quarta-feira, 30 de abril de 2008

O Sempre


O sempre não existe. Fácil, muito fácil, chegar a essa conclusão; dificil mesmo é acreditar. Todas as coisas na Terra passam. Os dias de dificuldades passaram. Passaram os dias de solidão, as dores e as lágrimas das frustações; os dias de glórias e triunfos em que nos julgamos maiores e melhores do que nosso semelhantes, igualmente passaram. Restará tão somente, e por pouco tempo, a lembrança do passado, ganhamos o presente que até mesmo no futuro passará.Com estreitamento, no campo da consciência vivo morrendo de angustia quando algum ser humano duvida que tudo passa. Enganam-se, ao ponto de esquecer que nada é permanente. O sempre é uma invenção maluca.

Rafael Almeida Teixeira . o grapiúna


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

terça-feira, 29 de abril de 2008

Das sombras que ele deixou


Na passagem das horas,
o tempo de frio e sombra
zomba dos medos que guardei
sob o sorriso torto de quem finge.

Já nunca amanhece, perdi as auroras.
o pulso da hora, a galope, foge
levando o amor indiferente,
deixando a murcha vida
pobre e nua.

Mesmo neste desalento,
sob o peso do tempo que tinge o amor
com o branco do esquecimento,
fecha-me a garganta,
o coração em desnorteio,
como se ouvisse a voz de quem partiu
encerrando a noite que deixou.

Breve sonho
engano de quem ficou.

Saramar


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O Pensar!



- O sábio não se exibe e vejam como é notado. Renuncia a si mesmo e jamais será esquecido.
- A alma não tem segredo que o comportamento não revele.

- O sábio não se exibe e vejam como é notado. Renuncia a si mesmo e jamais será esquecido.
- A alma não tem segredo que o comportamento não revele.

Lao-Tsé

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sábado, 26 de abril de 2008

Tô com Saudades



Tô com saudades da língua tua,
de ouvir coisas bonitas.
Fico feliz com suas visitas.
Tô com saudades de te ver nua.
Tô com saudades da sua voz
docê, da mais bela sinestesia
que há em nós.
Tô com saudades de nossa alegria.
Tô com saudade de estar ao meio,
de correr em busca dos seus ensinos,
de perder o freio.
Tô com saudades dos seus mimos.
Tô com toda saudade.

Rafael Almeida Teixeira . o grapiúna
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Ecos do Silêncio




(... é mais nítido agora o silêncio que me envolve. como se a morte ou apenas o pressentimento dela viesse , de mansinho, ao meu encontro). (Anoto nas paredes o eco dos teus passos, mensageiro do mais remoto assombro em que te sei.) _______ in "Uma extensa mancha de sonhos"

Graça Pires. (último livro publicado)

Publicado por Isabel Mendes Ferreira . Blog O Piano

Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O Pensamento


"[...] o pensamento, afinal de contas, já por outros, ou o mesmo, foi dito, é como um grosso novelo de fio enrolado sobre si mesmo, frouxo nuns pontos, noutros apertado até a sufocação e ao estrangulamento, está aqui, dentro da cabeça, mas é impossível conhecer-lhe a extensão toda, seria preciso desenrolá-lo, estendê-lo, e finalmente medi-lo, mas isto, por mais que se intente, ou finja intentar, parece que não o pode fazer o próprio sem ajudas, alguém tem de vir um dia dizer por onde se deve cortar o cordão que liga o homem ao seu umbigo, atar o pensamento à sua causa.”

José Saramago. O Evangelho segundo Jesus Cristo

Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Solidão


Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo; isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar; isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos; isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida; isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado; isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.

Chico Buarque de Holanda

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

terça-feira, 22 de abril de 2008

Borboletas


Para meus amigos que estão SOLTEIROS

Amor é como uma borboleta. Por mais que tente pegá-la, ela fugirá.
Mas quando menos esperar, ela está ali do seu lado.
O amor pode te fazer feliz, mas às vezes também pode te ferir.
Mas o amor será especial apenas quando você tiver o objetivo de se dar somente a um alguém que seja realmente valioso. Por isso, aproveite o tempo livre para escolher.

Para meus amigos NÃO SOLTEIROS

Amor não é se envolver com a "pessoa perfeita", aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

Para meus amigos que gostam de PAQUERAR

Nunca diga "te amo" se não te interessa.
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.
Nunca toque numa vida, se não pretende romper um coração.
Nunca olhe nos olhos de alguém, se não quiser vê-lo derramar em lágrimas por causa de ti.
A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você, quando você não pretende fazer o mesmo.

Para meus amigos CASADOS

O amor não te faz dizer "a culpa é", mas te faz dizer "me perdoe".
Compreender o outro, tentar sentir a diferença, se colocar no seu lugar.
Diz o ditado que um casal feliz é aquele feito de dois bons perdoadores.
A verdadeira medida de compatibilidade não são os anos que passaram juntos; mas sim o quanto nesses anos vocês foram bons um para o outro.

Para meus amigos que têm um CORAÇÃO PARTIDO

Um coração assim dura o tempo que você deseje que ele dure, e ele lastimará o tempo que você permitir.
Um coração partido sente saudades, imagina como seria bom, mas não permita que ele chore para sempre.
Permita-se rir e conhecer outros corações.
Aprenda a viver, aprenda a amar as pessoas com solidariedade, aprenda a fazer coisas boas, aprenda a ajudar os outros, aprenda a viver sua própria vida.
A dor de um coração partido é inevitável, mas o sofrimento é opcional!
E lembre-se: é melhor ver alguém que você ama feliz com outra pessoa, do que vê-la infeliz ao seu lado.

Para meus amigos que são INOCENTES

Ele(a) se apaixonou por ti, e você não teve culpa, é verdade.
Mas pense que poderia ter acontecido com você.
Seja sincero, mas não seja duro; não alimente esperanças, mas não seja crítico; você não precisa ser namorado(a), mas pode descobrir que ele(a) é uma ótima pessoa e pode vir a se tornar um(uma) grande amigo(a).

Para meus amigos que tem MEDO DE TERMINAR

Às vezes é duro terminar com alguém, e isso dói em você.
Mas dói muito mais quando alguém rompe contigo, não é verdade?
Mas o amor também dói muito quando ele não sabe o que você sente.
Não engane tal pessoa, não seja grosso(a) e rude esperando que ele(a) adivinhe o que você quer.
Não o (a) force terminar contigo, pois a melhor forma de ser respeitado é respeitando.

Para terminar

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.
Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela.
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável.
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples.
Um dia percebemos que o comum não nos atrai.
Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom.
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você.
Um dia percebemos que somos muito importantes para alguém, mas não damos valor a isso.
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais.
Enfim...
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito.
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras.
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.


Mário Quintana

OBS: extraído do Blog Mozarteando . Mitridate

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

domingo, 20 de abril de 2008

Apreciador de Blog


Passamos dias pesados nas últimas semanas aqui no Brasil:
Universidades públicas aparelhadas;
Manipulação de congressistas para aprovar medidas provisórias impostas pelo executivo; Montagem de tropa-de-choque governista para esconder Dossiê criminoso produzido na Casa Civíl;
Falsas Ongs (estatais e para-estatais) desviando milhões para gestões petistas e aliadas; Violência contra crianças em todo país;
Mais denúncias de corrupção com cartões do governo;
Impunidade aos crimes do MST (braço armado da esquerda);
Inutilidade do ministério da Justiça;
Utilização da máquina pública pelo governo para comícios de campanha;
Conflito em Rondônia - insurreição em reservas;
Intimidação a militares - reação dos militares;
Denúncia de falso sequestro por etnia indígena;
Altas de juros;
Ameaça de inflação;
Coligação do PT com o PSDB na disputa da Prefeitura de Belo Horizonte ... quanta pouca vergonha nesta política... quem é quem neste jogo... em nome de um pragmatismo pessoal vale tudo... esta última referência foi uma ótima lembrança do amigo Fabiano (*) ...
Então, ninguém é de ferro.
Pra relaxar meus amigos, sugiro ocupar o tempo livre no feriadão com uma agenda diferente: visitar meus blogs ... (rsss)
(*) aos que curtem a boa mpb, recomendo o Blog do amigo Fabiano . Aventuras Musicais . vale a pena conferir .
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sábado, 19 de abril de 2008

Incerto


"É preciso ter uma visão clara do que está por vir".
Samurai . Yamamoto Tsunemoto
“Simplesmente não consigo enxergar onde se possa chegar”.
The Moon and the Yew Tree . Sylvia Plath
“Eu tenho um plano,que eu não sei achar”.
Por aí . Cazuza
"O real fugiu, para parte alguma, de modo que não tenho mais nenhum sentido (nenhum paradigma) à minha disposição".
Fragmentos de um discurso amoroso . Roland Barthes
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Talvez nos falte


Talvez o que nos falte simplesmente
Seja apenas abrir a caixa de sapatos
Tirar a roupa abafada nos dias quentes
Agasalhar-se da tristeza com afagos suaves
Talvez nos falte uma brisa no final da tarde
No rosto, como quando andamos de bicicleta
Andar com os pés pela areia até alcançar o mar
Olhar o céu e achar formas escondidas nas nuvens
Talvez nos falte o beijo após o dia, ao acordar, saindo ou
Chegando inesperadamente de algum lugar com saudades
A tolerância com os pequenos tão livres e soltos como fomos
E queríamos voltar a ser pelo resto de nossas vidas breves
Talvez nos falte conquistar a vida com tamanha vontade
Que o caminhar seja especial em todas as horas do dia
Fazendo poesia da falta de poesia, caminhando na rua
Pelo simples prazer de se poder ir e vir de algum lugar
Talvez nos falte aproveitar o que temos e esquecemos
Ao pensar no que queremos e morremos para alcançar
Ao meu lado há tanta gente e muitos vivendo em solidão
Penso nisso e me surpreendo como isso pode acontecer
Talvez nos falte a percepção de que não nos falta nada
De que tudo é tão perfeito assim como é, temos o sonho
E ele nos move não para nos saciar, mas pelo movimento
Caminhar é apreciar tudo a nossa volta e a própria estrada
Talvez nos falte a respiração profunda que faz sentir o corpo

O tato para perceber que custa tão pouco o abraço, um carinho
Talvez nos falte abrir verdadeiramente o coração para o amor
E mesmo assim, ao menor descuido, o amor entra e tudo sobra...

Carol Timm

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Acrobata da Dor


Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta …
Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d’aço…
E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.

Cruz e Souza
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Rastros


fujo
e deixo
rastros
para não me perder
quando quiser voltar
fujo
e deixorastros
para você me encontrar
caso eu resolva não voltar
fujo
tentando
me perder
para não voltar
tentando não deixar
rastros
para você não
me encontrar
fujo
sem saber para onde
quero ir
andando em círculos
e voltando sempre
para o mesmo lugar
fujo
deixando rastros
para não me perder
para você me achar

Eduardo Santos . Blog Reticências Poéticas
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Ecos


Contra a voz que há em mim eu me levanto,
caso em mim eu me louve ou me apiede.
Finjo o riso se a voz me quer o pranto.
Finjo o pranto se a voz o riso pede.

Eu ser um ou ser outro, nada impede,
pois meu pranto é meu riso o tanto quanto.
Sou o riso que o pranto me concede,
sou o pranto do riso nesse enquanto.

Dito assim, riso ou pranto, pouco importa?
se há um, logo o outro lhe comporta?
sem porquês, sem quereres, sem espanto?

Nada disso. Mas isso tão-somente:
se a voz que eu trago não me mente,
contra a voz que há em mim eu me levanto.
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Dois Meios


tente de todos os meios
alie todo o tipo de recheios
levante o punho para a realidade
mate todo o tipo de vaidadede
seja só e sempre por inteiro


Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

É isso.

Se digo “é isso”, não sei
se é isso mesmo que é isso,
pois pode ser — bem o sei,
só parecido com isso.
Mas mesmo não sendo isso,
ou seja, é isso e eu sei,
digo sempre que não sei
(nem sei por que digo isso...)
e por que isso? ... já sei!
Aliás, não sei. É isso.
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

domingo, 13 de abril de 2008

Fatos e Versões


Sou mais versão do que fato,
bem mais talvez que decerto;
indecifrável retrato,
num álbum jamais aberto.
Nunca fui Sol, só deserto.
Só fui supérfluo e aparato.
Trago um discurso barato
onde me finjo liberto.
Solenemente abstrato,
sou bem mais longe que perto.
Antoniel Campos

Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

sábado, 12 de abril de 2008

Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim



Outra canção da era Jovem Guarda, também revestida de simploriedade mas,
com certeza,
de grande beleza e sensibilidade.

Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim
Rossini Pinto

De hoje em dianteVou modificar o meu modo de vida
Naquele instante que você partiu
Destruiu nosso amor
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar
De esperar enfim
E pra começar eu só vou gostar
De quem gosta de mim
Não quero com isso dizer que o amor
Não é bom sentimento
A vida é tão bela
Quando a gente ama e tem um amor
Por isso é que eu vou mudar
Não quero ficar chorando até o fim
E pra não chorar
Eu só vou gostar de quem gosta de mim
Não vai ser fácil eu bem sei
Eu já procurei
Não encontrei meu bem
A vida é assim
Eu falo por mim
Pois eu vivo sem ninguém

aperte o play e ouça a canção na voz de Roberto Carlos





Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Ó Minas Gerais!



