domingo, 20 de julho de 2008

Pensares descabidos


Dispersa em momentos tão vários e buliçosos, me afasto do meu centro. A solidão, se fazendo rara em mim, traz o medo. Porque só vivo de verdade, em contato com descobertas pessoais. O mundo não pertence a ninguém, e, por outro lado, cabe a quem se apropria dele. Meu mundo é aquele que me circunstanciou. Dele me aposso. Mas, não é uma posse de aprisioná-lo. É antes uma interação de amor. Para isso, busco purificar minha visão e meus sentidos todos. E me exercito em encontrar sextos e infinitos sentidos.
Quero a realidade me surpreendendo sempre, dando cor aos momentos, que, mesmo nas suas dores, me ultrapassam as verdades.
E com tantas armas de pesquisa, não trago mensagens novas a ninguém. Os meus contatos falam de antiqüíssimos fragmentos de mundo. E de alegrias finas que estão por aí.
Trago a sensação delicada de uma chuva que me molhou os cabelos e me escorreu pelos olhos, como se eu chorasse chuva. Ela brincou comigo. Entrego de presente minha oferta simples de um sol matutino que me fez cócegas na mão, e eu rio, de puro gozo, agradada da galanteria dele. Somos companheiros.
Há dias em que vivo o deserto. Contudo, a imensidão de areia seca me mostra o infinito. E me aquieto, porque não posso apreendê-lo e esse fato também é tão bom para um descanso na ignorância, que faz parte integrante de mim e de todos nós.
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

então! obrigado pela visita e apareça mais, sempre teremos emoções para partilhar.

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin