segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Requiescat in pace!



Mais um ano chega ao fim e, com ele, fechamos mais um ciclo de nossas vidas. 
Dia 02 de novembro próximo é, de nossa cultura, celebrar a memória de nossos antepassados que já partiram desta vida.
Minhas saudades e reverências aos que me precederam nesta nova dimensão.

"Requiescat in pace"!

Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Do primeiro ao último trago!










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Politicamente correto que nada, dou de ombro com as regras da geração saúde. O que eu quero mesmo é acender mais um cigarro.
Não sou o típico viciado, oscilo períodos entre fumante e não fumante, isso porque o ato de fumar tem de ser prazeroso e não mecânico e involuntário; e fumar é deliciosamente bom.
É até meio suicida eu sei, mas sentir a fumaça invadir o corpo junto com a sensação de alívio (não sei bem do quê) é um prazer a se permitir. Tudo bem que algumas vezes (muitas) o cigarro serve como muleta, na qual eu me apóio em momentos de estresse, fome, desilusão, raiva e principalmente decepções sentimentais. 
Curioso, há tempos percebi que minhas recaídas às tragadas geralmente têm como protagonista algum homem. A figura masculina fumando é - na maioria das vezes - extremamente sensual, e eles tragam com uma vontade ímpar; basta olhar alguns caras fumando e minha boca saliva de vontade, e nesse idílio de voyeur perco o controle e acendo “só unzinho” que às vezes é o primeiro de uma sequência.
Vou do primeiro ao mais recente cigarro por eu acesso em um breve relato, com cheiro de tabaco: 
O primeiro cigarro a gente nunca esquece, e no meu caso aprendi as técnicas de fumar a fim de provar para um “meu” homem que sim conseguiria aprender a dar uns traguinhos. Ele, maldoso que era, a me ver brincando com um cigarro me disse: “Você nunca vai conseguir tragar, nem adianta tentar”. E claro que a partir dessa sua colocação eu engasguei muito tentando (às escondidas) aprender a fumar, e aprendi. Todo orgulhoso e pretensioso fumei na frente dele (para seu desespero) e não parei por um período considerável. 
O último a ser acesso é conseqüência de ter dividido, de brincadeira, um cigarro inocente com um homem que mesmo sem ainda saber eu estava apaixonado. O cigarro nos ligava, e o sabor da nicotina transpassada pelo ar que ele aspirava era delicioso de se ver, muitos foram os cigarros fumados juntos, divididos. 
Quando ele não estava por perto acendia um, só para matar a saudade e sentir o vazio que ele deixava ser preenchido pela fumaça quente e espessa do cigarro – nosso elo. E por isso voltei a fumar, para surpresa de muitos, uns poucos cigarros diários (mais noturnos) como o que agora vou acender e fumar pensando em alguém que vale menos que o cigarro apagado, jogado ao chão e pisado casualmente. 


ps: Cirurgia realizada, em casa e passando bem. Mais uma etapa vencida. Agora é recuperar da intervenção e observar os resultados, Que sejam positivos, nem que sejam para mais um ano tranquilo. 

Bratz Elian 
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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Sexo literário!



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Aconteceu em uma rede social, por intermédio da (muitas vezes estigmatizada como fria e distante) conexão via internet. Somos três, todos com pouco mais de trinta anos, inteligentes, intensos, bem e também mal-humorados, sabedores do que somos e sem nenhum medo de brincar com as palavras, palavras estas que muitas vezes me estupram e em outras ocasiões deitam em meu peito e repousam cálidas. A centelha que deu início às labaredas incandescentes foi sem dúvida minha afirmação de que após as 00:00 horas estava liberada a baixaria. De imediato minha amiga Carine proclama por Norminha (A Casa dos Budas Ditosos), e sem cerimônia anuncia que o personagem literário sou eu.
Sidney, tomado de lascívia, adentra na sacana conversa. Tento a inútil defesa, e me defino como um híbrido entre Macabeia (A hora da estrela) e a devassa Norminha – em vão mesmo. Recorro também à questionável inocência de Capitu – a dúvida é um traço da minha personalidade.
Risadas, conteúdo erótico, pornografia e muita cara de pau, eis que nos deparamos com a inquestionável maravilhosa obra de Machado – Dom Casmurro. E não apenas a traição ou não de Capitu foi discutida, nós alados que somos queríamos algo mais alto, superior. Entregues ao momento, que em breve explodiria em epifania, assumimos nossos desejos pelos personagens. Bentinho levou tapinhas na bunda (meu amigo Sidney era voraz), Capitolina sadicamente sucumbiu ao nosso autoritário sexo literário e todos nós nos misturamos àqueles personagens que se faziam humanos enquanto nós nos transformávamos em letras/palavras. E nessa orgia eu sujo de fluídos, palavras, pensamento e “Devaneios de um Cabaré” assumi pela primeira vez minha paixão por Escobar – que estava suado e satisfeito junto a nós. Bento me perdoe a traição, Capitu sorria satisfeita e vingada, pois Escobar é meu objeto de desejo e ele foi inteiro meu naquela noite, ao som de música francesa acompanhada dos sussurros e gemidos cúmplices.