DICIONÁRIO MINERÊS/PORTUGUÊS (ispía só qui trem engraçadimais! Prestenção...)


PRESTENÇÃO - é quano ieu tô falano iocê num tá ovino
CADIQUÊ? - assim, tentanu intendê o motivo.
CADIM - é quano ieu num quero muito, só um poquim
DEU - o mez qui 'di mim'. Ex.: Larga deu, sô!
SÔ - fim de quarqué frase. Qué exêmpro tamem?: Cuidadaí, sô!!!
DÓ - o mez qui 'pena', 'cumpaxão': 'ai qui dó, gentch...!!'
NIMIM - o mez qui in ieu. Exempro: Nòoo, ce vivi garrado nimim, trem!... Larga deu, sô!!...
NÓOO - Num tem nada a vê cum laço pertado, não! Omez qui 'nossa!..' Vem de Nòoosinhora!...
PELEJANU - omez qui tentanu: Tô pelejanu quesse diacho né di hoje, qui nó!(agora é nó mez!)
MINERIM - Nativo duistadiminnss.
UAI - Uai é uai, sô... Uai!
ÉMÊZZZ?! - minerim querêno cunfirmá.
NÉMÊZZZ?! - minerim querêno sabê si ocê concorda.
OIAQUI - Minerim tentano chama atenção pralguma coizz...
PÃO DI QUEJU - Iosscêis sabe!...Cumida fundamentar qui disputa com o tutu a preferênça dus minêro
TUTU - Mistura de farinha di mandioca (o di mio) cum fejão massadim. Bom dimais da conta, gentch!!..
TREIM - Qué dize quarqué coizz qui um minerim quizé!Ex: "Já lavei US Trem!" "Qui trem bão!!"
NNN - Gerúndio du minreis. Ex: 'Eles tão brincannn', 'Cê tá innn, eu tô vinnn...'
PÓ PÔ - umez qui pó colocá
POQUIM - só um poquim, pra num gastá muito
JISGIFORA - Cidadi pertin du Ridijanero. Cunfunde a cabeça Do minerim que si acha qui é carioca.
DEUSDE - desde. Ex: 'Eu sô magrelin deusde rapazin!'
ISPÍA - nome da popular revista 'VEJA'
ARREDA - verbu na form imperativ (danu órdi), paricido cum sai. 'Arredaí, sô!'
"IM" - diminutivo. Ex: lugarzim, piquininim, vistidim, etc.
DENDAPIA - Dentro da pia.
TRADAPORTA - Atrás da porta.
BADACAMA - Debaixo da cama.
PINCOMÉ - Pinga com mel.
ISCODIDENTE - Escova de dente.
PONDIÔNS - Ponto de ônibus.
SAPASSADO - Sábado passado.
VIDIPERFUME - Vidru de perfume.
OIPROCÊVÊ (ou OPCV) - óia procê vê
TISSDAÍ - Tira ISS daí.
CAZOPÔ - Caxa disopor.
ISTURDIA - Otru dia.
PROINOSTOINO? - pronde nós tamo inu?
CÊSSÁ SÊSSE ONS PASSNASSAVASS? - ocê sabe se esse ônibus passa na Savassi?


prendeu tudim? rs ...






Paulo Braccini


enfim, é o que tem pra hoje...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Amigos V


Já abordei sobre este tema aqui neste blog, daí o Título ser AMIGOS V. Hoje ouvi duas canções gravadas por Zélia Duncan que eu amo por demais e, ao ouví-las, como por encanto, lembrei-me de amigos e, ao lembrar de amigos, cinco deles se destacaram. Porque? Não sei! Cada um a seu modo, mas todos, muito presentes em minha vida hoje. Decidi então prestar este depoimento a eles através desta postagem extra, e me coloquei a buscar na net algo diferente que melhor definisse o que vem a ser isto - AMIGOS. Então fica aqui esta minha homenagem a este QUINTETO composto por: DD, Fabiano, Braz Jr., João Rafael, Th.




A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

Os bons amigos fazem sempre falta nas horas mais difíceis, quando precisamos de uma atenção, de um ombro, de um conselho, de um ouvido que possa ouvir nossos desabafos, essa pessoa amiga esta lá sempre!

Uma boa amizade não tem preço!

Os verdadeiros amigos são para sempre!


aperte o play e ouça as canções



Diz nos meus olhos

Dream little dream of me

Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

Folhas de Outono


Não sei porque, mas hoje acordei cantarolando esta canção. Bem antiga, mas que marcou uma época de minha vida. Uma canção simplória mas muito linda, como simplória e linda eram nossas vidas nos anos 60 ao som do furação da Jovem Guarda.
Confiram a letra e ouçam a canção e vejam se não tenho razão!

Folhas de Outono
Francisco Lara / Jovenil Santos

Na voz de Roberto Carlos

As folhas caem
O inverno já chegou
E onde anda
Onde anda o meu amor
Que foi embora
Sem ao menos me beijar
Como as folhas
Que se perdem pelo ar
Mas ainda nela eu penso
Com muito carinho
As folhas vão caindo
E eu choro baixinho
Mas tenho a esperança
Que ela vai voltar
As folhas quando caem
Nascem outras no lugar

ps: então . bem própria para a estação que estamos vivendo .




Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Reinvenção

A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas

e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas. . .
Ah! tudo bolhas
que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo… – mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,

a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira

as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentirada lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço…

Só - no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só - na trevas
fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,a vida só é possível

reinventada.

Cecília Meireles




Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

terça-feira, 8 de abril de 2008

Despertar Alguém



Despertar alguém muitas vezes não é acordá-lo

Não é fazer com que se levante do sofá com sono

Ou saia da frente do computador, quando está cansado

Despertar pode ser apenas mostrar algo novo iluminado

Pode ser revelar um poema que desperta amor e vibra

Uma fotografia que tem asas e voa assim que a vemos

Pode ser ofertar uma flor que se abra assim que a tocamos

Preparar um chá suave que aquece dores e acalma feridas

Despertar alguém pode ser partir para ser mais feliz

Ainda que para mais longe e por toda a vida distante

Seja para entender que a vida é continuidade sempre

Pode ser a melhor saída, despertar alguém que dormia

Na hora que tinha que viver e passava a vida adormecido

E talvez um dia possa ser apenas alcançar o outro lado...

Carol Timm


Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Rivalidade de Bambas



Cariocas e Paulistas reacendem velhas discussões sobre o samba.


Em abril deste ano, o compositor Livio Tragtemberg e o jornalista Luiz Fernando Vianna se engalfinharam em uma rixa que parece jamais sepultada: a rivalidade entre o samba carioca e o samba paulista. Alvo de discussões históricas e estudos complexos, o emblemático ritmo encontrou nos morros do Rio seus principais expoentes e logo se espalhou por outras regiões do país, fundindo-se a gêneros locais. Na Terra da Garoa, foi inicialmente acolhido no interior e mais tarde chegou às ruas da capital, onde absorveu certas características da cultura metropolitana. Ainda que não tenha alcançado a repercussão de seu irmão mais célebre, o samba paulista tem muita história para contar. O ritmo que veio do interior
É na pequena cidade de Pirapora do Bom Jesus, localizada a cerca de 50 km da capital, que boa parte das raízes do samba paulista remonta. Antigo reduto de romarias, o lugarejo concentrou a tradição e ritmo de escravos e descendentes que freqüentavam festejos religiosos entre o final do século XIX e início do século XX. Incorporando batuques interioranos de regiões como Campinas, Sorocaba, Capivari, Rio Claro e outras cidades, os negros moldavam um samba tipicamente rural, alicerçado em improvisações de canto e coro, que prescindiam de instrumentos como zabumba e bumbo. Embora o tempo tenha tratado de esmaecer algumas características fundamentais do samba de Pirapora, muitos de seus filhos, emigrados para a zona urbana, conduziram os genes do samba de bumbo para a cidade, o que seria essencial para o surgimento dos primeiros cordões e escolas de samba paulistanas.Sediados na região central de São Paulo, principalmente nos bairros do Glicério, Bexiga e Barra Funda, os blocos, agremiações e cordões pioneiros eram alimentados pelo samba trazido do interior. Maior campeã do carnaval paulistano, a Vai-Vai tomou corpo a partir do antigo bloco Saracura, da Bela Vista, assim como muitas outras escolas surgiram pautadas por descendentes africanos e imigrantes europeus residentes de bairros operários. Em cada velha guarda dessas agremiações é possível descobrir verdadeiras pérolas do samba paulista e do saudoso carnaval de rua, carinhosamente guardadas por antigos baluartes, personificações de uma história que perdura por décadas.

Um ícone do Samba Sampa (vale o trocadilho) é João Rubinato, musicalmente conhecido como Adoniran Barbosa.
Adoniran Barrosa nao foi apenas um compositor criativo,um ator de radionovelas eficiente e um cronista popular. Para entender um pouco o que ele realmente foi e significou, é preciso mais que simplesmente perceber suas qualidades de artista e de marco da música popular brasileira; é preciso notar qual sua principal característica, que era a de ser transparente. Transparente o suficiente para que podéssemos olhar através dele e enxergar as ruas da cldade, os cortiços e o modo de vida do povo se processando no silêncio, nos acordes e nos versos de seus sambas.

Aperte o play e curta um pouco de Adoniran na belíssima interpretação de Demônios da Garoa.


Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

sábado, 5 de abril de 2008

Retratos do Vietnam II



Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo. Quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo.


Confúcio





Não são as más ervas que sufocam o grão, é a negligência do cultivador.


Confúcio






Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...


sexta-feira, 4 de abril de 2008

Retratos do Vietnam I


O homem de bem exige tudo de si próprio, o homem medíocre espera tudo dos outros.

Confúcio

O que eu ouço, esqueço. O que eu vejo, lembro. O que eu faço, aprendo.

Confúcio






Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Araci de Almeida . A intérprete de Noel

Considerada a maior intérprete de Noel Rosa, Aracy de Almeida começou cantando em igrejas do subúrbio do Rio até ser levada para o rádio por intermédio de Custódio Mesquita, que a ouviu cantar em 1933. Logo fez fama como intérprete de sambas nas rádios Philips, Mayrink Veiga, Ipanema e Tupi, e fez história com gravações antológicas de "Palpite Infeliz" (N. Rosa), "Tenha Pena de Mim" (C. Sousa/ Babaú), "Fez Bobagem (Assis Valente), "Camisa Amarela" (Ary Barroso) e "Feitiço da Vila" (N. Rosa/ Vadico). Foi, ao lado de Carmen Miranda, a maior cantora de sambas dos anos 30. Depois de atuar com sucesso na boate Vogue em Copacabana na década de 40, entre 1950 e 1951 gravou dois álbuns dedicado a Noel Rosa, que seriam responsáveis pela reavaliação da obra do poeta da Vila. Tinha uma personalidade franca e boêmia, falava sempre o que queria, e sua maneira de cantar foi determinante para definir os rumos do samba cantado por voz feminina. No final da vida atuava como jurada do programa A Buzina do Chacrinha e do Show de Calouros do Programa Silvio Santos, do SBT, em que era conhecida por dar notas baixas a quase todos os calouros.

Aqui, nosso tributo e nossa saudade da inesquecível Araci de Almeida.

