sábado, 13 de março de 2010

Pensar o que os Jornais pensam


Seleção, estigmatização, exemplaridade: eis os três Cavaleiros do Apocalipse do nosso pensamento social contemporâneo. Muitas pessoas pensam o que os jornais pensam, outras só pensam o que se pensa na televisão. Eis os efeitos.
Primeiro, as conversas do dia são sempre vocais e inaugurais, na lógica da abertura de telejornal: retumbantes, é o mundo em tchan!
Depois, os temas são sempre fulanizados: não há mais mundo que o dos suspeitos do costume, eternos símbolos do mal, arquétipos da malignidade, para benefício da simplificação do discurso e para descanso de todos os outros, poupados à ignomínia de existirem.
Finalmente, o raciocínio é sempre inconclusivo: isto vai mal, pior do que quando estava mal, donde está péssimo a ponto de não haver saída, de outro modo não estaria tão mal.
A moral pública é a do pelourinho: os amarrados à infâmia coletiva subrogam-se aos pecados dos que serão os primeiros a atirar a primeira pedra.
A hipocrisia é todos se sentirem juízes do que não conhecem, depois de terem sido acusadores pelo que ouviram dizer e testemunhas do que lhes parece que é.
O ridículo é ninguém notar a triste figura que faz. É por isso que se fala tanto. É por isso que alguns fazem de falar uma profissão milionária. Chamam-se comentadores.

José Antônio Barreiros



Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

17 comentários:

  1. xiiii....É tudo uma loucura só...

    te desejo um ótimo final de semana.


    abraços


    Hugo

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  2. Eu chamo de folhetinescos,rsrsrsrs.
    Narram a existência á sua volta,para que outros venham até eles, alimentar-se de mais um capitulo,tornando-se assim mais importantes no contexto que o próprio fato, verídico ou não.
    Sad...

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  3. Sim, os jornais fazem jus ao nome. Eles nos massificam, generalizam, sempre no que é favorável a quem favorece mais. Valorizando o que eles entendem por *progresso* numa visão retilínea, caminhando sempre para o melhor, o sucesso. Visão do século XIX, retomada, nos anos 60, por Popper (há muita coisa que ele escreveu de que gosto, mas, infelizmente a de que desgosto, prevalece), por exemplo, e que ainda, hoje, persiste, na boca de muitos comentadores que fazem a cabeça de muitos que não se aperceberam de que já faz um tempinho que estamos em outro paradigma. Muitos há certo tempo escrevem sobre a Ética, como Lévinas. E torço pra que a revalorização do Ser Humano, dos seres e de todo o Universo prevaleça. Fazemos a nossa parte.
    Ouço rádio, leio a Net. Os jornais de São Paulo são simplesmente insuportáveis.

    Beijos***********************


    SONETO DE HOJE

    Renata Cordeiro


    Impossível de ti ter dependência

    Se nós somos um quando misturados

    Se assim o dizes é sem sapiência.

    Choras, porque te arrasta o teu passado.

    Pensas em mim, apelos de carência

    Da alma e do corpo sempre fatigados

    Que parecem votados à querência

    Pois um pedaço sente-se condenado.

    O inferno, somos nós quem o criamos

    Meu amor, ele está na Terra, aqui,

    Se quisermos, meu bem, dele escapamos

    Passou o que viveste, o que vivi

    Ao diabo a dor! Que nunca mais soframos!

    Nunca mais sem mim, nunca mais sem ti.

    Bom Sábado, querido*
    + Beijos

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  4. Ah, o seu blog está devidamente adicionado nas minhas sétimas artes.

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  5. Ah, o seu blog está devidamente adicionado nas minhas sétimas artes.

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  6. nhaaa, mas eu já sabia disso, eu assisto novela haushausa, bjooo!

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  7. Muitas das pessoas preferem alguém que pensem por elas, mesmo que necessariamente seja a sua opinião. Por isso tanta matipulação de informação, pois permitimos assim.
    Bj.

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  8. Esperar a confiar na verdade do outro é sempre um risco!!! Acreditar nela é ainda mais perigoso!!!

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  9. Passando para agradecer o carinho dos amigos ... estou de férias mas na próxima quarta feira retomo os contatos com todos os blogs amigos ... já ansioso ...

    bjux

    ;-)

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  10. O pior é quando admiram o que não conhece.

    Absurdamente necessário o texto.

    Abraço,
    Camila
    ilimitada-mente.blogspot.com

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  11. Difícil fugir, afinal globalização é isso. A gente tenta escapar do senso comum mas ele sempre te pega em algum ponto..

    Boas férias procê Paulo, aproveite bastante. :]

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  12. Oi.. sei que andei sumido do seu blog, mas não foi por mal.
    Os jornais realmente são uma coisa bem estranha, podem informar ou desinformar, depende do leitor.

    ~Até a próxima.

    *DB*

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  13. Olá, desculpe invadir seu espaço assim sem avisar. Meu nome é Fabrício e cheguei até vc através do blog Anjo de Prata. Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir meu blog Narroterapia. Eu sei que é um abuso da minha parte te mandar essa propagando control c control v, mas sinceramente gostei do seu comentário e do comentário de outras pessoas no blog da professora Graça, ela inclusive é seguidora do meu blog, claro que ela faz isso mais por gentileza do que pela qualidade do meu texto, mas estou me aprimorando, e com os comentários sinceros posso me nortear melhor. Dei uma linda no seu texto, vou continuar passando por aqui...rs


    Narroterapia:

    Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.


    Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.


    Abraços

    http://narroterapia.blogspot.com/

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  14. Somos escravos de argumentos prontos, massificados e politicamente corretos. O que acarreta na falta de conclusões plausíveis e sensatas. As conversas são quase sempre vazias e por obrigação. Enfim, o texto descreve isso de forma magnífica.

    Sempre digo e sempre vou dizer que suas postagens são pertinentes.

    Abraço Paulo.

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  15. Ler notícias e informativos e ao mesmo tempo manter a visão crítica e saber filtrar o que absorvemos é difícil. Difícil saber até onde somos influenciados...

    Beijos Paulo!

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  16. há tempos que não assisto mais nada de telejornalismo.
    não existe editorial, nem comentários em si apenas berros e alvoroço e um sem fim de 'datenas'. não existe mais notícias apenas desgraças com que para mostrar que tudo ao redor está em estado de sítio ou pelas últimas o que, ainda que verdade, deve ser noticiado não berrado de forma incosciente.
    mas isso mantem a todos atentos às cores e movimento, rapidez, agilidade coisa dessa era eletrônica que substituiu a qualidade; preciso saber das coisasa agora, imediatismo e não para para anlisar e pensar...nesse meio tempo a vida vai andando de acordo com o que os outros ditam...
    triste...
    ps-adoramos a sexta, repeteco já

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  17. Passando novamente para agradecer o carinho dos amigos ... estou de férias mas na próxima quarta feira retomo os contatos com todos os blogs amigos ... já ansioso ...

    bjux

    ;-)

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então! obrigado pela visita e apareça mais, sempre teremos emoções para partilhar.

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