Hoje comemoramos a Inconfidência Mineira e, amanhã o descobrimento do Brasil, Nada mais oportuna que voltar ao tema da postagem anterior, para homenagear nosso novo grito de Liberdade. Para tanto, escolhi este brilhante texto da amiga Ana Bailune, do Blog Liberdade de Expressão que, de forma magnífica e prosaica, analisa os últimos fatos que envolvem o mundo político brasileiro.
Mais uma vez, Ana Vagalume publicará um texto que deveria estar nas escrivaninhas do infer ... digo, dos Cavaleiros do Apocalipse, mas devido à crise, figurará nas dependências desta séria e compenetrada escrivaninha, em caráter provisório, até que mude. Ou não.
Ia Ana Vagalume a caminhar alegremente pelas ruas e praças movimentadíssimas de Fake City (era dia da votação pelo impeachment) quando, ao passar por um belo jardim cheio de moitas, num canto escondido entre bandeiras vermelhas e camisetas vermelhas, ela escutou um conhecido e familiar soluçar de tristeza e indignação. Ela logo exclamou:
-Minha amiga, a Presidenta (ou será ex-Presidenta?) Dilma Tá Russef!
-Olá, Vagalume. Veio aqui para pisar na minha cabeça também?
-Jamais, divina mestra! Vim tentar elevar o seu nível moral... e dizem que nada melhor do que exercícios físicos para conseguir este efeito anti-depressivo! Por que a senhora não vai dar umas pedaladas?
E a Presidenta começa a chhorar ainda mais alto, e Vagalume se desculpa:
-BUÁÁÁÁ!!!
-Oops.. fui mal.
Ao lado da Presidenta, que se encontrava ajoelhada numa poça de lama, causada pela mistura de suas muitas lágrimas à terra da Pátria Mãe Gentil que nunca enjeita, dormia uma cascavel muito parecida com alguém que Ana Vagalume conhecera, mas ela não conseguia lembrar-se quem seria.
Através de um autofalante, Dilma escutava a votação:
-Pela minha família, pelo meu cachorro, pela minha empregada Janete que é gostosa pacas, pela minha mulher que não se separa de mim, apesar da Janete, digo ao povo que voto SIIIMMMM!!!!!
-Pela moralização do país, pela Lava-jato que ainda não chegou até mim, pela minha querida Nação que tanto tem sofrido nas mãos deste governo corrupto (que se recusou a dividir as propinas comigo), eu voto SIIIMMMMM!
-Pelo país, pelo meu filho Joadir, pelo meu falecido pai, que a essa hora está revirando na tumba porque sabe que seu amado filho não tem nem ideia do que está falando, pelos pelos do meu gato, eu voto SIIIMMM!!!
-É com muito pesar que, amando e respeitando a nossa querida Presidenta da República, eu venho aqui para deixar registrado na história, o meu agradecimento ao PT e o meu voto contra o golpe; agradeço a nossa Presidenta e a Lula, que mudaram este país, mas infelizmente, meu partido me mandou votar com eles, ou eu seria mais uma entre os dez milhões de desempregados deste país; portanto, o meu voto é SIIIIIMMMM!!!!!
Dilma chorava copiosamente. Vagalume aproximou-se, tentando segurar-lhe a mão, mas de repente, a Jararaca deu um bote, impedindo-a, pensando que ela estivesse ali para fazer mal à sua querida. Ana Vagalume, recolhendo a mão mais que depressa a fim de salvar-se, ainda pode gritar:
-Calmaí! Eu sou amiga! A-mi-ga!
E a Jararaca, rosnando e espumando pela boca, recolheu-se. Ao ver Ana Vagalume, a Presidenta estendeu-lhe as mãos, e Vagalume, ajudando-a a sentar-se, perguntou:
-O que posso fazer pela senhora, amiga?
-Não desistirei nunca, Vagalume! Daqui eu não saio nem à pedradas! Não vai ter golpe, vai ter LUTA!
