Creio que, desde muito pequeno, minha infelicidade, e ao mesmo tempo minha felicidade, foi não aceitar as coisas com facilidade. Não me bastava que explicassem ou afirmassem algo. Para mim, ao contrário, em cada palavra ou objeto começava um itinerário misterioso que às vezes me esclarecia e às vezes chegava a me estilhaçar.
Mais um fim de semana agitado em termos culturais aqui pelas Minas Gerais.
Na sexta-feira fomos assistir ao show da Banda Cover do Abba no Teatro Bradesco.
Um grupo paulistano sensacional que nos fez reviver os saudosos anos 70/80.
Já no sábado fomos ver no Teatro Sesi Minas o Marco Nanini em sua magnífica apresentação de Beije Minha Lápide. Obra dirigida por Bel Garcia e com texto de Jô Bilac retrata o fato de Os fãs de Oscar Wilde (1854-1900) enchiam o túmulo do artista, em Paris, de marcas de batom. Eram centenas e centenas de corações e beijinhos vermelhos espalhados pela grandiosa estátua de pedra no cemitério Père-Lachaise.
Mas em 2011, a pedido da família, a sepultura foi restaurada e ganhou uma proteção de vidro para impedir que os admiradores tivessem contato com o monumento, e, assim, preservá-lo.
"Beije Minha Lápide" parte desse mote para criar sua trama e traz Marco Nanini no papel de Bala, um fã fervoroso do dramaturgo irlandês que é preso após quebrar essa barreira de vidro.
Ele passa o espetáculo inteiro encarcerado dentro de uma estrutura também envidraçada - artifício que, além de fazer um paralelo com a situação do túmulo, possibilita um belo visual por meio de várias projeções de imagens.
Que venham outros assim.
Para vocês, uma mostra destes dois espetáculos imperdíveis.
- Estou dizendo, é o que ele escolheu ou o que lhe foi deixado?
- Não, é o que ele escolheu. Ele escolheu isto. Para se isolar, desaparecer e viver a vida que viveu.
- Bem, talvez ele não pôde encontrar o caminho… não sei… Às vezes, você não pode decidir, é só o que lhe sobra.
Do filme Lluvia . de Alma para Roberto
ps 01: No filme Chuva (Lluvia), Alma e Roberto são duas peassoas que não se conhecem e imersos em sua própria solidão, banidos pela angústia e desamparo da chuva que cai há três dias, tentam sobreviver às suas próprias incertezas, medos e ausências. #ficadica
Mais uma vez fui a Milho Verde aqui pelo interior das Minas Gerais.
Talvez tenha sido uma das melhores estadas por lá, dentre tantas outras. Tempo gostoso, temperatuda amena, um pouco de chuva, tudo verde e florido, cacheiras cheias, gente legal, tranquilidade, amigos, boa comida e boa hospedagem.
Para completar ainda fui a Diamantina na Sexta-Feira Santa rever a lindíssima procissão do enterro que por lá promovem.
É verdade que a motivação principal do passeio foi fazer uma nova Lua de Mel com o Elian e ver se o Coelhinho da Páscoa me dava os ovos prometidos a anos.
Tudo foi perfeito mas o safado, mais uma vez não compareceu com os "ovos". #kitirste!