Banho tomado, fui tomar café em uma "padoka" aqui perto.
Ainda era cedo para a tradicional visita à sogra Sassá!
Fui primeiro ao cemitério conferir as obras de restauração do jazido de família e de lá fui para a casa dela.
Estacionei na vaga de costume, desci e, quando chego na esquina, vejo uma figura típica das manhãs de domingo pelas ruas da Barroca.
Lá vem o Anão Preto com seu conjunto de moletom tamanho XXGG, batendo suas Havaianas pelas calçadas.
Figura ímpar!
Cabelo amassado e olhos ainda empapuçados da cama. Nas mãos uma bacia de "prástico" coberta com um pano de prato meio que surrado. Pendurada no braço uma sacola de supermercado transparente que permitia visualizar dentro bandejas de mussarela e presunto.
Eu parado na esquina do outro lado da calçada.
Ele passa e não me vê!
Normal, pois o Anão também é cego.
Vou atrás e entro na casa da sogra.
A tal bacia continha salada de batatas com maionese e cheiro verde. Claro que para o almoço. O presunto e a mussarela eram para a lasanha que Sassá já preparava.
O Anão Preto fala para a mãe: - Mãe! Guarde estas bandejas com os preços que é para o "Wagní" reembolsar a grana.
Sassá, sem dar muita atenção retruca.
- Veja aqui se a lasanha está cozida e no ponto!
O Anão Preto aproxima-se do fogão onde um caldeirão gigante fumega uma água espumante. Pega um garfo e puxa uma naca de massa da panela, coloca nãos mãos [que insistiam em não se aproximar de uma água com sabão para lavá-las] e leva a naca de massa à boca.
- Deixe mais um pouco, ainda não está no ponto.
Bratz, sentado na área com seu tricô passa o tempo e observa Wagní, o irmão de cima gritando pedindo umas folhas de louro para o frango que cheirava até onde eu estava.
Vejo uma sacolinha de "prástico" amarrada por um barbante descer da casa de cima para a casa de baixo e o Anão Preto colocar as tais folhas de louro. Acho graça na cena.
Dada a hora de ir embora eu me levanto mas, já era tarde.
Os convivas já estavam chegando! Wagní com esposa, filha e noivo, filho e namorada, outra filha e namorado. Macecéia, a neta, com marido e filho. VovõVá, outro irmão só se agregará à festança do "frango com lasanha e maionese" mais tarde pois está trabalhando.
Recuei e, por educação, fiquei mais cinco minutos dando dois dedos de prosa com a turma. Cinco minutos que mais pareceram cinco anos!
Fui para casa e quando chego na porta do prédio vejo que havia uma festa no AP de Bratz.
Festa organizada por hóspedes que chegaram tipo assim: SURPRIIIIIZE!!!, para ficarem 45 dias em minha casa. Isto mesmo! Não são 04 nem 05, são 45 dias.
Meia volta volver!
Fui para o Shopping almoçar sozinho.
Estava lá em minha mesa aguardando o pedido já feito quando vejo na mesa em frente um Padre que foi meu reitor na PUCMG e, com o qual, mantive algum contato quando envolvido em ministrar palestras de Ética para jovens em uma ONG da qual eu fazia parte. Ele, do alto de seus mais de noventa anos me olha com cara de quem me reconhece mas eu me faço cara de paisagem e não dou trela. Fico a observá-lo. Está acompanhado de outro velho beirando também os noventa anos mas, nem assim, com esta idade, conseguiu mascarar os trejeitos de uma "TIA DOIDA" e, de uma PERUA, também com seus oitenta e tantos anos que me fez lembrar a saudosa Zezé Macedo. OMG! Toda repuxada na plástica e no botox, com os cabelos armados no laquê. Avaliei que tenha feito, por baixo, umas dez plásticas. Bem que poderia ter aproveitado uma destas intervenções para levantar os peitos que já estão batendo abaixo do umbigo.
Começo a rir sozinho e, para não dar bandeira, viro o olhar para a mesa ao lado.
OMG!
Outra PERUA mulatona, gorda, com uns quarenta anos, correntinha no tornozelo, brincos enormes em argola prateada, cabelos enormes e negros como a graúna. Batom roxo, esmalte azul turquesa nas mãos e nos pés enfeitados de estrelinhas. Vestia uma bermuda vermelha arrochada e calçava uma sandália rasteirinha toda encrustada de miçangas. Claro que estava bem acompanhada! Um velho de mais de oitenta anos, calça jeans justa, camisa xadrez em verde e azul, pulseiras de ouro no braço e, o melhor, metade da cabeça careca e a outra metade com madeixas brancas e crespas. Para tampar a careca, um aplique negro que descia pela careca até se justapor à gaforina branca.
Parei de rir para não engasgar com a comida.
Terminado o almoço fui ao cinema: Um filme na seção das 14 horas, outro na seção das 16 horas e outro na seção das 18 horas. Já estava com a bunda quadrada, olhos vesgos e ouvindo tanajura zumbindo em minha orelha.
Saí do cinema, fiz um lanche rápido e fui para casa na esperança que a festa no AP já tivesse acabado.
Cheguei e, ao entrar, já pisei em uma poça de mijo de cachorro na área de serviço.
Sim! Os hóspedes têm cachorro!!!
Lá fui eu pegar vassoura, rodo, pano de chão, desinfetante e faxinar a casa.
Tomei meu banho e fui para o quarto tentar dormir.
Dormi!
Assim termina um Domingo Feliz na vida do Bratz.
Hoje, quinta feira, não me resta outra alternativa que fazer as malas e me mandar para Sampa, deixando o "sossego" do meu recanto, para reabastecer as pilhas para o segundo tempo desta saga.
Lá ficarei por uma semana.
Já programei pegar uns "KIBES" com o Edu ardo e o Ermão lá pelas bandas da Rio Branco no centrão. Vamos todas de TRAVESTI!
Moçoilos Paulistanos! Bratz está chegando solto e liberado, super carente, precisando de colo e "CONSOLO"!
Aproveitem a oferta de ocasião!!!
Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...