segunda-feira, 20 de março de 2017

Mais um pouco sobre Cafuçus!



Seguindo a saga dos Cafuçus!

Tacos, Bolas e Caçapas!

O Bratz é um cara experiente e vivido. Mas ele mesmo se surpreende em determinadas circunstâncias.
Há algum tempo venho observando o vai e vem de fregueses em um bar recém aberto aqui perto de casa. Tipos interessantes que, só na observação despretensiosa, já me causava um certo frisson.
Daí, resolvi programar uma passagem por lá para reconhecimento do local.
As tardes de sábado já estava configurado como o dia mais movimentado.
Fui.
Ao chegar pedi uma cerveja, me dirigi ao setor de maior agito e encostei na murada com minha bebida companheira.
Ambiente quente, cheiro de cigarro e de cerveja, machos sem camisas exibindo suas peles pardas, tipicamente trajados com suas bermudas florais e suas havaianas.
Isto é o suficiente para tirar o Bratz do sério.
O que faziam?
Jogavam sinuca. Sim! Sinuca.
Aquele esporte que envolve tacos, bolas e caçapas.
Quando falamos de tacos, bolas e caçapas estamos tratando de uma assunto sobre o qual tenho mestrado e doutorado.
Fiquei ali a observar como os cafuçus se divertiam com a prática. Tão compenetrado estava que, em um determinado momento, um deles me pergunta:
- E aí quer jogar?
Meio que constrangido respondi:
- Não tenho as manhas!
Ele insiste:
- Concentração, firmeza, percepção e determinação. Só isto!
Estas palavras vindas de um macho cafuçu me aguçou ainda mais.
Cafuçu intelectualizado? OMG!
Fiquei na minha e retruquei:
Deixa para a próxima!
Vou fazer a próxima jogada, a partida está no final, veja só!
Aproximei-me da mesa e fiquei atento.
O macho segurou firme o taco, preparou a ponta com giz, observou a mesa sob vários ângulos. Reclinou-se sobre ela o que proporcionou-me uma visão do paraíso: Braços fortes, axilas com pelos aparados, peitoral definido, abdômen no lugar, pernas grossas e pés que fugiram da sandália e se mostravam perfeitos. Apertei os olhos e voltei a me concentrar no que ele fazia. Duas tacadas e 3 bolas na caçapa. Percebi que a mesa ficou quase vazia. Só duas bolas restavam - uma branca e uma preta - perfeitamente alinhadas em direção a uma caçapa não muito distante.
Ele olha para mim, me estende o taco e fala em um tom que me soou autoritário:
Vai lá e mata a última! Tá fácil!
Não resisti àquela determinação de um macho que me extasiava.
Peguei o taco com firmeza, bolinei a sua ponta com giz, percebi as duas bolas alinhadas e reluzentes e concentrei-me em uma miragem do cafuçu imaginando-o ali, nu, deitado sobre a mesa. Com determinação dei a tacada final. Uma das bolas inicia o seu movimento em direção à outra. Um som seco de colisão se fez ouvir. A primeira perde força e diminui a sua movimentação, enquanto a outra ganha impulso pela força recebida e caminha célere rumo ao seu destino final. Outro som se faz ouvir e a bola 7 cai na caçapa definitivamente abatida.
Ele coloca sua mão pesada sobre meu ombro e diz:
- Viu! Fácil né?
Olhei para ele e acenei com a cabeça em sinal de concordância.
Peguei meu copo e estendi a ele. Ele agradece, pega o seu e brindamos.
Vamos "jogar" agora?
Respondi:
- Claro! Bora!
Voltei à murada e continuei a tomar minha cerveja e a observar os machos cafuçus em seu divertimento com tacos, bolas e caçapas.

ps: postado originalmente em 24 de agosto de 2011.

Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...

14 comentários:

  1. oi, Paulo!
    Minha irmã tem uma mesa de sinuca, mas até hoje, não aprendi a jogar... sou "café-com-leite." Mas dou lá as minhas tacadas...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu sempre fiquei só na vontade também Ana ... Sinuca e Bicicleta! Acredita?

      rs

      Beijão Ana!

      Excluir
  2. A ler isto:

    http://expresso.sapo.pt/internacional/2017-03-18-Brasil-es-pagina-virada-descartada-do-meu-folhetim

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Para você ver a quanto andam as coisas por aqui. Mas dias melhores haverão de vir. Nos livramos dos PTralhas. Falta por o chefe na cadeia. Este ano ainda celebraremos isto.

      Beijão

      Excluir
  3. Me fez lembrar de bons tempos no bairro onde fui criado e que fiz minhas primeiras amizades gays. Tinha um bar cujo dono curtia a nossa presença, embora não pudesse assumir sua predileção. Mas foram tempos de muita tacadas, musica e cafuçus disponíveis pra ensinar-nos a pegar no taco.Oh my! Tempos bons!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom te ver de novo por aqui Augusto. Sim, os bons e velhos tempos foram muito especiais mesmo. Tudo era diferente e mais leve. Que pena q as coisas mudaram ... para pior ...

      Beijão

      Excluir
  4. Muito curioso com o que aconteceu depois ;)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Depois, Francisco, terminei minha cerveja e fui para casa ... o inusitado, por vezes, me deixa sem ação emocional ... rs

      Beijão

      Excluir
  5. Belo texto, nunca joguei, embora meu marido goste tanto de jogar com amigos, agora nem tanto, mas só quando vamos à casa da praia, lá tem uma boa mesa onde se divertem!
    Abraços apertados, como sempre, gosto de ler por aqui e aproveito para agradecer o carinho de sua visita sempre esperada!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelo carinho de sempre Ivone. Como falei para a Ana eu também não jogo e nem ando de Bike! kkkkk

      Beijão

      Excluir
  6. Meteste a bola no buraco certo! Resta saber se o cafuçu não queria meter outras coisas... em outros buracos! kkkkk

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bem! Se ele queria fiquei a saber. Eu queria mas o passional deu lugar ao racional e fiquei a ver navios ... rs

      Beijão João

      Excluir
    2. é sempre assim! A razão sempre nos lixa... Com F bem grande! rs

      Excluir
    3. Lamentável João mas é assim que funciona com F bem garnde! rs
      Quem sabe, em outubro, não desliso por Lisboa e Porto bem ao estilo Poseidon com um cafuçu lusitano ... kkkkkkkkkkkkk

      Beijão

      Excluir

então! obrigado pela visita e apareça mais, sempre teremos emoções para partilhar.

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin