sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A eternidade de tudo


É tão tarde para reconhecer o que já conheço
E tão cedo para perceber tudo o que ainda me toca
Estranha nave essa que me auto-governa a esmo
Talvez seguindo um traçado invisível de muita luz
Tudo roda nesse mundo que parece que não anda
A gente gira desde que nasce na barriga da mãe
A roda da alegria também pára durante a tristeza
Há tanto perceber nessa roda-gigante acelerada
Eu toco teu cabelo num prateado num momento azul
Minha pela brilha sob o teu olhar de descobrimento...
Somos náufragos de um navio que não afundou e prossegue
Nossas vidas continuam seguindo o rumo desconhecido
Há um farol, há uma ilha, há um oásis no meio do caos
Que importa o tempo se amar é a eternidade de tudo?

Carol Timm


Let It Grow - Renaissance


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O Caçador de Pipas . o filme


* Série . Cinema *
a poesia das relações humanas
O Caçador de Pipas
Direção: Marc Forster
Ano: 2007
País: Estados Unidos
Gênero: Drama
Título Original: The Kite Runner
Elenco: Kalid Abdalla, Ahmad Khan Mahmidzada, Zekeria Ebrahimi, Saïd Taghmaoui, Atossa Leoni, Homayon Ershadi, Shaun Toub, Sayed Jafar Masihullah, Gharibzada, Mir Mahmood Sha Hashimi, Nabi Tanha, Elham Ehsas
Sinopse: Kabul. Amir e Hassan são dois amigos, que se divertem em um torneio de pipas. Após a vitória neste dia um ato de traição de um menino marcará para sempre a vida de ambos. Amir passa a viver nos Estados Unidos, retornando ao Afeganistão apenas após 20 anos. É quando ele enfrenta a mão de ferro do governo talibã para tentar consertar o ocorrido em seu passado.




Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

A vida não é sopa


Eu não sei de onde vem essa expressão,
mas deve ser porque sopa é algo suave.
Cai bem para os bebês e nos dias frios.
Não imagino nada melhor do que num dia
de inverno tomar uma sopa bem quente.
Talvez, por isso, tenha vindo do trabalho a pé
para passar na carrocinha de sopas, para em casa,
embora exausto, me alegrar com a deliciosa sopa.
Eu sinto o sabor dos legumes alegrando a alma.
O cansaço da rotina, evaporando às colheradas.
Sabemos que os dias não andam fáceis,
são os dissabores, são as grandes correrias.
mas a sopa aquece a gente, rápido nos anima.
Traz calor ao velho corpo, tão derrotado do dia e,
olhe, nem sei bem o que havia naquela sopa de hoje.
Mas por certo tinha alimento, calor e muita energia.
A vida não é sopa, sabemos bem,
mas a sopa é vida, alimenta a alma também.
Prove esta poesia e sinta o aroma dos versos.
Deguste a leveza da sopa no calor da poesia.

adaptado de Carol Timm


Dindinha - Ceumar (Brazil)

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

A vida não é sopa


Eu não sei de onde vem essa expressão,
mas deve ser porque sopa é algo suave.
Cai bem para os bebês e nos dias frios.
Não imagino nada melhor do que num dia
de inverno tomar uma sopa bem quente.
Talvez, por isso, tenha vindo do trabalho a pé
para passar na carrocinha de sopas, para em casa,
embora exausto, me alegrar com a deliciosa sopa.
Eu sinto o sabor dos legumes alegrando a alma.
O cansaço da rotina, evaporando às colheradas.
Sabemos que os dias não andam fáceis,
são os dissabores, são as grandes correrias.
mas a sopa aquece a gente, rápido nos anima.
Traz calor ao velho corpo, tão derrotado do dia e,
olhe, nem sei bem o que havia naquela sopa de hoje.
Mas por certo tinha alimento, calor e muita energia.
A vida não é sopa, sabemos bem,
mas a sopa é vida, alimenta a alma também.
Prove esta poesia e sinta o aroma dos versos.
Deguste a leveza da sopa no calor da poesia.

adaptado de Carol Timm


Dindinha - Ceumar (Brazil)

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ansiedade


E agora essa inquietação. O peito taquicardíaco, meus dedos não escutam palavras e eu insisto em escrever a desordem interna. Vou dobrando sensações e empilhando nas gavetas tudo separado pelos tons, em degradê. Tento organizar o caos, por cores, mas não controlo o descompasso das emoções. Respiro fundo, me falta o ar.
Sinto a mão da ansiedade apertando meu pescoço, uma bolha de alguma coisa presa na garganta. O corpo todo eriçado à espera do próximo passo. De encontro ou ao encontro? Contrários. Com-trastes.” Não se fazem mais homens, pra homens como eu”....penso.
Alguma coisa incrível precisa acontecer ainda hoje, enquanto há tempo. Não suportarei esperar mais a eternidade desses próximos cinco minutos.

adaptado de Marla de Queiroz
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Ansiedade


E agora essa inquietação. O peito taquicardíaco, meus dedos não escutam palavras e eu insisto em escrever a desordem interna. Vou dobrando sensações e empilhando nas gavetas tudo separado pelos tons, em degradê. Tento organizar o caos, por cores, mas não controlo o descompasso das emoções. Respiro fundo, me falta o ar.
Sinto a mão da ansiedade apertando meu pescoço, uma bolha de alguma coisa presa na garganta. O corpo todo eriçado à espera do próximo passo. De encontro ou ao encontro? Contrários. Com-trastes.” Não se fazem mais homens, pra homens como eu”....penso.
Alguma coisa incrível precisa acontecer ainda hoje, enquanto há tempo. Não suportarei esperar mais a eternidade desses próximos cinco minutos.

adaptado de Marla de Queiroz
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Os Sonhadores . o filme


* Série . Cinema *
a genialidade de Bertolucci
Os Sonhadores
Direção: Bernardo Bertolucci
Ano: 2003
País: França, Itália, Inglaterra
Gênero: Drama
Título Original: The Dreamers
Elenco: Michael Pitt, Eva Green, Loius Garrel, Anna Chancellor, Robim Renucci, Florian Cadiou, Pierre Hancisse, Valentin Melet, Jean-Pierre Léaud, Jean-Pierre Kalfon
Sinopse: Matthew é um jovem que, em 1968, vai a Paris para estudar. Lá, ele conhece os irmãos gêmeos Isabelle e Theo, que vivem uma relação incestuosa. Os três, logo, se tornam bons amigos, dividindo experiências e relacionamentos enquanto Paris vive a efervescência da revolução estudantil.






Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Os Sonhadores . o filme


* Série . Cinema *
a genialidade de Bertolucci
Os Sonhadores
Direção: Bernardo Bertolucci
Ano: 2003
País: França, Itália, Inglaterra
Gênero: Drama
Título Original: The Dreamers
Elenco: Michael Pitt, Eva Green, Loius Garrel, Anna Chancellor, Robim Renucci, Florian Cadiou, Pierre Hancisse, Valentin Melet, Jean-Pierre Léaud, Jean-Pierre Kalfon
Sinopse: Matthew é um jovem que, em 1968, vai a Paris para estudar. Lá, ele conhece os irmãos gêmeos Isabelle e Theo, que vivem uma relação incestuosa. Os três, logo, se tornam bons amigos, dividindo experiências e relacionamentos enquanto Paris vive a efervescência da revolução estudantil.






Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Extravios


Eu te agradeço por esse afastamento, lento e gradual, e pela viagem interrompida por seus perpétuos atrasos causados pelo medo de tirar os pés do chão. Agora, a cada dia, eu preciso de uma roupa nova desde que minhas malas foram extraviadas para sempre com todo o nosso excesso de bagagem.
Eu te agradeço pela honestidade da sua omissão, tão previsível, que sempre confundi com meus presságios. Essa ida sem despedida que você covardeou: eu finjo que não sei, você finge que não foi. E a gente segue inventando que ainda se interessa pelo que começamos a construir juntos, num outro contexto, para realçar nossos vínculos.
Eu te agradeço a descoberta de que se não seguimos juntos nessas coisas do amor, seja porque talvez eu, veterano, enquanto você, ama-dor.


adaptado de Marla de Queiroz
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Incauta


foto por Dry-Martini
Uma aranha fez sua teia junto à minha janela.
Capturou um olhar oblíquo e, incauta,
devorou-o à tarde.
Quando viu a Lua, que espanto:
virou hermafrodita.

Daniel
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

domingo, 26 de outubro de 2008

L'amitié


Muitos dos meus amigos vieram das nuvens
Com o sol e a chuva como bagagem
Fizeram a estação da amizade sincera
A mais bela das quatro estações da terra
Tem a doçura das mais belas paisagens
E a felicidade dos pássaros migradores
Em seu coração esta gravada uma ternura infinita
Mas, às vezes, uma tristeza aparece em seus olhos
Então, vem se aquecer comigo
E você também virá Poderá retornar às nuvens
E sorrir de novo a outros rostos
Distribuir à sua volta um pouco da sua ternura
Quando alguém quiser esconder sua tristeza
Como não sabemos o que a vida nos dá
Talvez eu não seja mias ninguém
Se me resta um amigo que realmente me compreenda
Me esquecerei das lágrimas e penas
Então talvez eu vá até você aquecer
Meu coração com sua chama
Jean-Max Rivière
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sábado, 25 de outubro de 2008

Cinema Paradiso . o filme


* Série . Cinema *
puro deleite
Cinema Paradiso
Direção: Giuseppe Tornatore
Ano: 1988
País: França, Itália
Gênero: Drama
Título Original: Nuovo Cinema Paradiso
Título em inglês: Cinema Paradiso
Elenco: Philippe Noiret, Jacques Perrin, Salvatore Cascio, Agnese Nano, Brigitte Fosey, Marco Leonardi, Antonella Attiu, Enzo Cannavale, Isa Danieli, Leo Gullota, Pupella Maggio, Leopoldo Trieste
Sinopse: O Cinema Paradiso é a única diversão dos moradores de Giancaldo, uma pequena cidade na Sicília. É lá que nasce a amizade entre o garoto Toto e o projecionista Alfredo, e a paixão do menino pelo cinema. Anos mais tarde, Toto, agora um famoso cineasta, recebe a notícia da morte de Alfredo e passa a relembrar sua infância.




Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Órbita Silenciosa



photo by Katrin Adam

O meu mundo começa e termina em mim
Assim é a rota da minha esfera
Não gira em torno de nada
Porque é ela o centro
Sempre dentro, ninguém toca
O ritmo que crio é estranho
Se repete como num cânone doloroso
Se abro a boca, me sufoca
E volta a girar
E me cortar
A boca, falsa
Sorri

photo by Jef Maion

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A vida





Eu amo a vida,
eis a minha verdadeira fraqueza.
Amo-a tanto,
que não tenho
nenhuma imaginação
para o que não
for vida.

Albert Camus


Gracias a la Vida . Mercedes Sosa





Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Bagdá Café . o filme


* Série . Cinema *
excelente mesmo
Bagdá Café
Direção: Percy Adlon
Ano: 1987
País: Estados Unidos, Alemanha
Gênero: Comédia, Drama
Título Original: Out of Rosenheim
Título em inglês: Bagdad Café
Elenco: Marianne Sägebrecht, Jack Palance, Chistine Kaufmann, CCH Pounder, Monica Calhoun, Darron Flagg, George Aguilar. G. Smokey Campbell, Hans Stadlbauer, Alan S. Craig
Sinopse: Viajando pelos EUA, uma turista alemã abandona seu marido após uma briga e se hospeda no Bagdá Café, um posto-motel no deserto do Arizona. Recebida com frieza pela dona do estabelecimento, aos poucos ela conquista os clientes e transforma a rotina do lugar.




Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Estrangeiro


E me chamas estrangeiro
porque cheguei aqui por um caminho que não conhecias,
porque nasci em outra cidade e conheci outros mares
Chamas-me estrangeiro porque não estás acostumado comigo,
já que eu zarpei de um porto distante
e tu pensas que as despedidas existem apenas
para que se agitem lenços e se encham de lágrimas os olhos
e acreditas que, quando se vai para longe,
todos pensam apenas no dia do regresso
e nas orações que os entes queridos ficam repetindo,
dia após dia, anos a fio
Mas eu não sou estrangeiro
porque despertei em minha alma o que antes não conhecia
e descobri que todos os homens são iguais
que houve uma época em que o mundo não tinha fronteiras.

Facundo Cabral


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Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Viva a Tristeza!



"Não, não vou falar mal da tristeza, não seria justo. Eu devo a ela minhas profundidades, minha imaginação, minha volta por cima. Graças a ela vislumbrei coisas importantes para mim. Músicas que várias pessoas conhecem. Cartas, textos, coisas que ninguém vai ler, mas que me serviram em algum momento. Mergulhei no pôr-do-sol, uivei prá lua, encostei a cabeça na janela naquele dia de chuva e ouvi a música mais linda do mundo. Num dia triste, me sentindo fora do planeta, fui ao cinema e vi "Blade Runner". Num dia soturno fui caminhar na praia e vi a onda mais azul, o céu mais infinito e o horizonte mais perfeito. Num dia triste li e reli Fernando Pessoa e não me senti só. Num dia assim triste uma criança correu e abraçou as minhas pernas, cutucou minha esperança, me confundiu com alguém querido e me fez ligar para alguém que eu amava. Num dia cinza eu me senti vivo e quis virar lápis de cor. Num dia oco eu procurei motivos novos e antigos pra me preencher de novo e foi até divertido. Num dia assim-assim trouxe um cachorrinho prá casa, que virou meu maior menor companheiro. Num dia tristíssimo procurei por você e sua voz me encheu de sorrisos o resto do dia. No dia mais triste do mundo eu perdi um amigo. No dia seguinte, ainda triste, agradeci por ter tido um dia um amigo que me valesse tanto. Num dia infinitamente triste eu cantei, minha voz era a voz da tristeza qe percorria o meu corpo. E fiz um monte de gente feliz. E também para que não percamos o poder de ação, precisamos olhar para a tristeza, precisamos nos indignar com ela, precisamos desejar a alegria genuinamente. Com essa mania de corrigir tudo no computador, acabamos facilitando nossa fragilidade diante de tudo. Ortografias, fotos, cores, sorrisos, a vida vai virando um show de Trumman de verdade! Você ouve uma voz, mas não tem certeza se foi corrigida ou não, vê uma foto, mas não sabe se há silicone, injeções ou Photoshop, lê um texto e a autoria fica vagando pelos sites. Um olhar positivo sobre a vida é sempre fundamental, mas, neste mundo em que vivemos, ter como exigência o riso é quase uma falta de respeito... Ou de consciência. Sei lá, vejo as pessoas querendo morrer de rir, muitas só vão ao teatro só se for comédia, e isso me assusta um pouco. Se não entrarmos em contato com as consistências das coisas e suas eventuais tristezas, como podemos acreditar na alegria quando ela vem?"

Zélia Duncan





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Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Dogma . o filme


* Série . Cinema *
irreverente e crítico
Dogma
Direção: Kewin Smith
Ano: 1999
País: Estados Unidos
Gênero: aventura, Comédia, Fantasia
Título Original: Dogma
Elenco: Matt Damon. Linda Fiorentino, Jason Lee, Alan Rickman, Chris Rock Jason Mewes, Ben Affleck, George Carlin, Betty Aberlin, Salma Hayek
Sinopse: O mundo corre o risco de desaparecer. Tudo por causa de Bartleby e Loki , dois anjos expulsos do céu e que querem retornar a qualquer custo. Para tanto, eles têm um plano: cruzar o portal de uma igreja em Nova Jersey para, absolvidos de seus pecados, poderem retornar ao paraíso. Só que tal ato provaria que Deus é falível e, como consequência, a realidade se desmancharia. Para evitar que a tragédia ocorra é montada uma equipe de combate aos anjos, formada pela última descendente de Jesus Cristo, um 13º apóstolo negro, dois profetas e uma Musa Inspiradora.




Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Eu e o dia


"De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo"


Vinicius de Moraes
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Manias


Dentre as manias que eu tenho uma é gostar de você
Mania é coisa que a gente tem mas não sabe porque
Mania de querer bem, mania de falar mal
De não deitar pra dormir, sem antes ler o jornal
De só entrar no chuveiro cantando a mesma canção
De só pedir o cinzeiro depois da cinza no chão
Eu tenho várias manias, delas não faço segredo
Quem pode ver tinta fresca sem logo passar o dedo
De contar sempre aumentado tudo o que diz ou que fez
De guardar fósforo usado dentro da caixa outra vez
Mania é coisa que a gente tem mas não saber porque
Dentre as manias que eu tenho uma é gostar de você


Flávio Cavalcanti e Celso Cavalcanti



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Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

domingo, 19 de outubro de 2008

Insanidade do Quereres ou Quereres da Loucura



este post extra é uma homenagem a um leitor assíduo deste blog que conheci a pouco pelo msn . afinidades de montão . chega a ser incrível mesmo . para vc meu amigo Edu (Renaissance) . um grande e afetuoso abraço .
obs: o poema é dele e as frases ele me passou e gostei muito . emoção e sentimentos puros . por isto compartilho com os amigos deste recanto.


Se é doce sua alma
De todos os gostos
O gosto amargo é o que me resta.
O gosto do desprezo
Que a solidão insiste em querer
Venha e mostre o caminho
Porque estou cansado do pouco
Se de tanto querer muito
E o muito é sempre o pouco
* * *
Encontrei algum tipo de deus
Que sempre está rindo
Em meio às estrelas
E que tem gosto de tudo ao mesmo tempo
Por isso peço sempre sua presença
Para sentir o gosto cintilante
Uma garrafa que sempre consumo
Varias doses de uma gota.
Vai tempo
Me leve contigo
Você é o dono de tudo
Também quero poucas horas
Porque parecemos borboletas
Que quando saem do casulo
Perdem o encanto por voar.
* * *

... para rirmos dos loucos, dos sábios, dos mendigos e de todos os palhaços noturnos... nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder... na embrutecida monotonia de uma era de cegueira espiritual...
... pobre daquele que não pode se dar a um prazer sem pedir antes a permissão dos outros...

... criar a partir do feio... enfeitar o feio... até o feio seduzir o belo...

... mesmo se for pra transformar num inferno um céu conformista; mesmo se for pra guerrear, escolha as armas mais bonitas...
... por ser um rei
e não ter que governar a vida
agradeço por ter desobedecido
por ter cuspido no teu altar sagrado
e por saber que nunca vou ter fé
e vou rir só com um canto da boca...
... como a poesia, a música retrata os estados da alma e as ondulações do coração, concretiza os pensamentos invisíveis, descreve o que há de mais belo nos desejos e sensações do corpo ...
... muitos temores nascem do cansaço e da solidão ...

* * *

então, acrescento a elas estas pérolas de Nietzsche:
... o gosto de minha morte na boca deu-me perspectiva e coragem.
o importante é a coragem de ser eu mesmo ... a loucura não passa de uma máscara que esconde alguma coisa, esconde um saber fatal e "demasiado certo" ... aniquilar as paixões é uma "triste loucura", cuja decifração cabe à filosofia, pois é a loucura que torna mais plano o caminho para as idéias novas, rompendo os costumes e as superstições veneradas e constituindo uma verdadeira subversão dos valores ... "pela loucura os maiores feitos foram espalhados pelo mundo" ... aos "filósofos além de bem e mal", aos emissários dos novos valores e da nova moral não resta outro recurso, a não ser o de proclamar as novas leis e quebrar o jugo da moralidade, sob o travestimento da loucura ...

* * *


O Quereres . Caetano Veloso


Onde queres revólver, sou coqueiro

E onde queres dinheiro, sou paixão

Onde queres descanso, sou desejo

E onde sou só desejo, queres não

E onde não queres nada, nada falta

E onde voas bem alto, eu sou o chão

E onde pisas o chão, minha alma salta

E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco

E onde queres romântico, burguês

Onde queres Leblon, sou Pernambuco

E onde queres eunuco, garanhão

Onde queres o sim e o não, talvez

E onde vês, eu não vislumbro razão

Onde o queres o lobo, eu sou o irmão

E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer

Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito

E onde queres ternura, eu sou tesão

Onde queres o livre, decassílabo

E onde buscas o anjo, sou mulher

Onde queres prazer, sou o que dói

E onde queres tortura, mansidão

Onde queres um lar, revolução

E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor

Construir-nos dulcíssima prisão

Encontrar a mais justa adequação

Tudo métrica e rima e nunca dor

Mas a vida é real e de viés

E vê só que cilada o amor me armou

Eu te quero (e não queres) como sou

Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer

Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo

E onde queres romance, rock'n roll

Onde queres a lua, eu sou o sol

E onde a pura natura, o inseticídio

Onde queres mistério, eu sou a luz

E onde queres um canto, o mundo inteiro

Onde queres quaresma, fevereiro

E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim

Do que em mim é de mim tão desigual

Faz-me querer-te bem, querer-te mal

Bem a ti, mal ao quereres assim

Infinitivamente pessoal

E eu querendo querer-te sem ter fim

E, querendo-te, aprender o total

Do querer que há e do que não há em mim



O Quereres - Caetano Veloso


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sábado, 18 de outubro de 2008

Mistério


"O mistério começa do joelho para cima.
O mistério começa do umbigo para baixo
e nunca termina."


Affonso Romano de Sant'Anna
Paulo Braccini
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Matador . o filme


* Série . Cinema *
enfim, mais um do genial Almadovar
Matador
Direção: Pedro Almodóvar
Ano: 1986
País: Espanha
Gênero: Drama Thriller
Título Original: Matador
Elenco: Assumpta Serna, Antonio Banderas, Nacho Martínez, Carmem Maura, Eva Cobo, Eusebio Poncela, Bibiana Fernández, Luis Ciges, Julieta Serrano, Chus Lampreave
Sinopse: Angel, um jovem conturbado que resolve ser aprendiz de toureiro para se livrar do excesso de repressão e religiosidade a que é submetido pela família. Para se auto-afirmar e provar sua masculinidade, tenta estuprar a amante de seu mestre e assume a autoria de crimes que não cometeu. Ao mesmo tempo, Diego, o professor de tauromaquia, começa a alimentar uma mórbida paixão por Maria, advogada de Angel.



Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Mudança


"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía."

Camões
Paulo Braccini
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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Não te Amo



Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.


Pablo Neruda
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Gilda . o filme


* Série . Cinema *
um clássico dos clássicos
Gilda
Direção: Charles Vidor
Ano: 1946
País: Estados Unidos
Gênero: Drama, Filme noir, Romance, Thriller
Título Original: Gilda
Elenco: Rita Hayworth, Glenn Ford, George Macready, Joseph Calleia, Joe Sawyer, Steven Geray, Rosa Rey, Ludwig Donath, Gerald Mohr, Donald Douglas, Robert E. Scott
Sinopse: Na Argentina, a amizade de um proprietário de cassino e de seu braço direito, seu gerente, é abalada pela disputa de uma mesma sedutora mulher, Gilda.




Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Todo Errado


Eu não peço desculpas,
e nem peço perdão
já não é minha culpa, essa minha obsessão
já não aguento mais,
ver o meu coração
como vermelho balão,
rolando e sangrando,
chutado pelo chão.
psicótico, neurótico, todo errado, só por que eu quero alguém
que fique 24 horas do meu lado,
no meu coração
eternamente colado, no meu coração eternamente colado.
J. Mautner/ Caetano Veloso


Caetano Veloso e Jorge Mautner - Todo Errado



Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Carta de Amor pra mim mesmo ...




... porque só eu sei o que preciso ouvir ...

