segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A voz da natureza


O céu não nos diz quando vai chegar a Primavera.

Não envia bilhete-postal de flor abrindo, ou folhinha rompendo capa de tronco seco.

Mas descobre-se em azul, azul, e fala ao vento para soprar mais manso, para voar mais quente.

E nós sentimos.

O céu também não fala sobre o Inverno que apresta um frio devastador de geada ou granizo ou tempestades de vento.

Mas manda o sol passar mais baixo, deixa manchar-se de nuvens brancas que tinge escuras e fartas, crescendo em rolos, e faz troar e abrir as comportas.

E nós compreendemos.

Quando a terra vai tremer ou no mar se abrir uma fenda, o céu sopra os ouvidos dos seres que lhe escutam a alma para logo partirem a salvo da onda gigante que vem galgar os campos e as casas.

Só o Homem não escuta, afogado em desassossego.

O Homem esqueceu os cheiros e os sons da terra, o afago do vento, apagou o brilho das estrelas. É hora de abafar o ruído, chegou o tempo de fechar os olhos e ouvir a música do mar, desnudar-se e cobrir-se de sol, fechar os olhos e ouvir o que não tem som, mergulhar nas águas, fincar os dedos na areia grossa e agarrar os sonhos.

Com as duas mãos.
(por jawaa . postado no blogo ograpiúna)







Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

2 comentários:

  1. Amei a postagem sobre a natureza. Ficou 10. Abs

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  2. oi gostaei pra caramba do poema....

    foi vc q escreveu?
    se foi fikou mto bom...

    bjus panda breguere ranger vinho

    ResponderExcluir

então! obrigado pela visita e apareça mais, sempre teremos emoções para partilhar.

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