sexta-feira, 6 de março de 2009

Ele


Ele afundou o corpo nele o mais que pôde, como se assim pudesse aprisionar um instante, como se assim pudesse aprisionar o amor. E ele, querendo as respostas que a vida não lhe entrega e que só o outro é capaz de abrigar dentro de si, puxou os seus quadris com a ânsia de escorregar para dentro dele e ali ficar. Ele foi capaz de dividir-se assim ao meio: a metade de baixo a sobrepor-se forte, desfalecendo as resistências do outro e a de cima a ampará-lo doce, beijando e acarinhando os seus medos.
Adaptado de Rita Apoena
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

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