Paulo,
Escrevo enquanto te olho por dentro. O que vejo nem precisa ser bonito, nasci para amar tudo que vem de você. Escrevo pra te fazer um afago. Porque te conheço inteiro, naquela hora em que tudo é silêncio e sombra, naquela hora em que sua gargalhada é um sol. Desse seu corpo que nasceu para abraçar, eu conheço cada poro, cada taqui-bradi-cardia. Conheço cada sopro, cada falha na tua voz. Toda a força do teu canto desafinado, eu conheço. A intensidade do teu gozo, a fluidez das tuas palavras orgásticas que não admitem tutelas. Eu te conheço além da tua relação anti-convencional com teus homens, com tuas mulheres. Com essas pessoas que você ama. Com essas que você se recusa a odiar porque não quer despender energia pra isso. Eu te conheço doendo. Eu te conheço em paz. E sei quando você finge que nunca fingiu um orgasmo. E é por isso, Paulo, que eu sou a pessoa que mais poderia amar você. Porque não me interessa onde você erra, me interessa o que você aprende, apreende, absorve. Me interessa é como você se transforma. Interessa é o teu olhar de novidade derramado sobre as coisas simples e cotidianas como se descobrisse a essência do mundo diariamente. O que interessa é esse seu não medo da morte, a sedução que ela exerce sobre você e o teu instinto de vida tão maior que tudo. Eu te conheço boêmio, anestesiado, intenso, sufocado, apertando os dentes. Eu te conheço premonitório, dando consultas em mesas de bar, plantando esperanças porque a intuição disse que sim, vai dar certo, e deu. Eu te conheço arrasado, opaco, ferido, feroz. Rabugento. Confuso. E não é menos Paulo. É a outra ponta do extremo. A totalidade. Eu te conheço tendo recaídas, não sendo ingênuo mas optando por acreditar no outro de novo, de novo, de novo. Mas só até a terceira vez. Eu te conheço com um mau-humor contagiante, com uma disposição esfuziante, com uma alegria solitária, com todos os teus amigos, ou sozinho com os teus livros. Aquele que só entra no mar de mãos dadas com alguém porque tem medo de não sair. O que não evita alturas porque quando olha pra baixo só pensa na não-queda. O que se treme inteiro lendo seus textos em eventos poéticos porque tem fobia de público. O amigo popular e agregador. O que morre de ciúmes e toma gelmax efervescente pra acalmar a gastrite ciumenta. Eu nasci pra amar você porque sei dos teus desesperos, tropeços, anseios. Sei da tua honestidade quando sente. E dessa intranqüilidade pela falta de ambição. Te conheço acordando de madrugada só pra anotar uma frase. E fazendo da prosa poética teu sossego. Da vontade que você tem de voltar logo pra casa só pra escrever aquele texto que nasceu durante a caminhada. Das tuas roupas com cores desconexas. Da tua irritação com pessoas desconectadas. Tua preocupação com o lixo. Teu preconceito com o luxo. Teu boteco copo sujo. E a solidão permanente e o teu namoro com a escrita. O que ainda posso dizer? Que você, Paulo, vive para a palavra, mas anseia viver exatamente aquilo que ela não alcança. É por isso que eu te amo além do amor.
Eu te amo para sempre. Hoje.


Adaptado de Marla de Queiroz


06 Albinoni Adagio...

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Laranja Mecânica . o filme


* Série . Cinema *
fantástico
Laranja Mecânica
Direção: Stanley Kubrick
Ano: 1971
País: Inglaterra
Gênero: Drama, Ficção, Policial, Thriller
Título Original: A Clockwork Orange
Elenco: Malcolm McDowell, Patrick Magee, Michael Bates, Adrienne Corry, Warren Clarke, John Clive, Aubrey Morris, Carl Duering, Paul Farrell, Clive Francis, Michael Gover, Miriam Karlin, James Marcus
Sinopse: Mostra uma Londres do futuro, onde um jovem lidera uma gangue de delinqüentes, drogados, violentos e estupradores, anti-leis. Quando volta para a sociedade, regenerado na prisão, passa a sofrer com aqueles que antes eram suas vítimas.






Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Imagens


Mudar, ver o novo,
Silenciar, ouvir o nada,
Inovar, trocar de ordem
Calar, observar ao redor,
Cantar, vomitar a dor,
Chorar, liquidar a tristeza,
Tocar, sentir a vibração,
Falar, expressar o ânima,
Sonhar, consolar a mente,
Amar, plantar uma semente ...


Flávio de Moraes
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

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