Por muitos anos o Rio de Janeiro ocupou um espaço mítico em minha vida. Precisamente dos 22 aos 27/28 anos. Meu destino frequente, era a Cidade Maravilhosa, perfeita, linda, mas tinha um senão: "os cariocas" [rs]. Amava tudo aquilo mas não gostava dos cariocas com seu ar marrento e arrogante [metido a besta mesmo].
Depois conheci São Paulo e o encantamento foi total. Enfim eu tinha encontrado a cidade dos sonhos do Bratz. Perfeita em tudo. Desde então e, aliado à onda de violência no Rio [propalada de forma agressiva pela mídia] afastei do Rio física e emocionalmente.
Estive duas ou três vezes rapidamente por lá, mas sempre a trabalho e não pude curtir a cidade de forma a constatar algo que me motivasse outra vez a amá-la.
O tempo foi passando e um medo neurótico e inexplicável em se tratando de Bratz [sempre amante dos desafios] foi se apossando de mim e levando a postergar uma nova investida por aquelas bandas.
Mas este dia chegou: 03/05/2012.
Desde o primeiro contato com o Rio, ainda do alto quando o avião sobrevoava alguns de seus pontos referenciais, uma nova sensação e um novo sentimento foi se alicerçando em mim.
O Rio de hoje não se mostrou mais com aquela aura mítica dos anos 70. Uma cidade muito bonita sim, mas desmistificada. Uma cidade como outras tantas. O carioca! Que surpresa agradabilíssima! Um povo simpático, simples, comunicativo, atencioso, tranquilo, bonito, sem o ar marrento dos anos 70. Um povo que caminha pela rua com naturalidade e um semblante de paz, o que me proporcionou, de imediato, uma sensação de segurança.
Curiosidades, fatos e destaques que me chamaram a atenção: O carioca não fuma [#fato]. Como é difícil ver um fumante nas ruas. O Rio tem mais táxi que carro [rs] ... a gente só vê carro amarelo e azul. O centro histórico é lindo ... destaque para as áreas revitalizadas como Santa Tereza com seus casarões, restaurantes e a Lapa com sua moçada fervendo em barzinhos super legais.
Quanto à zona sul foi meio que decepcionante, perdeu muito de sua exuberância, exceto a região do Leblon nas imediações da Lagoa Rodrigo de Freitas. Dentre as decepções maiores está Ipanema. Mas que fique claro, esta é uma percepção pessoal e tomada em comparativo com o Rio dos anos 70 em todo o seu apogeu e glamour.
A vida gay no Rio tem suas particularidades que a difere de outras cidades como São Paulo e Belo Horizonte. Lá, os gays, em sua grande maioria, não arvoram-se com tal. Se você não estiver com o "gaydar" ligado não vai ser muito fácil perceber quem está de seu lado. Demonstração pública de afeto nem pensar. Inteiramente o oposto do que ocorre com a mais absoluta naturalidade em São Paulo e Belo Horizonte. Já as meninas lésbicas, também ao contrário das paulistanas e belo-horizontinas, já são mais ostensivas tanto em sua expressão quanto ao comportamento em público. Não se escondem tanto quanto os gays. Claro que tudo isto tem fator cultural envolvido e não vai aqui nenhum juízo de valor ou crítica. Apenas uma percepção minha.
Para finalizar, já que a postagem começou a se estender demais, não poderia deixar de registrar o carinho, a atenção e a disponibilidade dos amigos blogueiros que ali residem e que tivemos a magnífica oportunidade de conhecer. Raphael Martins, Juan Hefestion, Daniel Braga, Julio Vanelis, Átilas Melo, Gabriel Bruno e Junnior Nery [pela ordem de chegada - rs].
Pessoas finíssimas, agradáveis, bom astral, alegres e comunicativas, que ajudaram esta viagem de Bratz & Elian ficar registrada em nossas memórias como inesquecível.
Derrubados todos os mitos que povoavam a mente do Bratz, com certeza, muito em breve, estarei repetindo a dose e programando uma nova estada na Cidade Maravilhosa que continua linda ... bem melhor que o Rio dos anos 70, pois está mais real e mais humana.
Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje...