quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Enfim, mais um ano termina!




Chegamos ao último ano da primeira década do SÉCULO XXI e os anseios e esperanças continuam.


NÃO às guerras!
NÃO à violência!
NÃO aos preconceitos!
NÃO às intolerâncias!
NÃO à fome!
NÃO à miséria!


SIM à PAZ e tudo o que ela pode significar!



Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Cãopanheiro






Ah!!! se os homens também fossem solidários e amigos assim ...


Cãopanheiro from Joao Frigerio on Vimeo.


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

E Deus fez o gay



E Deus fez o gay



Gay é uma maneira que Deus encontrou de deixar o mundo mais bonitinho. Espalhou a homossexualidade em cada povo, em cada época, para fazer paisagismo e ditar a tendência outono-inverno. Como nem tudo que Deus criou deu em Scarlett Johansson ou em Jude Law, os gays foram feitos numa tentativa de embelezar o que deu errado; pelo menos dar uma disfarçada, uma base e um lápis no olho. Se muito do que você vê no mundo não é bonito, a culpa é deles, dos gays, porque são eles os responsáveis por esse departamento, enquanto o resto do mundo tem filhos e trabalham em bancos para sustentar os filhos que têm.
Quando vemos uma mulher feia num trem, certamente foi um gay que deixou de passar por ali, por entre os cabelos desgrenhados dela. Uma Macabéa mal vestida é, certamente, a incompetência de um gay com quem cruzou na rua de manhã e não deu aquela alfinetada no decote que ela estava usando; como também é deles a responsabilidade pela construção de um edifício medonho ou um parque sem um laguinho artificial com carpas e cágados.
E se você saiu de casa desleixado, de repente fedidinho, não hesite em parar um gay na rua e pedir ajuda. Eles tomarão todas as providências necessárias para te deixar com uma boa aparência. Não precisa ter vergonha, é só pedir, eles existem para isso mesmo.

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Opção Sexual







Mais uma delícia do Canudos Coloridos.
Opção Sexual
Mas já faz tempo que “opção sexual” deixou de me irritar quando aparece num jornal. Hoje em dia, na verdade, tenho vontade de cuspir nos que ainda se afetam por isso. A não ser que você tenha quinze ou dezesseis anos. Se você tem quinze ou dezesseis anos, deixa disso, senta aqui comigo e lhe conto uma história muito bonita, de um garoto feito de doce que não parava de se chupar.

Paulo Braccini 
enfim, é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A Katana de Ouro . Awards


O queridíssimo amigo Mauri Bofil . Blog A Katana de Bambu, teve a brilhante iniciativa de movimentar a blogosfera com o seu Katana de Ouro Awards [confiram os indicados por categoria] e, com isto, promover uma maior interação entre os blogueiros. O "Enfim, é o que tem pra hoje..." participou desta promoção na categoria Blogs Cool, e graças ao carinho dos amigos foi premiado com este lindo e original distintivo de reconhecimento, fato que muito honra este blogueiro. Agradeço ao Mauri pela divulgação de nosso trabalho e a todos os amigos leitores e seguidores que, com seus votos,  tornaram realidade esta premiação.


Quero aqui destacar o fantástico post de premiação elaborado pelo Mauri, que mais uma vez brilhou com sua criatividade. Confiram acessando este link: Katana de Ouro.


Beijo grande a voce Mauri e a todos os amigos, recheado de calorosos desejos de um FELIZ 2010.


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Procuro uma Pessoa Normal




Canudos Coloridos é um dos melhores blogs que freqüento . Seus 05 integrantes possuem uma palavra fácil, inteligente, sempre com uma pitada de lirismo, criticidade, humor e paixão . vale a pena mesmo ...


Procuro uma Pessoa Normal
Mas eu nunca quis ser exatamente normal. Quando dizem que querem uma pessoa normal, eu respondo que não sou essa pessoa que procuram. Dou meia-volta e compro uma água com gás. Mas o fato é que todos preferem conhecer uma pessoa normal e com essa pessoa, ter uma relação normal para fazer coisas normais juntos. Todos dizem isso, mas eles afirmam que estão sozinhos nessa, dizem que o mundo é feito de anormais e pessoas esquisitas ou, pelo menos, que no mundo a tendência é ser anormal ou esquisito, sendo que na verdade, não tenho a oportunidade de ver pessoas anormais e esquisitas por aí com frequencia. Não tive essa sorte. Na boate, um dos lugares onde eles afirmam encontrar o maior número de pessoas anormais e esquisitas, nunca tive a felicidade de conhecer alguém que fosse verdadeiramente anormal ou esquisito. Dentro da boate, as pessoas são absolutamente normais e se movem e bebem – mesmo quando exageram – de maneira previsível. Os bêbados que conheci em locais e épocas distintas sempre me foram muito parecidos. Penso que se o mundo fosse anormal e esquisito como essas pessoas afirmam, seria ele um lugar mais interessante, porque determinadas situações previsíveis e tediosas deixariam de existir. Como num musical. No musical, mesmo tomar um trem ou ser assaltado é muito interessante e até divertido. Mas nem na boate, lugar onde se dança, podemos fazer passos parecidos com o que vemos em musicais, sem sermos julgados por anormais ou esquisitos e, portanto, excluídos. Quando exageramos um pouco mais na dança, somos anormais. E quando mal nos movemos na pista, somos esquisitos. Os freqüentadores da boate querem uma pessoa normal, e o normal que dizem é aquele sujeito que não exagera nos movimentos nem aquele que fica parado, em passos mínimos. Portanto, o que querem, na verdade, são pessoas previsíveis e enfadonhas. Preferem previsibilidade à surpresa, o monótono ao divertido. São eles mesmos enfadonhos e previsíveis e não toleram, de maneira alguma, algo que fuja do que estão acostumados, e muitas vezes, na maioria das vezes, o que não estão acostumados está muito acima deles. Vêem uma pequena ponta e dizem, com todo o enfado e monotonia que têm, como aquilo é anormal e esquisito.
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Música em Minha Vida



Bedtime Story



Today is the last day that I'm using words
They've gone out, lost their meaning
Don't function anymore

Traveling, leaving logic and reason
Traveling, to the arms of unconsciousness
Traveling, leaving logic and reason
Traveling, to the arms of unconsciousness

Let's get unconscious honey
Let's get unconscious
Let's get unconscious honey
Let's get unconscious

Words are useless, especically sentences
They don't stand for anything
How could they explain how I feel

Traveling, traveling, I'm traveling
Traveling, traveling, leaving logic and reason
Traveling, traveling, I'm gonna relax
Traveling, traveling, in the arms of unconsciousness

And inside we're all still wet
Longing and yearning
How can I explain how I feel?

Traveling, traveling (repeat twice)
Traveling, traveling, in the arms of unconsciousness

And all that you've ever learned
Try to forget
I'll never explain again



Nellee Hooper, Bjork Gudmunsdottir, Marius Devries


Tradução:



Eles se foram , perderam seu significado
Não funcionam mais
Vamos, Vamos, ficar inconscientes querido
Vamos ficar inconscientes querido
Hoje é o último dia que eu estou usando palavras
Eles se foram , perderam seu significado
Não funciona mais
Viajando, deixando lógica e razão
Viajando, aos braços da inconsciência
Viajando, deixando lógica e razão
Viajando, aos braços da inconsciência
Refrão:
Vamos ficar inconscientes querido
Vamos ficar inconscientes
Vamos ficar inconscientes querido
Vamos ficar inconscientes
Palavras são inúteis, especialmente em sentenças
Elas não esperam por nada
Como posso explicar como me sinto
Viajando, viajando, Eu estou viajando
Viajando, viajando, deixando lógica e razão
Viajando, viajando, Eu estou indo relax
Viajando, viajando, nos braços de inconsciência
(refrão)
E lá no fundo nos todos ainda nos sentimos molhados
Ansicosamente e sofrendo
Como posso explicar como me sinto
(refrão)
Viajando, viajando (repete duas vezes)
Viajando, viajando, nos braços da inconsciência
E tudo que você sempre aprendeu
Tente esquecer
Eu nunca explicarei outra vez



Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sábado, 26 de dezembro de 2009

Alucinação





A minha alucinação por você é foda. É um charme quando você fala que fechou o computador, fechou a luz... é um charme e fico imaginando como é você fechando essas coisas. E eu te amo igual, só pra você ter uma ideia do negócio. Você é meu primeiro e único pensamento de um dia inteiro. Teve uma hora que eu abri os olhos e seu rosto não estava dando pra eu ver. O seu sono estava tão bom que você deve ter mudado de posição sem perceber. Parecia que estávamos ali por séculos, sabe. Eu sei lá mais de nada, viu! Fiquei um bom tempo te olhando nessa parte do banheiro. Você virado pro canto da parede, toda espalhado naquela cama, depois de um tempo acordou, se virou e perguntou se eu estava ali te olhando há muito tempo... e me chamou pra perto. Muito foda. Sorrisão abriu que foi bonito na hora que me queria ali, na sua cama, no MEU lugar... naquele meu espalhamento íntimo. Com você, numa mesma cama, eu consigo dormir BEM... embora você me empurre pra quase fora dela. Como é que não vai quando você me chama daquele jeito, hein? Eu enlouqueço com você, mas esse tipo de loucura eu não cometeria. E vou sempre que me chamar pra te envolver no que mais transpira em mim. É o seu amor que sai de mim, gritando, desesperado, violento, agressivo e segurar essa fera eu não consigo... por isso te marquei de todo o jeito. Nem me fale em beijo metido, em abraço encaixado que eu nem sei mais onde meto essa vontade cruel que sinto de ter você pra TOCAR. Sentir você me apavorou também. Acha que é fácil a certeza, de um certo que a gente já estava careca de saber, vir e fincar de vez o absoluto na gente? É querer mesmo desgraçar com uma saudade que já era sacana demais com a gente. Haja coração mesmo lembrar disso tudo e começar a DESEJAR esse momento. Cabelo, costas, NUCA... saudade da sua nuca, porra... o corpo todo. Eu te amo. Nessas horas o coração acelera. Nessas horas tenho que respirar fundo. Nessas horas eu suspiro. Ainda sinto o seu gosto. Ainda sinto, sabe o que é isso? Isso me enlouquece, quando vem o seu gosto na boca. Enxuga, vai, mas enxuga tudo mesmo, com vontade, com sede, como se fosse a última vez... esse meu tesão por você me fode. Ainda sente, é? Ainda sente a vontade no puxão nos seus cabelos? Ainda sente a vontade na mordida na sua pele? Ainda sente a vontade de beber a sua saliva? Ainda sente a vontade de te comer TODO? Continua me engolindo, vai... que tremer na sua boca eu tremo, filho da puta. Aquele gosto de tesão forte que dá depois que nem sabemos mais que língua é a de quem na hora daquele nosso beijo... boca gostosa essa sua, hein! Você SABE que eu morro de tesão na sua pessoa, beldade. Que quando você fala que está do jeito que eu gosto, me dá um calor, sabe? 

Esse tesão que sinto por você me descontrola e fico te querendo taradamente, amorzinho.




Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje... 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal . Menino Jesus



A todos os amigos deste Blog desejo um Feliz Natal, repleto de alegria, felicidade e esperança.


Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
 
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.



Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.



Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.



Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?



Fernando Pessoa



Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Aniversário



Nunca fui dado a comemorações de meu próprio aniversário, e com o passar dos anos, esta data continua me angustiando. Não que não esteja feliz, pelo contrário, muito feliz por ter vivido o que vivi, por viver o que vivo e pela possibilidade de viver o que viverei. Mas continua sendo uma data angustiante. Fernando Pessoa, com toda a sua genialidade, descreve seu sentimento em palavras quando se refere ao seu próprio aniversário. Acho que, muito disto, tem haver comigo.




Aniversário

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais       copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
 
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...



Fernando Pessoa . [Álvaro de Campos]


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Meu Primeiro Podcast



Queridos amigos, compartilho com voces meu primeiro Podcast. Quero com ele desejar a todos aqueles que, durante todo este 2009, por aqui passaram e deixaram o seu carinho e sua emoção e, também àqueles que, mesmo anonimamente, também vivenciaram um pouco de meus sentimentos, um Feliz Natal e um 2010 de grandes realizações, de muita paz, harmonia e muitas felicidades. 





Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Silêncio


Há um silêncio dentro de mim. E esse silêncio tem sido a fonte de minhas palavras.
Clarice Lispector


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Recomeçar é ...




Recomeçar é ...
Dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e o mais importante, acreditar em você de novo.


Carlos Drummond de Andrade


Paulo Braccini
enfim, éo que tem pra hoje...

domingo, 20 de dezembro de 2009

Flash Mob . Postagem Coletiva . Música



Na onda da parceria Furo LM e Ká entre Nós, ousei participar deste movimento, já que MÚSICA em minha vida é vital como o ar que respiro.
Aqui mais uma vez em busca do tesouro perdido da inspiração que às vezes se mostra tão fácil e tão simples e outras tantas maiores que se quer aparecem.
Passo o dia imaginando como seria melhor o mundo se todo mundo gostasse de musica boa, se todo mundo gostasse de musica de qualidade. E logo após me sinto triste por pensar dessa forma, por que me julgo tantas vezes superior a tanta gente só por que ouço o que julgo bom, e paro e penso, quem sou eu pra dizer ou desdizer o que é ou não bom pra se ouvir? Só por que eu amo as músicas do Chico Buarque? Por que sou apaixonado pela voz de homem da Cássia Eller? Porque sou enlouquecido pela sensualidade de Marisa Monte? Porque fico tontinho com a voz nasal de Zélia Duncan? Porque endoideço quando toda  a irreverência de Rita Lee sai daquela garganta abençoada? Porque enterneço com as letras perfeitas das canções de Tom e Vinícius? Porque acho muito importante compreender um pedaço da minha vida ouvindo Roberto Carlos? Porque adoro voltar no tempo e perceber que pouca coisa mudou quando ouço Legião? Só porque quase choro quando Elis Regina se acaba em suas divinas interpretações? Porque Elvis Presley tem agudos que o mundo jamais verá igual, e eu acho essencial ouvir? Por que os Beatles me fazem feliz com tudo o que cantam? Porque adoro a perfeição sonora da música erudita de Vivaldi, Mozart, Bach  Beetowen? Ou porque viajo e adoro me jogar em uma pista ao som de remix de DJs como Rafael Lelis, Alan Natal, Altar com suas dance music e house music?  Só por isso acho que escuto música boa?
Quem sou eu pra achar que por essas banalidades citadas como essenciais pra minha existência precisam ser essenciais pra de todo mundo? Sei que pra mim é um crime ouvir Axés, Funks, Breganejos , Limão com Mel e Calcinha Preta, Calypso e a sua trupe, Edson e Batista e Babado Novo ou os CPMs , Mcs e Chicletes da vida, dentre tantas outras coisas por aí. Música é música, um alimento para alma e todas as suas emoções. Não importa se estamos alegres ou tristes, calmos ou estressados, sempre a música será bem vinda e nos fará bem.


Minha Play List .Top Five
Optei por relacionar uma de cada estilo, que, ao longo de minha vida, ficaram grudadas em mim.

Beatles . The Long And Winding Road



Elis Regina . As Aparências Enganam



Heather Smal . Proud



Roberto Carlos . Olha



Bach . Air



Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

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