segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Não mais que quatro gemidos!




O preâmbulo desta série de postagens poderá ser visto clicando aqui.

Percepção de tempo é muito relativa, alguns minutos podem ser quase nada ou longuíssimos (até mesmo definitivos), mas há alguns padrões mínimos exigidos/esperados quando o tempo corrente é preenchido com sexo – sim eu também faço isso, menos do que pensam meus leitores e bem mais do que imagina minha avó.
Um perdido, numa noite perdida, encontra-se entre uma encruzilhada, são dois os corpos expostos no açougue da ordinária madrugada. 
Ele hesita, olha, dedilha seu aparelho celular, esboça falar e ziguezagueia por entre ruas. Praticidade - e os corpos, antes expostos em conjunto, agora seguem caminhos distintos e jogam o peso da decisão para o errante explicitamente indeciso.
Alguns passos, outras ruas e a tão recorrente paradinha estratégica. Olho de soslaio e entre os dentes um tímido: – “Chega aí!”, apenas aceno a cabeça e o faço virar a esquina atrás de mim. 
O cumprimento com firmeza: - “E aí, beleza?”, e em resposta outra pergunta: - “A fim de pagar um boquete?”. Encaro o objeto da aventura sexual sem compromisso, e afirmo com um casual: - “Demorou”.
Homem jogado em cima da cama, membro em riste e um meio sorriso no seu rosto, enfim...
Nem sequer 2 minutos e meio depois já estava finalizado o ato, desejo (dele) saciado entre lábios e língua. O tempo exato de umas quatro gemidas, e seu gemido baixo, contido, era excitante – mas não o suficiente.
Um tchau sem compromisso e protocolar, ele ainda olha para trás e vai. Tranco a porta, e o primeiro pensamento que me vem à tona é o de que se eu fosse uma prostituta aquele seria o melhor programa da noite, sem tensão alguma e o dinheiro da carteira dele ao meu bolso em no máximo três minutos – o tempo de preparo de um miojo. O não-sexo me obriga a saciar ao menos a fome cotidiana do fim das madrugadas. A cozinha desarrumada me espera e é onde encontrarei algo para matar a fome, mas infelizmente lá não há nenhum macarrão instantâneo que seja rápido e prático assim como meu mais recente parceiro. Até o lanchinho da madrugada demora mais que ele.


Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ... 


8 comentários:

  1. Respostas
    1. Existem situações tão difíceis que um vai e vem já está de bom tamanho! Não? rs

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  2. Adoro esta série de postagens! Muito bom! Parabéns Paulo!

    Abreijos :3

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  3. Ás vezes, uma rapidinha é necessário...
    Fica o gosto de "quero mais" para um outro momento kkk

    Abraços garotão!

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    1. Sempre fui adepto das rapidinhas qdo não se pode ter outra coisa. Elas são um grande alimento mesmo.

      Beijão ...

      Vcs tb já vão longe na relação eim? Eita nós!!! rs

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  4. Olá,querido...a percepção do tempo é relativa, tanto que cria-se um empecilho que nos impede de perceber algo de valioso além dele.Quanto mais algo nos incomoda, mais o tempo tende a se arrastar.No caso, 2 minutos e meio e 4 anos gemidos depois,não é tempo suficiente.Boa semana,belos dias,abraços!

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    1. Felisberto e toda a sua sabedoria filosófica ... Aprecio e gosto dela porque sempre nos acrescenta algo e novas perspectivas ...

      Boa semana querido

      Beijão

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então! obrigado pela visita e apareça mais, sempre teremos emoções para partilhar.

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