Aperte o play




Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Elizete Cardoso . A Divina

Elizete Moreira Cardoso nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de Julho de 1920. Nasceu em São Francisco Xavier, perto do morro de Mangueira; o pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar. Cedo precisou trabalhar e, entre 1930 e 1935, foi balconista, peleteira, funcionária de uma fabrica de saponáceos e cabeleireira, ate ser descoberta, na festa de seu 16º aniversario, por Jacó do Bandolim, que a convidou para fazer um teste na Rádio Guanabara. Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se no Programa Suburbano, ao lado de Vicente Celestino, Araci de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal da mesma rádio. Depois, passou pela Rádio Educadora, programa Samba e Outras Coisas, e por outras emissoras do Rio de Janeiro. Mas, como os salários eram baixos, no começo de 1939 começou a fazer shows em circos, clubes e cinemas, apresentando um quadro com Grande Otelo, que se repetiria por quase dez anos: Boneca de piche (Ari Barroso e Luís Iglesias). O sucesso das apresentações e seu talento de passista lhe valeram o convite para ingressar como sambista em uma companhia de revista, onde conheceu Ari Valdez, com quem se casou no final de 1939. O casamento durou pouco, resolveu então trabalhar em boates como taxi-girl, atividade que exerceria por muito tempo. Em 1941, tornou-se crooner de orquestras, chegando a ser uma das atrações do dancing Avenida, que deixou em 1945, quando se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde e para apresentar-se na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa Pescando Humoristas. Regressou ao Rio de Janeiro em meados de. Em 1948, foi contratada pela Rádio Mauá para o programa Alvorada da Alegria; mas logo a seguir transferiu-se para a Rádio Guanabara. Em 1950, graças a Ataulfo Alves, gravou pela primeira vez na Star, cantando Braços vazios e Mensageiro da saudade, mas não chegou a ter êxito. O sucesso veio na segunda gravação, realizada na Todamérica em 1950, com a música Canção de amor, tendo no outro lado do disco o samba Complexo. O grande êxito de Canção de amor levou-a a Rádio Tupi e, em 1951, a uma participação no primeiro programa de televisão no Rio de Janeiro (TV Tupi) e nos filmes Coração materno, de Gilda de Abreu, e É fogo na roupa, de Watson Macedo. Ainda em 1951, foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga e pela boate Vogue, e gravou um dos seus maiores sucessos, Barracão. Em 1952, além de atuar no filme O rei do samba, de Luís de Barros, gravou Maus tratos e Nosso amor, nossa comédia. Em 1953 participou do show Feitiço da Vila, na boate Casablanca, no Rio, estreando-o em São Paulo no ano seguinte, quando foi contratada pela Rádio e TV Record. Ainda em 1954, deixou a Rádio Tupi e foi para a TV Rio; logo depois gravou seu primeiro LP pela Todamerica e apresentou-se no Uruguai. No ano seguinte, trabalhou em outro filme, Carnaval em lá maior, de Ademar Gonzaga, e lançou seu primeiro LP, Canções a meia-luz com Elizeth Cardoso (Continental). Passou, em 1956, para a gravadora Copacabana, onde lançou a maior parte de seus grandes sucessos. Em 1961, aproveitando o sucesso dos discos anteriores, lançou Meiga Elizeth n.º 2, e Sax voz n.º 2, sem muita repercussão se comparados ao LP Elizeth interpreta Vinícius (1963). A 16 de novembro de 1964, após lançar o quinto disco da serie Meiga Elizeth, deu um importante recital no Teatro Municipal, de São Paulo, interpretando as Bachianas Brasileiras nº 5, e, em março do ano seguinte, participou do espetáculo Rosa de ouro, que deu origem ao LP Elizeth sobe o morro, um marco da discografia brasileira. Ainda em 1965, em agosto, iniciou na TV Record, de São Paulo, o programa Bossaudade, que teve grande êxito por quase dois anos. Terminou o ano de 1965 participando do espetáculo Vinícius, poesia e canção, no Teatro Municipal de São Paulo. Em 1974 foi homenageada pela Escola de Samba Unidos de Lucas, que obteve o segundo lugar no desfile com o tema Mulata maior, a Divina, e teve sua interpretação de Carolina (Chico Buarque) incluída no filme francês O jogo com o fogo, de Alain Robbe-Grillet. No inicio de 1975 apresentou-se com imenso sucesso em Paris, no Festival do Mercado Internacional de Discos e Editoras Musicais (MIDEM). No ano seguinte, passou a apresentar o programa Brasil Som 7, na TV Tupi de São Paulo, e lançou Elizeth Cardoso, ainda pela Copacabana. Em 1981 participou do Projeto Seis e Meia e do Projeto Pixinguinha. No inicio de 1982 estreou no Rio de Janeiro o espetáculo Reencontro e lançou seu terceiro LP pela Som Livre: Outra vez. Em 1986, em comemoração aos seus 50 anos de carreira, estreou no Scala do Rio de Janeiro o espetáculo Luz e esplendor e lançou um disco de mesmo nome, pela Arca Som. Em agosto de 1987, com o Zimbo Trio, o Choro Carioca e Altamiro Carrilho, realizou sua terceira e mais longa excursão pelo Japão, quando descobriu que estava com câncer. Em janeiro de 1988 participou da gravação de um disco com a obra de Herivelto Martins, lançado em 1993 pela Funarte: Que rei sou eu?. Ainda em 1988, foi a grande ovacionada no 1º Prêmio Sharp de Musica, e, depois, participou do projeto Som do meio-dia, ambos no Rio de Janeiro. Em 1989, ao lado de Rafael Rabelo, apresentou-se novamente no projeto Seis e meia, no Teatro João Caetano, e realizou suas ultimas gravações: Ari amoroso (LP brinde de uma fabrica de moveis) e Todo sentimento, lançado em 1991 pela Sony Music. Em 1994, Sérgio Cabral lançou Elizeth Cardoso, uma vida, Ed. Lumiar, RJ. Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México. Durante quase sete décadas de vida artística, interpretou quase todos os gêneros, tendo-se fixado no samba, que cantava com extraordinária personalidade, o que lhe valeu vários apelidos como A Noiva do Samba-Canção, Lady do Samba (pelo seu donaire ao cantar) e outros como Machado de Assis da Seresta, Mulata Maior, A Magnifica (apelido dado por Mister Eco), a Enluarada (por Hermínio Bello de Carvalho). Nenhum desses títulos, porem, se iguala ao criado por Haroldo Costa e que permaneceu para sempre ligado ao seu nome – A Divina. Faleceu em 07 de Maio de 1990.