-Querida, se você não mudar esse discurso mofado, não vai conseguir se safar... e cuidado, pois o pior pode ainda estar por vir... já pensou na OAB? Seria um golpe ainda maior na sua cabeça. Acho melhor a senhora renunciar.
-Renunciar?! Está ficando maluca?
-É a única maneira de a senhora sair com um pouco de dignidade.
-Tarde demais!
-É, tem razão.
-E nem o Tiririca ficou do meu lado! Pode?!
As bandeiras vermelhas se agitavam com cada vez mais fúria, aos gritos de:
-Vai ter sangue derramado! E vai ser verde e amarelo! Os coxinhas vão ser devorados! País de traidores que não leem, não entendem de política, não conhecem a História!
Ana Vagalume pensou (mas não verbalizou): “Ora, e esse pessoal aí de vermelho conhece a História? Estudou? Vou perguntar a eles onde foi que o Lula se formou, em que faculdade.”
Enquanto isso, passavam bandejas com comida, envelopes contendo trinta e cinco reais e kits passeata, que continham uma camiseta vermelha, uma bandeira vermelha, um Manifesto Comunista e uma caderneta com frases de efeito para serem gritadas durante as manifestações. E Dilma:
-Tanto sacrifício para nada! (chuif)... passei horas cortando pão e colocando mortadela para que o povo não passasse fome, e mandei organizar um bufê de alto luxo para os deputados em Brasília, e mesmo assim, após comerem da minha comida, ainda votaram contra mim!
Ana Vagalume, olhando mais de perto, percebeu que as bandejas dos “trabalhadores” estavam cheias de caviar, lagostas, canapés caríssimos e outras iguarias de fino trato, e as bebidas, eram garrafas de Moet & Chandon, vinhos Chateauneuf du Pape e muito escocês legítimo. Com muito cuidado – pois não queria deprimir ainda mais a Presidenta, Vagalume chamou-lhe a atenção para aquele detalhe:
-Querida... lanchinho luxuoso esse, hein? O povo deve mesmo amar a senhora, e a senhora, o povo!
Ao ver tais iguarias sendo degustadas com as mãos pelo povaréu, Dilma, levando as mãos à cabeça, exclamou, desesperada:
-Ah, não! Mas que meeeerda! Eles trocaram as entregas! Trouxeram a comida que era para o coquetel dos deputados aqui, e levaram os sanduíches de mortadela e o ki-suco para lá!
Ana Vagalume observou:
-Não é à toa que a senhora está perdendo...
Naquele momento, a Jararaca, que estivera quieta durante a conversa, exclamou:
-Mas que droga, hein, querida! Num posso deixa você resolver nada sozinha, que dá merda! Santa incompetência!
Diante daquela bronca, nossa amiga (ex)Presidenta só pode chorar ainda mais copiosamente! E Ana Vagalume, que não desejava ser vista em más companhias, afastou-se dali usando seus óculos escuros estilo Chico Xavier, pensando:
-E agora, quem será o próximo?
por: Ana Baluine
Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...
Já vão tardeee!
ResponderExcluirMau!!! rs
Excluirbeijão
Foi quinhentos e dezasseis anos que nós, portugueses, cruzámos os nossos destinos com essa bela terra. :)
ResponderExcluirum abraço, amigo.
p.s.: Não me pronunciarei sobre o estado actual do panorama político brasileiro, heheh. Já o fiz em duas ocasiões, no meu blogue. :)
*Foi há
ExcluirSim querido amigo e suas considerações foram perfeitas.
ExcluirPrecisa também foi sua observação: 516 anos de laços indissolúveis.
Beijão
Olá, querido Bratz...sensacional essa postagem da Ana...bom f.d.s,abraços!
ResponderExcluirObrigado Felisberto, em meu e em nome da Ana ...
ExcluirBeijão
Grande novela da vida real que se passa no Brasil :-S
ResponderExcluirDigna dos melhores roteiristas de Hollywood. Está bem para House of Cards ... rs
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