de Janeiro (TV Tupi) e nos filmes Coração materno, de Gilda de Abreu, e É fogo na roupa, de Watson Macedo. Ainda em 1951, foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga e pela boate Vogue, e gravou um dos seus maiores sucessos, Barracão. Em 1952, além de atuar no filme O rei do samba, de Luís de Barros, gravou Maus tratos e Nosso amor, nossa comédia. Em 1953 participou do show Feitiço da Vila, na boate Casablanca, no Rio, estreando-o em São Paulo no ano seguinte, quando foi contratada pela Rádio e TV Record. Ainda em 1954, deixou a Rádio Tupi e foi para a TV Rio; logo depois gravou seu primeiro LP pela Todamerica e apresentou-se no Uruguai. No ano seguinte, trabalhou em outro filme, Carnaval em lá maior, de Ademar Gonzaga, e lançou seu primeiro LP, Canções a meia-luz com Elizeth Cardoso (Continental). Passou, em 1956, para a gravadora Copacabana, onde lançou a maior parte de seus grandes sucessos. Em 1961, aproveitando o sucesso dos discos anteriores, lançou Meiga Elizeth n.º 2, e Sax voz n.º 2, sem muita repercussão se comparados ao LP Elizeth interpreta Vinícius (1963). A 16 de novembro de 1964, após lançar o quinto disco da serie Meiga Elizeth, deu um importante recital no Teatro Municipal, de São Paulo, interpretando as Bachianas Brasileiras nº 5, e, em março do ano seguinte, participou do espetáculo Rosa de ouro, que deu origem ao LP Elizeth sobe o morro, um marco da discografia brasileira. Ainda em 1965, em agosto, iniciou na TV Record, de São Paulo, o programa Bossaudade, que teve grande êxito por quase dois anos. Terminou o ano de 1965 participando do espetáculo Vinícius, poesia e canção, no Teatro Municipal de São Paulo. Em 1974 foi homenageada pela Escola de Samba Unidos de Lucas, que obteve o segundo lugar no desfile com o tema Mulata maior, a Divina, e teve sua interpretação de Carolina (Chico Buarque) incluída no filme francês O jogo com o fogo, de Alain Robbe-Grillet. No inicio de 1975 apresentou-se com imenso sucesso em Paris, no Festival do Mercado Internacional de Discos e Editoras Musicais (MIDEM). No ano seguinte, passou a apresentar o programa Brasil Som 7, na TV Tupi de São Paulo, e lançou Elizeth Cardoso, ainda pela Copacabana. Em 1981 participou do Projeto Seis e Meia e do Projeto Pixinguinha. No inicio de 1982 estreou no Rio de Janeiro o espetáculo Reencontro e lançou seu terceiro LP pela Som Livre: Outra vez. Em 1986, em comemoração aos seus 50 anos de carreira, estreou no Scala do Rio de Janeiro o espetáculo Luz e esplendor e lançou um disco de mesmo nome, pela Arca Som. Em agosto de 1987, com o Zimbo Trio, o Choro Carioca e Altamiro Carrilho, realizou sua terceira e mais longa excursão pelo Japão, quando descobriu que estava com câncer. Em janeiro de 1988 participou da gravação de um disco com a obra de Herivelto Martins, lançado em 1993 pela Funarte: Que rei sou eu?. Ainda em 1988, foi a grande ovacionada no 1º Prêmio Sharp de Musica, e, depois, participou do projeto Som do meio-dia, ambos no Rio de Janeiro. Em 1989, ao lado de Rafael Rabelo, apresentou-se novamente no projeto Seis e meia, no Teatro João Caetano, e realizou suas ultimas gravações: Ari amoroso (LP brinde de uma fabrica de moveis) e Todo sentimento, lançado em 1991 pela Sony Music. Em 1994, Sérgio Cabral lançou Elizeth Cardoso, uma vida, Ed. Lumiar, RJ. Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México. Durante quase sete décadas de vida artística, interpretou quase todos os gêneros, tendo-se fixado no samba, que cantava com extraordinária personalidade, o que lhe valeu vários apelidos como A Noiva do Samba-Canção, Lady do Samba (pelo seu donaire ao cantar) e outros como Machado de Assis da Seresta, Mulata Maior, A Magnifica (apelido dado por Mister Eco), a Enluarada (por Hermínio Bello de Carvalho). Nenhum desses títulos, porem, se iguala ao criado por Haroldo Costa e que permaneceu para sempre ligado ao seu nome – A Divina. Faleceu em 07 de Maio de 1990.
Elizete Moreira Cardoso nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de Julho de 1920. Nasceu em São Francisco Xavier, perto do morro de Mangueira; o pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar. Cedo precisou trabalhar e, entre 1930 e 1935, foi balconista, peleteira, funcionária de uma fabrica de saponáceos e cabeleireira, ate ser descoberta, na festa de seu 16º aniversario, por Jacó do Bandolim, que a convidou para fazer um teste na Rádio Guanabara. Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se no Programa Suburbano, ao lado de Vicente Celestino, Araci de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal da mesma rádio. Depois, passou pela Rádio Educadora, programa Samba e Outras Coisas, e por outras emissoras do Rio de Janeiro. Mas, como os salários eram baixos, no começo de 1939 começou a fazer shows em circos, clubes e cinemas, apresentando um quadro com Grande Otelo, que se repetiria por quase dez anos: Boneca de piche (Ari Barroso e Luís Iglesias). O sucesso das apresentações e seu talento de passista lhe valeram o convite para ingressar como sambista em uma companhia de revista, onde conheceu Ari Valdez, com quem se casou no final de 1939. O casamento durou pouco, resolveu então trabalhar em boates como taxi-girl, atividade que exerceria por muito tempo. Em 1941, tornou-se crooner de orquestras, chegando a ser uma das atrações do dancing Avenida, que deixou em 1945, quando se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde e para apresentar-se na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa Pescando Humoristas. Regressou ao Rio de Janeiro em meados de. Em 1948, foi contratada pela Rádio Mauá para o programa Alvorada da Alegria; mas logo a seguir transferiu-se para a Rádio Guanabara. Em 1950, graças a Ataulfo Alves, gravou pela primeira vez na Star, cantando Braços vazios e Mensageiro da saudade, mas não chegou a ter êxito. O sucesso veio na segunda gravação, realizada na Todamérica em 1950, com a música Canção de amor, tendo no outro lado do disco o samba Complexo. O grande êxito de Canção de amor levou-a a Rádio Tupi e, em 1951, a uma participação no primeiro programa de televisão no Rio de Janeiro (TV Tupi) e nos filmes Coração materno, de Gilda de Abreu, e É fogo na roupa, de Watson Macedo. Ainda em 1951, foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga e pela boate Vogue, e gravou um dos seus maiores sucessos, Barracão. Em 1952, além de atuar no filme O rei do samba, de Luís de Barros, gravou Maus tratos e Nosso amor, nossa comédia. Em 1953 participou do show Feitiço da Vila, na boate Casablanca, no Rio, estreando-o em São Paulo no ano seguinte, quando foi contratada pela Rádio e TV Record. Ainda em 1954, deixou a Rádio Tupi e foi para a TV Rio; logo depois gravou seu primeiro LP pela Todamerica e apresentou-se no Uruguai. No ano seguinte, trabalhou em outro filme, Carnaval em lá maior, de Ademar Gonzaga, e lançou seu primeiro LP, Canções a meia-luz com Elizeth Cardoso (Continental). Passou, em 1956, para a gravadora Copacabana, onde lançou a maior parte de seus grandes sucessos. Em 1961, aproveitando o sucesso dos discos anteriores, lançou Meiga Elizeth n.º 2, e Sax voz n.º 2, sem muita repercussão se comparados ao LP Elizeth interpreta Vinícius (1963). A 16 de novembro de 1964, após lançar o quinto disco da serie Meiga Elizeth, deu um importante recital no Teatro Municipal, de São Paulo, interpretando as Bachianas Brasileiras nº 5, e, em março do ano seguinte, participou do espetáculo Rosa de ouro, que deu origem ao LP Elizeth sobe o morro, um marco da discografia brasileira. Ainda em 1965, em agosto, iniciou na TV Record, de São Paulo, o programa Bossaudade, que teve grande êxito por quase dois anos. Terminou o ano de 1965 participando do espetáculo Vinícius, poesia e canção, no Teatro Municipal de São Paulo. Em 1974 foi homenageada pela Escola de Samba Unidos de Lucas, que obteve o segundo lugar no desfile com o tema Mulata maior, a Divina, e teve sua interpretação de Carolina (Chico Buarque) incluída no filme francês O jogo com o fogo, de Alain Robbe-Grillet. No inicio de 1975 apresentou-se com imenso sucesso em Paris, no Festival do Mercado Internacional de Discos e Editoras Musicais (MIDEM). No ano seguinte, passou a apresentar o programa Brasil Som 7, na TV Tupi de São Paulo, e lançou Elizeth Cardoso, ainda pela Copacabana. Em 1981 participou do Projeto Seis e Meia e do Projeto Pixinguinha. No inicio de 1982 estreou no Rio de Janeiro o espetáculo Reencontro e lançou seu terceiro LP pela Som Livre: Outra vez. Em 1986, em comemoração aos seus 50 anos de carreira, estreou no Scala do Rio de Janeiro o espetáculo Luz e esplendor e lançou um disco de mesmo nome, pela Arca Som. Em agosto de 1987, com o Zimbo Trio, o Choro Carioca e Altamiro Carrilho, realizou sua terceira e mais longa excursão pelo Japão, quando descobriu que estava com câncer. Em janeiro de 1988 participou da gravação de um disco com a obra de Herivelto Martins, lançado em 1993 pela Funarte: Que rei sou eu?. Ainda em 1988, foi a grande ovacionada no 1º Prêmio Sharp de Musica, e, depois, participou do projeto Som do meio-dia, ambos no Rio de Janeiro. Em 1989, ao lado de Rafael Rabelo, apresentou-se novamente no projeto Seis e meia, no Teatro João Caetano, e realizou suas ultimas gravações: Ari amoroso (LP brinde de uma fabrica de moveis) e Todo sentimento, lançado em 1991 pela Sony Music. Em 1994, Sérgio Cabral lançou Elizeth Cardoso, uma vida, Ed. Lumiar, RJ. Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México. Durante quase sete décadas de vida artística, interpretou quase todos os gêneros, tendo-se fixado no samba, que cantava com extraordinária personalidade, o que lhe valeu vários apelidos como A Noiva do Samba-Canção, Lady do Samba (pelo seu donaire ao cantar) e outros como Machado de Assis da Seresta, Mulata Maior, A Magnifica (apelido dado por Mister Eco), a Enluarada (por Hermínio Bello de Carvalho). Nenhum desses títulos, porem, se iguala ao criado por Haroldo Costa e que permaneceu para sempre ligado ao seu nome – A Divina. Faleceu em 07 de Maio de 1990.Paulo Braccini,
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Abelim Maria da Cunha, verdadeiro nome de Ângela Maria, nasceu em Macaé, RJ, em 13 de maio de 1928. Desde menina cantava em coro de igrejas protestantes. Foi operária tecelã, mas sonhava com o radio, embora a família – por princípios religiosos – fosse contra a carreira artística. Por volta de 1947, começou a freqüentar programas de calouros. Apresentou-se na Hora do Pato, de Jorge Curi, na Radio Nacional, e no programa de calouros de Ari Barroso, na Rádio Tupi. Usando o nome de Ângela Maria, para não ser descoberta pela família, participou também do Trem da Alegria, dirigido pelo "Trio de Osso" (os magérrimos Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli), na Radio Nacional. Logo sua voz foi se tornando conhecida dos ouvintes, o que dificultou sua participação nesses programas, pois ela estava deixando de ser caloura. Nessa época, era inspetora de lâmpadas numa fabrica da General Eletric e, decidindo tentar realmente a carreira de cantora, abandonou a família e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso. Em 1948 conseguiu lançar-se como crooner no Dancing Avenida. Em sua noite de estréia, cantou Olhos verdes. No dancing, foi ouvida pelos compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho, que a apresentaram a Gilberto Martins, diretor da Radio Mayrink Veiga. Feito o teste, começou carreira na emissora, interpretando musicas de Othon Russo e Ciro Monteiro, compositores que a ajudaram a criar um repertório pessoal, abandonando a influência de Dalva de Oliveira. Firmando-se a partir de 1950 como intérprete, em 1951 estreou em disco com Sou feliz (Augusto Mesquita e Ari Monteiro) e Quando alguém vai embora (Ciro Monteiro e Dias Cruz), na Victor. No ano seguinte, sua gravação do samba Não tenho você (Paulo Marques e Ari Monteiro) bateu recordes de venda, marcando o primeiro grande sucesso de sua carreira. Durante a década de 1950, atuou intensamente no rádio, apresentando-se na Radio Nacional, nos programas de César de Alencar e Manuel Barcelos, e na Rádio Mayrink Veiga, como a estrela de A Princesa Canta, nome derivado de seu titulo de Princesa do Radio, um dos muitos que recebeu em sua carreira. Em 1954, em concurso popular, tornou-se a Rainha do Radio, e no mesmo ano estreou no cinema, participando do filme Rua sem sol. Apelidada Sapoti pelo presidente Getúlio Vargas, tornou-se a cantora mais popular do Brasil durante a década de 1950, alcançando os maiores êxitos com os sambas-canções Fósforo queimado, Vida de bailarina, Orgulho, Ave Maria no morro, e Lábios de mel, alem da canção afro-cubana Babalu. Voltando a gravar na RCA Victor em fins da década de 1950, em 1963 viajou para Portugal e África, cantando para soldados portugueses que então lutavam nas colônias. Um de seus grandes êxitos na segunda metade da década de 1960 foi a canção Gente humilde (Garoto, Chico Buarque e Vinícius de Moraes). Em 1975, com 25 anos de uma carreira de muitos sucessos, preferia apresentar-se em clubes do interior ou em churrascarias das grandes cidades, ambientes onde, ao contrario da televisão e das boates sofisticadas, sentia mais de perto a reação do povo. Em 1979, com João da Baiana, participou do documentário Maxixe, a dança perdida. Em 1982 foi lançado o LP Odeon com Ângela Maria e Cauby Peixoto, primeiro encontro em disco dos dois intérpretes. Em 1992 apresentou-se com Cauby no show Canta Brasil, com grande sucesso de publico, sendo lançado em disco Ângela e Cauby ao vivo. Considerada, ao lado de Elis Regina, uma das mais puras vozes da musica popular brasileira, continua a apresentar-se em espetáculos e em televisão.
Aperte o play e sinta toda a exuberância desta grande cantora da MPB.
Paulo Braccini
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