Certo dia, dentro de uma caixa escura, sentiram muito medo e prometeram que ficariam sempre juntos, para cuidar um do outro. Desde então, nunca mais deixaram de ser amigos. Nunca mais se separaram. Andaram por ruas e ruas, cidades e montanhas; conheceram a textura das pedras, das poças e folhas. Juntos enfrentaram tudo (até o cocô do cãozinho) e brincaram de roda na máquina de lavar...
Quanto mais velhos ficavam, mais conheciam os remendos do outro. E quanto mais conheciam, mais se soltavam. Soltaram a palmilha, o bico e a sola. Abriram fendas para entrar a água da chuva. Até que voaram, voaram tão alto... Presos no fio, de cadarços dados, brincavam de balanço. Rodavam lentos, um de cada vez, sem acreditar nas belezas do mundo. As belezas que só agora, como sapatos do vento, conseguiam enxergar.
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...
Gostei muito da analogia dos sapatos,perfeita,Paulo.A Rita Apoena escreve com um grande senso de realidade e usa belas metáforas para a existência humana.Um beijo.
ResponderExcluirUma analogia profunda da relação humana e dos casais. A cumplicidade, a confiança, o amor estão intrínsecos no relacionamento e revelam o conhecimento e a necessidade que um tem pelo outro. Sem querer apelar para o fatalismo da frase "até que a morte os separem" é isso o expoente do texto. Viver juntos, sempre.
ResponderExcluirBelo e íntimo.
Putz! Genial... É impressionamente como algumas pessoas nos fazem enxergar grandes belezas, através de coisas que estão sempre com a gente, e a pressa dos nossos passos, não nos deixa enxergar! Muito lindo, parabéns a autora! Adorei
ResponderExcluirMuito bom o post.
ResponderExcluirUm misto entre a realidade e as metaforas. Os sapatos, nesse caso, são bem semelhantes a nós, humanos. Encontramos nossa metade, vivemos toda uma vida juntos e no fim, passamos a não achar graça do mundo (lógico que isso não se engloba a todas as pessoas).
grande abraço!
James, Guará, Messias, Fernandes ... obrigado pelos comentários enriquecedores ... o post ganhou muito com a contribuição de vcs ... depoimentos fortes e verdadeiros ...
ResponderExcluirbjux a todos
;-)
PS: ao Guará ... não se apoquente amigo ... já havia publicado e então excluí tá? erros de digitação ocorrem querido ... o que importa é a presença e a partilha de sentimentos ...
ResponderExcluirbjux
;-)
Q lindo.. O texto a imagem... Adorei a imagem... Muito bacana...
ResponderExcluirBjkas
Dia 31/10/2009 é DIA VERDE na blogsfera saiba mais:
http://img340.imageshack.us/img340/8733/diaverde1.jpg
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Aiiiiiiiiiiii, que fofo. Amei a analogia, são como dois cacos velhos que conheço.
ResponderExcluirbjux
Ops meu lindo Gato ... muito bacana mesmo ... a Rita é fantástica em explorar estas analogias de forma poética ... adoro
ResponderExcluirbjux
;-)
DD ... é pra responder nOn eh? entonces ...
ResponderExcluirdois cacos q vc conhece? eu só conheço um ... a teezzaaa de alguém ... eu por meu lado jovem, vigoroso, amante da vida em todas as suas dimensões ... pronto falei ... nhaaaaaaa
;-)
Seu blog sempre com boas reflexões, parabéns!
ResponderExcluirObrigado Cristiano ... vc sempre atencioso ...
ResponderExcluirbjux
;-)
Eu tb queria ter um par para sempre...(suspiros...) mas quem não quer...
ResponderExcluirsuspiros...suspiros...suspiros...suspiros...suspiros...suspiros...suspiros...suspiros.......
Amei o ocultismo de forma poética, método lógico entre indução da simpliscidade e profundidade das palavras do poema...
ResponderExcluirUm abraço
Jane e Vane ... obrigado ... Rita foi extremamente feliz e lírica para descrever esta relação de companheirismo ... lindo mesmo ...
ResponderExcluirbjux às duas ...
;-)