Boa gente
que só, o Elian era o alvo preferido das brincadeiras dos colegas de trabalho, e
na festa de despedida [ele aposentou pessoal. o prazo de validade dele venceu]
resolveram dar para ele um boneco inflável de presente, só pelo prazer de ver a
sua cara de espanto ao abrir o pacote.
O Elian levou o boneco para casa para me mostrar a
esquisitice. Eu todo reservado, tímido e sério cheguei a me benzer quando ele,
sorrindo, tirou o boneco da caixa e disse:
- Olha o que a rapaziada do Parque São João aprontou
comigo...
E já estava levando o embrulho pra lixeira da rua
quando eu pedi:
- Deixa aí no canto que amanhã eu ponho fora.
Passadas algumas semanas, Elian nem se lembrava do
presente pitoresco até que numa noite, ao chegar em casa, tomou um susto enorme: Eu o esperava para o jantar e o boneco ocupava uma cadeira à mesa.
- Que isso, DD? - Lembra do Matildo? - Haaannnn...
- Ele não tem para onde ir e como nossa casa é grande e
eu fico aqui tão sozinho, o convidei para morar com a gente.
Elian não soube o que dizer e então achou melhor
calar. Eu puxei conversa durante a
refeição e fiz questão de incluir o Matildo no assunto. Ao final do jantar, Elian começou a recolher os
pratos para me ajuda, como sempre fazia, mas eu não deixei:
- Larga tudo aí e vai para sala ver o Jornal Nacional
que o Matildo me ajuda com a louça.
Ele não discutiu e da poltrona escutava a minha voz
em um papo animado com o novo amigo. Mais tarde, já na cama, Elian não conseguia
acreditar no que via: entrei no quarto trazendo o boneco, deitei-me ao lado
dele, o beijei ardentemente na boca e em seguida beijei o Matildo do mesmo
jeito. Depois tirei o pijaminha e ofereci um peito pra cada um, fazendo uma
cara inimaginável de safado. Tivemos uma noite tórrida a três e isso passou a
se repetir sempre. Os jantares ficaram bem mais animados e Elian já estava tão
à vontade com o Matildo que até servia refresco pra ele. Eu mais contente a cada dia, mais solto, e Elian
que até então não se importava de ficar além do horário na rua, começou a chegar
em casa mais cedo e cair na putaria. Aos finais de semana eu e o Matildo fazíamos cada
coisa! Espalhávamos maquiagens, esmaltes e revistas pela sala e nos divertíamos
trocando dicas de beleza, confidências e carícias. O Matildo sabia me seduzir e
o Elian era só tesão quando eu sentava sobre a boca do boneco e, rebolando com
vontade, pedia pra outra não parar. Logo ele se achegava e nós três nos comíamos
como se o mundo fosse acabar no minuto seguinte. Numa noite fatídica, ao abrir a porta de casa, Elian
se deparou com uma cena aterradora: Eu aos prantos no sofá com uma tesoura na
mão e o Matildo no chão, todo retalhado.
- Elian me ajuda, me ajuda!
- Meu Deus!
- Ele me pressionou, disse que não queria mais esse
triângulo, que eu teria que te deixar. Discutimos, ela me bateu na cara e eu
perdi a noção.
- Calma DDzinho, temos que pensar...
- Chama a polícia, eu vou me entregar! - Não, isso não! Vamos dar um sumiço no corpo.
- Ocultação de cadáver também é crime, você pode ser preso se alguém descobrir!
- Ninguém vai saber, vamos fazer como nos filmes.
Elian pegou a tesoura que eu segurava e dividiu o Matildo
em várias partes enquanto eu assistia e chorava copiosamente. Daí entramos no
carro e rodamos pela cidade deixando os restos mortais do amante em bairros
diferentes. Voltamos para casa com o dia já amanhecendo. Elian
me ajudou a tomar um banho, me deu um calmante, me colocou na cama e saiu. Quando voltou à noite, me encontrou como era antes
de conhecer o Matildo, quieto, só que um tanto mais triste. Jantamos em silêncio e ele reparou na lágrima que
escorreu pelo meu rosto quando olhava
com pesar pra cadeira à sua frente, agora vazia. Assim que terminamos de comer, Elian se levantou e
estava indo para sala ver o Jornal Nacional, quando eu perguntei: - Você não vai me ajudar com os pratos?
Elian suspirou demoradamente: não era só na hora
da safadeza que o Matildo iria fazer falta.
Livre adaptação do conto "Mulherzices IX" de Luna Sanches no Blog Palavras ... apenas momentos.
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Paulo Braccini
enfim! é o que tem pra hoje...
Ia fazer falta principalmente na hora de lavar as louças. Detesto!!!
ResponderExcluirMuito bom.
Muso...Vc é uma trombada de Gregório de Matos, Almodovar e Nelson Rodrigues.....Rolei de chorar!!!!
ResponderExcluirHAHAHAHHAHA.
ResponderExcluirAcho q acordei minha vizinha chata ao gargalhar aqui.
Rs.
Adorei! Nelson Rodrigues puro!
ResponderExcluirBeijos
HAhaha, eu curti. Adorei seu conto quase erótico. HAhaha =)
ResponderExcluir-> Até a próxima.
*DB*
adorei.
ResponderExcluirengraçadíssimo.
Menino,gostei da ideia de um 3some.A melhor parte é quando termina.Nao tem reclamaçao.hahaha.
ResponderExcluirBeijos.
Nesta manhã gelada e com uma garoa fria, a melhor coisa que fiz depois do cafezinho com leite bem quente, foi ler esta obra prima da literatura!
ResponderExcluirUm obra incrível, comparável a arte do cineasta espanhol Almodovar! (como mencionou o nosso amigo, "cores da crise de meia idade)
Xará definitivamente, quem é rei nunca perde a majestade , você é ótimo, é muito provavelmente que hoje, vou ficar rindo nos coletivos, e as pessoas vão pensar , que japa doido! Mas valeu, obrigado as minhas entranhas estão bem aquecidas! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ahsuashasuasa coitadinho do matildo
ResponderExcluire vc safadinha com 2 homens na cama e ainda quer achar o cara perfeito do meu post agahsuahsauhsuasa
ahuahuahauha
ResponderExcluirmto bom Bratz!
adorei!
Penso que os Matildos e as Matildes têm planos de dominar o mundo...Vamos manter nossas tesouras afiadas!
ResponderExcluirRá!
:p
Adorei a tua versão, Paulo. Uma alegria pra mim ser citada aqui.
Beijo grande!
Almodovar perde feioooo...rs.
ResponderExcluirLinda semana querido.
Abraços.
Tadinho do Matildo! Mas convenhamos, teve o que merecia. Essa de te querer expulsar não tem perdão mesmo!
ResponderExcluirbjuz
Boneco inflável dá medo... parece coisa do demo!
ResponderExcluirSerá que tem Matildo que passa roupa?
ResponderExcluirEu até topo dividir a cama com ele e o Clark desde que ele passe todas as roupas de casa!
beijos Bratz!
Perfeito, bem hilário, ri pra kct....
ResponderExcluirEu tenho medo desses seres idem ao Matildo...rs
Forte abraço!
muito bom. adorei!
ResponderExcluirbjux
rsrsrsrsrsrsrsrsrsr... adorei essa "livre adaptação".
ResponderExcluirFicou bom!
Beijokas.
Olá amigo Paaulo!
ResponderExcluirQue beleza este seu texto! Gostei imenso, muito interessante!
Passei para lhe ler mas também para lhe desejar uma boa semana.
Um grande abraço
olha Paulo...ja faz um tempo que leio seu blog, mas sem duvida, esse foi o melhor post que li...ri muito muito muito...
ResponderExcluirHumor de primeira.
abração.
Sensacional a história do Matildo, lia a orginal também e adorei.
ResponderExcluirPlagio é crime ... logo ele faz uma livre adaptação da própria vida de Calígula, Garganta Profunda e sendo mais in ainda um livre adaptação de Siberian Filme ...
ResponderExcluirTadinho do boneco ...
E eu pensando que Matildo iria virar um menino de verdade que nem o Pinóquio (não seu como se escreve no idioma original) acabou esquartejado...rsrs
ResponderExcluirUlálá, agora o Wanderley sente falta do Matildo pra lavar a louça...viu no que deu?
ResponderExcluirrsrsrs
Adorei meu querido, um conto pra lá de animado.
Beijos.
Já que foi vc quem puxou o assunto, há algum fundo de verdade nesse conto?
ResponderExcluirTipo: o casal Bratz já fez 'a3'? Utilizou algum brinquedinho pra estimular (rs)? Pelo Menos, o Elian já se aposentou mesmo?
Ah, sim, o próprio Elian já respondeu quando confessou nos comentários que detesta lavar a louça.
Salvos pelo gongo (rsrs).
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Obrigado pelo comentário do meu último vídeo. É sempre gratificante quando há um 'feedback' pelos trabalhos mais dedicados.
Bjaum.
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirAmei, que pena que não tenho um Matildo (só pra lavar a louça...eu heim!)
Beijo
É tão bacana quando vc mostra esse seu outro lado. Eu gostcho!
ResponderExcluirAi esse povo viu...
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkk
Morri!
CLAP
ResponderExcluirCLAP
CLAP
que mais dizer? muito PHoda!!!!
põe pra publicar..
Você me abandonou, ando triste com isso...te gosto tanto, v]faz falta seu carinho lá no Rabiscos, visse?
ResponderExcluirsniffffffffff
buááááááááá
Tô de mal!!!
Mas mando beijos mesmo assim, pois gosto pra caramba de ti.
Para de me chamar de rabugenta....grrrrrrrr
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkk
Estou rabugenta mesmo, mas não é da idade, é das coisas que andam acontecendo...rsrs
Beijos meu querido Paulo.
quando tiver outra dessa me convide
ResponderExcluirTadinho do Elian!
ResponderExcluirHAUAHUA Bratz vc é maluco! Ficou bom mesmo este texto-crônica da vida privada! auhauaa
Madildo é?...
Muita Luz Rosa pra este lindo casal! :PPPPPPPPPPPPPPP