Giuliano Nascimento

ps: Sexta-Feira, dia 21/10, mais uma intervenção cirúrgica, a sétima nos últimos 06 anos. E vamos que vamos em nossa luta com perseverança. Nada de desistir porque a vida é linda e precisa ser vivida plenamente.

Bratz Elian
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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Observando, assim, de longe!



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Negação. Apesar da experiência acumulada entre tantos encontros e desencontros ainda tento me enganar e, mesmo contra as evidências, finjo indiferença e não aceito este estado emocional (e condicional) que tão vulgarmente é alardeado: Apaixonado...
Por mais que os olhos marejem, o pensamento me traia e o rosto “dele” esteja por todos os lados eu me armo de uma indiferença disfarçada e resgato a altivez de outrora. “Não, eu não estou apaixonado”. Encubro o óbvio com um verniz aquoso, mistura decadente de segurança e autossuficiência. 
É apenas mais uma tempestade e eu, o sol, vou continuar brilhando sem a necessidade dessa nova luz – a dele.
Perder o comando dos meus desejos, ser invadido pelo outro, buscá-lo no travesseiro, acordar quase sufocando e sempre ver a mesma face risonha daquele que amo – mas não assumo. 
Não é para principiantes a desdita de se apaixonar assim, mas quando o desespero enfim lambe todo meu corpo caio prostrado diante de mim, e só de mim.
Não consigo encarar a derrota, perdido em um campo estéril eu grito, cravo as unhas na pele e me contorço a fim de me transformar, mas quando a garganta já não mais aguenta é o nome daquele que tem de ser meu que brota entre meus lábios desejosos, só dele. Minha água, ar, alimento, rotina, sono, chão ... Tudo é ele, e neste momento (meu e de mais ninguém) rasgo meus joelhos em prece seja lá para quem for e ainda tento negar, mas é tarde não há mais razão para lutar, não há vida nem mesmo morte, só há ele. Ele está em mim, e eu sou uma sua cicatriz de infância esquecida pela presença constante e não importante. Dizer que o amo, talvez a solução para extirpá-lo de mim... Mas o tempo das palavras amenas, sorrisos bobos e um encantamento quase tátil se foi. Perdi a exatidão daquele momento que seria definitivo, no qual a resposta me elevaria e nosso sorriso seria um mesmo sorriso e descansaria num beijo. Agora ele se foi, apesar de sua lembrança estar me acompanhando constantemente, tal qual um cachorro vadio ao seu dono. Amo-te não mais consigo negar, mas cabe agora ficar quieto e não bagunçar sua vida com minha risível pretensão fora de hora, resta-me te olhar assim de longe e sofrer a falta sua e daquilo que poderíamos um dia ter sido. Quero você feliz, tanto quanto ainda quero te fazer feliz, mas peço que sua felicidade - com o passar do tempo - não me doa como agora. Ver você feliz é ter uma lâmina voraz dançando no meu corpo, mas esta agonia é nada perto da imagem de tristeza que te assombra. Que a dor seja lancinante, eu suporto. Só não consigo te imaginar triste e sem amor, mesmo que não o meu.


Bratz Elian
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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Não mais que quatro gemidos!




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Percepção de tempo é muito relativa, alguns minutos podem ser quase nada ou longuíssimos (até mesmo definitivos), mas há alguns padrões mínimos exigidos/esperados quando o tempo corrente é preenchido com sexo – sim eu também faço isso, menos do que pensam meus leitores e bem mais do que imagina minha avó.
Um perdido, numa noite perdida, encontra-se entre uma encruzilhada, são dois os corpos expostos no açougue da ordinária madrugada. 
Ele hesita, olha, dedilha seu aparelho celular, esboça falar e ziguezagueia por entre ruas. Praticidade - e os corpos, antes expostos em conjunto, agora seguem caminhos distintos e jogam o peso da decisão para o errante explicitamente indeciso.
Alguns passos, outras ruas e a tão recorrente paradinha estratégica. Olho de soslaio e entre os dentes um tímido: – “Chega aí!”, apenas aceno a cabeça e o faço virar a esquina atrás de mim. 
O cumprimento com firmeza: - “E aí, beleza?”, e em resposta outra pergunta: - “A fim de pagar um boquete?”. Encaro o objeto da aventura sexual sem compromisso, e afirmo com um casual: - “Demorou”.
Homem jogado em cima da cama, membro em riste e um meio sorriso no seu rosto, enfim...
Nem sequer 2 minutos e meio depois já estava finalizado o ato, desejo (dele) saciado entre lábios e língua. O tempo exato de umas quatro gemidas, e seu gemido baixo, contido, era excitante – mas não o suficiente.
Um tchau sem compromisso e protocolar, ele ainda olha para trás e vai. Tranco a porta, e o primeiro pensamento que me vem à tona é o de que se eu fosse uma prostituta aquele seria o melhor programa da noite, sem tensão alguma e o dinheiro da carteira dele ao meu bolso em no máximo três minutos – o tempo de preparo de um miojo. O não-sexo me obriga a saciar ao menos a fome cotidiana do fim das madrugadas. A cozinha desarrumada me espera e é onde encontrarei algo para matar a fome, mas infelizmente lá não há nenhum macarrão instantâneo que seja rápido e prático assim como meu mais recente parceiro. Até o lanchinho da madrugada demora mais que ele.


Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ... 


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