Aperte o Play e ouça a preciosidade desta grande cantora da música popular brasileira.






Paulo Braccini,

enfim é o que tem pra hoje...

terça-feira, 1 de abril de 2008

Angela Maria . A Sapoti




Abelim Maria da Cunha, verdadeiro nome de Ângela Maria, nasceu em Macaé, RJ, em 13 de maio de 1928. Desde menina cantava em coro de igrejas protestantes. Foi operária tecelã, mas sonhava com o radio, embora a família – por princípios religiosos – fosse contra a carreira artística. Por volta de 1947, começou a freqüentar programas de calouros. Apresentou-se na Hora do Pato, de Jorge Curi, na Radio Nacional, e no programa de calouros de Ari Barroso, na Rádio Tupi. Usando o nome de Ângela Maria, para não ser descoberta pela família, participou também do Trem da Alegria, dirigido pelo "Trio de Osso" (os magérrimos Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli), na Radio Nacional. Logo sua voz foi se tornando conhecida dos ouvintes, o que dificultou sua participação nesses programas, pois ela estava deixando de ser caloura. Nessa época, era inspetora de lâmpadas numa fabrica da General Eletric e, decidindo tentar realmente a carreira de cantora, abandonou a família e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso. Em 1948 conseguiu lançar-se como crooner no Dancing Avenida. Em sua noite de estréia, cantou Olhos verdes. No dancing, foi ouvida pelos compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho, que a apresentaram a Gilberto Martins, diretor da Radio Mayrink Veiga. Feito o teste, começou carreira na emissora, interpretando musicas de Othon Russo e Ciro Monteiro, compositores que a ajudaram a criar um repertório pessoal, abandonando a influência de Dalva de Oliveira. Firmando-se a partir de 1950 como intérprete, em 1951 estreou em disco com Sou feliz (Augusto Mesquita e Ari Monteiro) e Quando alguém vai embora (Ciro Monteiro e Dias Cruz), na Victor. No ano seguinte, sua gravação do samba Não tenho você (Paulo Marques e Ari Monteiro) bateu recordes de venda, marcando o primeiro grande sucesso de sua carreira. Durante a década de 1950, atuou intensamente no rádio, apresentando-se na Radio Nacional, nos programas de César de Alencar e Manuel Barcelos, e na Rádio Mayrink Veiga, como a estrela de A Princesa Canta, nome derivado de seu titulo de Princesa do Radio, um dos muitos que recebeu em sua carreira. Em 1954, em concurso popular, tornou-se a Rainha do Radio, e no mesmo ano estreou no cinema, participando do filme Rua sem sol. Apelidada Sapoti pelo presidente Getúlio Vargas, tornou-se a cantora mais popular do Brasil durante a década de 1950, alcançando os maiores êxitos com os sambas-canções Fósforo queimado, Vida de bailarina, Orgulho, Ave Maria no morro, e Lábios de mel, alem da canção afro-cubana Babalu. Voltando a gravar na RCA Victor em fins da década de 1950, em 1963 viajou para Portugal e África, cantando para soldados portugueses que então lutavam nas colônias. Um de seus grandes êxitos na segunda metade da década de 1960 foi a canção Gente humilde (Garoto, Chico Buarque e Vinícius de Moraes). Em 1975, com 25 anos de uma carreira de muitos sucessos, preferia apresentar-se em clubes do interior ou em churrascarias das grandes cidades, ambientes onde, ao contrario da televisão e das boates sofisticadas, sentia mais de perto a reação do povo. Em 1979, com João da Baiana, participou do documentário Maxixe, a dança perdida. Em 1982 foi lançado o LP Odeon com Ângela Maria e Cauby Peixoto, primeiro encontro em disco dos dois intérpretes. Em 1992 apresentou-se com Cauby no show Canta Brasil, com grande sucesso de publico, sendo lançado em disco Ângela e Cauby ao vivo. Considerada, ao lado de Elis Regina, uma das mais puras vozes da musica popular brasileira, continua a apresentar-se em espetáculos e em televisão.

Aperte o play e sinta toda a exuberância desta grande cantora da MPB.





Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

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